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08/10/2005
-
10h48
ADALBERTO LEISTER FILHO
KLEBER TOMAZ
da Folha de S. Paulo
O relacionamento entre o empresário e apostador Nagib Fayad, o Gibão, 41, e o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, 43, alternava momentos de amor e ódio. Eles são acusados de integrar esquema de forjar resultados para favorecer apostadores de sites.
Nas conversas telefônicas interceptadas por Polícia Federal e Ministério Público, às quais a Folha teve acesso, os diálogos mostram que a relação ficou estremecida quando o esquema de fraude de jogos começou a naufragar.
No dia 31 de julho, Carvalho atuaria a favor do Corinthians contra o Santos. No entanto, a equipe santista venceu por 4 a 2.
Gibão voltou a ligar para Carvalho em 7 de agosto, lamentando o prejuízo da semana anterior.
"Olha, contra o Santos ocê não deu aquele pênalti do Corinthians, pelo amor de Deus", reclama Fayad. "Esse eu vacilei, e também não tava mais ou menos certo entre a gente", rebate o juiz.
Desta vez o empresário de Piracicaba quer a vitória do Vasco contra o Figueirense. Ele pretende apostar R$ 150 mil nesse jogo. Para isso, Carvalho pede R$ 15 mil pelo trabalho --normalmente, a combinação entre eles era de R$ 10 mil para o juiz por partida.
Preocupado com os prejuízos que tivera nos jogos Corinthians x Santos e Juventude x Figueirense, Fayad faz um apelo ao árbitro.
"Em nome do meu filho, me ajude hoje, pelo amor de Deus." "Pelo amor de Deus, você perdeu, e eu deixei de ganhar", argumenta o árbitro, garantindo que daquela vez seria diferente.
Em seguida, Gibão liga para um amigo identificado como Pedro. O empresário pede para ele fazer a aposta, porque o resultado estaria garantido. Para convencê-lo, porém, adota discurso diferente.
"(...) Depois que eu falei com ele pelo amor de Deus, eu mato ocê, ele falou: "Fica tranqüilo"."
Em depoimento à PF, na semana passada, quando esteve preso, Gibão incluiu o jogo do Vasco entre os negociados com o juiz. Contudo, acabou não pagando pelo serviço, pois o site, desconfiado, não aceitou apostas no confronto.
Em seu depoimento, o juiz, que também esteve detido, confessou ter manipulado três jogos: dois do Paulista e um da Libertadores.
Especial
Leia cobertura completa sobre o Campeonato Brasileiro
Empresário afirma que ameaçou Edílson Pereira
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KLEBER TOMAZ
da Folha de S. Paulo
O relacionamento entre o empresário e apostador Nagib Fayad, o Gibão, 41, e o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, 43, alternava momentos de amor e ódio. Eles são acusados de integrar esquema de forjar resultados para favorecer apostadores de sites.
Nas conversas telefônicas interceptadas por Polícia Federal e Ministério Público, às quais a Folha teve acesso, os diálogos mostram que a relação ficou estremecida quando o esquema de fraude de jogos começou a naufragar.
No dia 31 de julho, Carvalho atuaria a favor do Corinthians contra o Santos. No entanto, a equipe santista venceu por 4 a 2.
Gibão voltou a ligar para Carvalho em 7 de agosto, lamentando o prejuízo da semana anterior.
"Olha, contra o Santos ocê não deu aquele pênalti do Corinthians, pelo amor de Deus", reclama Fayad. "Esse eu vacilei, e também não tava mais ou menos certo entre a gente", rebate o juiz.
Desta vez o empresário de Piracicaba quer a vitória do Vasco contra o Figueirense. Ele pretende apostar R$ 150 mil nesse jogo. Para isso, Carvalho pede R$ 15 mil pelo trabalho --normalmente, a combinação entre eles era de R$ 10 mil para o juiz por partida.
Preocupado com os prejuízos que tivera nos jogos Corinthians x Santos e Juventude x Figueirense, Fayad faz um apelo ao árbitro.
"Em nome do meu filho, me ajude hoje, pelo amor de Deus." "Pelo amor de Deus, você perdeu, e eu deixei de ganhar", argumenta o árbitro, garantindo que daquela vez seria diferente.
Em seguida, Gibão liga para um amigo identificado como Pedro. O empresário pede para ele fazer a aposta, porque o resultado estaria garantido. Para convencê-lo, porém, adota discurso diferente.
"(...) Depois que eu falei com ele pelo amor de Deus, eu mato ocê, ele falou: "Fica tranqüilo"."
Em depoimento à PF, na semana passada, quando esteve preso, Gibão incluiu o jogo do Vasco entre os negociados com o juiz. Contudo, acabou não pagando pelo serviço, pois o site, desconfiado, não aceitou apostas no confronto.
Em seu depoimento, o juiz, que também esteve detido, confessou ter manipulado três jogos: dois do Paulista e um da Libertadores.
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