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07/12/2005 - 10h05

CBF aumentou público do Nacional com "fantasmas"

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EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo

O público do Campeonato Brasileiro-05 foi inflado com quase 400 mil torcedores que não passaram nem perto dos estádios.

Isso porque a CBF contabilizou na sua estatística todos os ingressos comprados pela Nestlé. Só que nem todos esses bilhetes foram adquiridos pelos clientes da empresa, que trocavam os ingressos por produtos alimentícios.

Segundo a Nestlé, foram trocados 930 mil ingressos, ou 370 mil a menos do que a CBF lançou nos borderôs das quase 80 partidas que a multinacional comprou. A diferença representa 6,3% do total de público pagante, de 5.895.912.

Esse número pode ser maior, já que não necessariamente quem pegou o ingresso foi ao estádio.

A assessoria da empresa considera normal o encalhe de ingressos em alguns jogos. Dá como exemplo um jogo em Caxias do Sul no inverno, com temperatura negativa. Se o público real fosse considerado, a média do Nacional, de 13,7 mil torcedores, cairia para 12,8 mil. Assim, a edição não seria a de melhor bilheteria do século -a de 2002 teve 12,9 mil.

Em alguns casos, a diferença entre os torcedores dos borderôs e o público real foi imensa. Jogos do São Caetano e do Vasco são os maiores exemplos dessa situação.

No confronto do clube do Grande ABC contra o Coritiba, por exemplo, foram contabilizados 9.800 ingressos, a carga comprada pela Nestlé. Mas a empresa só trocou 2.236 cupons por seus produtos. Sobra maior aconteceu no duelo Vasco x Paysandu, em São Januário. Das 20 mil entradas lançadas no borderô, só 3.027 acabaram nas mãos dos torcedores.

Comemorando a marca de quase 1 milhão de trocas em seus jogos, o que rendeu quase 350 toneladas de seus produtos doados para instituições de caridade, a Nestlé quer continuar com a promoção na próxima edição.

"O índice de notoriedade ajudou no giro, na imagem da empresa. Estamos muito satisfeitos com os resultados deste ano", diz Mário Castellar, diretor de comunicação e serviços de marketing da multinacional de origem suíça, que já iniciou negociações para renovar o contrato.

Os valores pagos pela empresa variaram. Em alguns casos, especialmente o do Corinthians, o acordo não foi um bom negócio. Pelos jogos que comprou do clube, a Nestlé pagou R$ 150 mil, o que não chega à metade da média de arrecadação do time.

Já para equipes do porte do São Caetano a promoção foi ótima. O clube chegou a ganhar R$ 62 mil da Nestlé em cada um de seus jogos, ou mais do que o dobro da sua bilheteria média no torneio.

Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, quer que o acordo continue. "Pretendemos que a promoção em 2006 seja desde a primeira rodada [neste ano, começou na sétima], com a possibilidade de negociar parte dos ingressos."

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