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17/10/2005 - 10h57

Polícia investiga se briga de torcidas foi agendada pela internet

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KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

A Polícia Civil investiga a participação de sites palmeirenses e corintianos na confusão de ontem, na estação Tatuapé do metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que resultou na morte de Diogo Lima Borges, 23, sócio da Mancha Alviverde, vítima de um tiro no abdome.

O delegado Luiz Carlos do Carmo, titular da 5ª Seccional (da região Leste), está convencido de que o confronto foi premeditado por meio dos sites. "Ouvimos algumas pessoas que afirmaram terem interagido em sites, marcando horário para o confronto", disse o delegado. "Essa briga foi toda planejada nos sites em resposta a outra confusão ocorrida há um mês na Radial Leste", completou.

A investigação faz parte do inquérito que apura crime de rixa qualificada com o agravante de homicídio e lesões corporais.

O tumulto generalizado entre membros da Mancha Alviverde e pessoas com o uniforme da Gaviões da Fiel começou por volta de 12h30, segundo a CPTM, próximo às catracas de embarque para os trens no metrô Tatuapé, que fica anexo a um shooping center.

Borges foi levado com vida ao Hospital Tatuapé, mas não resistiu ao ferimento e morreu. "Ele pedia: "não me deixa morrer" e "eu quero ver meu pai'", disse o cabo da Polícia Militar, Milton Batista.

Outro baleado também é membro da Mancha Alviverde. Olival Manoel Tibúrcio Júnior, 23, levou um tiro no ombro direito. Ele não corre risco de morte. "Não gosto de briga, mas se a Gaviões vier provocar novamente vai ter confusão", disse seu irmão, o balconista Alexandre, 28, que esperava notícias no pronto-socorro e estava trabalhando na hora da briga.

Ainda há uma terceira vítima, não identificada, com traumatismo craniano, que seria um corintiano. Pelo menos mais seis pessoas deram entrada no hospital, feridas durante a confusão. A maioria apresentava escoriações por pauladas na cabeça, socos e pontapés nas pernas e costas.

Segundo o promotor da cidadania de SP, Fernando Capez, a Mancha Alviverde e a Gaviões podem ser extintas caso as investigações comprovem a participação de diretores das organizadas no tumulto ou se houve premeditação. Eles agora serão chamados a prestar esclarecimentos na polícia.

Os autores dos disparos ainda não foram identificados pela polícia, que deteve 54 pessoas suspeitas de participar da briga, todas com ingressos para o jogo. Destes, 24 eram da Mancha Alviverde e 27 da Gaviões. Todos seriam submetidos a exames residuográficos para detectar vestígios de pólvora nas mãos. Eles seriam submetidos também a exames de DNA. Depois disso, seriam liberados.

A polícia vai pedir imagens da CPTM para tentar identificar os suspeitos. Foram apreendidas 12 barras de ferro, sete rojões, oito bombas caseiras e bola de bilhar.

O pai da vítima fatal, o autônomo Marcos Tadeu Borges, 49, estava com o filho no momento da confusão. "Ele morava em Bragança Paulista com a mãe e a irmã. Também sou palmeirense e iria ver o jogo com ele", disse.

"Viemos de trem de São Miguel e na estação Tatuapé teve a confusão. Centenas de corintianos deram de 20 a 30 tiros no metrô. Meu filho estava sem uniforme e acho que não me bateram por causa da minha idade. Era pessoal da Gaviões."

Um funcionário da CPTM, que preferiu não se identificar, disse que viu cenas de guerra e que os corintianos pularam as catracas, começaram a disparar tiros, jogar bombas e acertaram usuários.

No Morumbi, um palmeirense perdeu parte de três dedos ao tentar atirar uma bomba caseira nos torcedores do Corinthians.

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