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16/01/2006 - 09h46

Ferrari inicia preparo do Massa extrapista

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Madonna di Campiglio

Coberto por seu capacete, Felipe Massa, 24, tornou-se em três meses um ferrarista rodado. Desde o término da última temporada, nenhum piloto titular da F-1 treinou tanto como ele. Em circuitos da Espanha e da Itália, o brasileiro percorreu, entre outubro e dezembro, exatos 3.361 km.

Fora do cockpit, porém, Massa ainda engatinha. Começou apenas na última semana sua vida de "relações públicas" da mais mítica escuderia do automobilismo.

Na apresentação oficial do time, em Madonna di Campiglio, no norte da Itália, tirou o capacete e estreou como ferrarista de boné. O que pede uma preparação quase tão intensa como a anterior.

"É claro que me sinto mais confortável de capacete, mas numa equipe como a Ferrari a exigência é maior e você não tem muita opção, tem que estar preparado para trabalhar em todos os aspectos", disse Massa à Folha. "Estou aqui [no evento da equipe] também para aprender a lidar melhor com a imprensa, com os fãs, com essas exigências. Se isso tudo faz parte da profissão que eu amo, tenho que procurar fazer sempre o melhor possível."

Dessa preparação, fazem parte cursinho de inglês, aulas de esqui, treinos físicos e, principalmente, muita atenção aos mandamentos pregados pela cartilha ferrarista.

Integrantes da escuderia italiana, por exemplo, só podem falar com jornalistas se autorizados pela assessoria de imprensa. Em outros times, é normal o contato direto entre repórteres e pilotos.

Nessa área, o novato garantiu ao menos uma conquista em relação ao antecessor. A Ferrari permitiu que ele mantivesse um responsável pelo contato com a imprensa no Brasil, algo que Rubens Barrichello não teve e que é apontado pelo estafe de Massa como um dos motivos para o estremecimento de sua imagem.

Massa também ganhou pontos na última semana com a imprensa européia. Participou de todos os eventos de esqui promovidos pela Ferrari no encontro na estação de Madonna di Campiglio, perto da fronteira com a Áustria.

"Eu fiz umas aulas. Na terceira vez em que eu tentei, já consegui descer a pista mais difícil", disse.

Assim, na noite de quinta-feira, ele surgiu vestindo macacão, balaclava e capacete e participou, ao lado de Michael Schumacher, da descida de uma montanha carregando uma tocha. Anteontem, disputou uma prova de slalom. Em seis temporadas pela Ferrari, Barrichello, que não sabe esquiar, nunca se aventurou no evento.

"Em 2006, a Ferrari terá o piloto mais velho e um dos mais jovens correndo lado a lado. Acho que é uma boa combinação. E, apesar da pouca idade, o Felipe é maduro e já tem uma certa experiência na F-1. Nosso relacionamento começou muito bem", disse o heptacampeão mundial.

Diretor-geral do time, Jean Todt usou o mesmo adjetivo para descrever seu novo piloto. "Ele é maduro." Mas o francês prevê que Massa terá um ano complicado. Primeiro, de capacete: "É a primeira vez num time de ponta e logo de cara vai enfrentar Michael, o homem com a mais bela história do automobilismo". Depois, de boné: "Será um ano de muitas especulações sobre o nosso futuro e isso colocará ainda mais pressão sobre os seus ombros".

Nesta semana, Massa terá folga das duas frentes de trabalho. Retornará à Ferrari, de boné, no dia 24, em Mugello, para a apresentação do novo carro. Logo colocará o capacete, para iniciar os testes com o modelo --a data da estréia ainda não foi definida.

Até o primeiro GP com o time, no Bahrein, em março, acumulará mais alguns milhares de quilômetros sob o cinto do macacão e dezenas de compromissos comerciais e com a imprensa. Um misto de prazer e obrigação, de pé embaixo e, desde a semana passada, de palavras medidas. Com o rigor do vermelho Ferrari.

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