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16/10/2005 - 10h00

CBF abandonou controle de juízes durante oito anos

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RODRIGO MATTOS
EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo

Desde 1997, quando Armando Marques assumiu a arbitragem da CBF, os juízes apitam no Nacional e na Copa do Brasil praticamente sem vigilância.

Ao chegar à entidade, o ex-chefe dos árbitros acabou com o sistema de observadores de seus comandados, que existia até então.

É a informação dada por Edson Rezende, novo presidente da comissão de arbitragem da CBF. Efetivado pela entidade no cargo, ele pretende reimplantar esse sistema de análise de árbitros, de forma improvisada.

"O Armando [Marques] entendeu que não tinha necessidade desses observadores", explicou Rezende. "Nos jogos do Brasileiro, só havia nas partidas em São Paulo, pois a federação faz esse trabalho para o Estadual."

De maneira informal, membros da comissão de arbitragem faziam comentários sobre juízes com Marques. Mas viam somente alguns jogos pela televisão, por conta própria.

Quando o chefe dos juízes se isolou na comissão, até essa troca de informações foi interrompida. Marques fazia análises sozinho.

Levantamento do Datafolha mostra que um terço dos árbitros escalados pela comissão de arbitragem era de São Paulo.

Mas, depois que o escândalo do apito explodiu, os juízes do Estado com mais gente no quadro brasileiro com o distintivo da Fifa viram seus nomes praticamente desaparecerem dos sorteios da primeira divisão do Nacional.

Agora, o novo presidente da comissão de arbitragem pretende montar um grupo de colaboradores que se estenda por todos os Estados. Isso acontecia, em menor proporção, na época de Ivens Mendes, que caiu ao ser flagrado conversando com cartolas de Atlético-PR e Corinthians sobre benefícios a clubes.

Agora, Rezende quer observadores em todos os jogos das séries A, B e C. Para economizar, a CBF deve incluir no programa membros de comissões de arbitragem locais e ex-árbitros.

"Podemos dar um pró-labore para cobrir as despesas", contou Rezende. "Eles fariam observações sobre a parte técnica e o comportamento social dos juízes."

Mandar observadores para todos jogos será uma tarefa árdua, especialmente quando a segunda e a terceira divisão estiverem em suas fases inicias.

Em um único final de semana, as três séries do Brasileiro proporcionam mais de 50 partidas.

A vigília fora de campo tem como objetivo evitar a repetição de casos como o de Edilson Pereira de Carvalho, que diz ter aceitado fraudar resultados porque tinha dívidas com bingos.

"Big Brother"

Outra idéia é contratar uma empresa para obter todas as gravações das partidas, para que a comissão analise as atuações dos juízes --os confrontos entre equipes da terceira divisão do Brasileiro têm pouco ou nenhum espaço nas emissoras de televisão.

Rezende já apresentou esse plano ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. A intenção é que o sistema esteja em funcionamento já no final desta temporada.

Apesar de pregar transparência, Rezende não pretende divulgar todos os relatórios dos observadores dos juízes, nem as avaliações da comissão de arbitragem.
 

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