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07/10/2005 - 10h25

Polícia relaciona advogado a fraudes de resultados

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ADALBERTO LEISTER FILHO
KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal já tem indícios suficientes que ligam o advogado Daniel Gimenes, de Piracicaba, ao esquema que fraudava resultados de jogos de futebol para beneficiar apostas em sites clandestinos.

A Folha apurou que a PF buscou monitorar as conversas telefônicas de Gimenes. Inicialmente, foram pedidas as gravações nos telefones dos árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, de Gimenes e do empresário Nagib Fayad, que cooptava juízes e fazia as apostas.

As cerca de 20 mil horas de gravações já foram transcritas. O material que não se refere ao assunto será descartado pela polícia.

"Recebo com a maior tranqüilidade essa informação. Pode ser que eles [os policiais] tenham juntado isso depois. Não existia nada disso nos autos do processo ontem [anteontem]", comentou José Silvestre da Silva, advogado de Gimenes, que negou participação de seu cliente com a negociação de resultados.

"Desconheço que ele jogue [em sites de apostas]. A única coisa que o Daniel me passou é que não tem nada a ver com o esquema de fraude e venda de resultados. Vou me inteirar a respeito dessa denúncia", completou Silva.

A Polícia Federal irá marcar o depoimento do advogado de Piracicaba para os próximos dias.

"O Daniel Gimenes deve ser ouvido na semana que vem", disse Roberto Porto, promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo) que investiga o tema.

Preocupado com a decretação da prisão temporária de seu cliente, Silva já pediu um habeas corpus preventivo ao Tribunal de Justiça. O advogado espera para hoje a resposta do requerimento.

"Amanhã é que esgota o prazo dado, de 48 horas, para a juíza se manifestar", declarou ele.

Gimenes foi mencionado no depoimento de Danelon, prestado há uma semana, na sede da PF em São Paulo, na Lapa (zona oeste).

O juiz o citou como sendo a pessoa que financiou a viagem a Jacareí de Vanderlei Pololi, que servia como aliciador de árbitros. Pololi foi à cidade procurar Carvalho para convencê-lo a colaborar com o grupo de apostadores.

Preso desde sexta-feira na PF, Pololi terá sua prisão temporária encerrada na próxima segunda-feira. No entanto ele pode ter decretada a prisão preventiva --sem prazo para ser finalizada.

O Gaeco possui provas que incriminam o acusado. Contudo, Pololi, que fez curso de mesário promovido por Danelon, negou participação no esquema em seu depoimento, o que estaria obstruindo as investigações.

A situação de Pololi se complicou na terça-feira, quando outro árbitro, Romildo Corrêa, foi à PF e reconheceu o mesário, que o procurou em 2004. "Ele esteve no meu escritório, em Osasco, querendo tratar de um assunto particular. Disse que não falava sem a presença de ninguém, e ele foi embora", relatou Corrêa.

Pololi, que mora em Piracicaba, alegou que procurou o juiz para tratar de sua aposentadoria.

"É estranho ele vir para Osasco para tratar desse assunto", argumentou o árbitro, que depôs na condição de testemunha.

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