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17/01/2006
-
10h47
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Ex-presidente e atual vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite voltou a estampar o nome de sua empresa nas placas de publicidade estática dos estádios no Estadual do Rio. Deverá embolsar em torno de R$ 4 milhões até o fim do campeonato.
A empresa do dirigente, a Klefer, em parceria com a Sport Plus, que trabalha com marketing esportivo, e o governo estadual, participa do projeto "Rio Show de Bola", que visa arrecadar fundos para os clubes cariocas.
Segundo estimativas do governo estadual, o projeto poderá arrecadar até R$ 80 milhões, sendo que 10% deste valor servirá como pagamento das empresas parceiras, no caso a Klefer e a Sport Plus.
Para somar o valor estipulado, a parceria precisará arranjar empresas dispostas a comprar as oito cotas disponíveis, no valor de R$ 10 milhões cada uma.
Presidente do Flamengo entre 1995 e 1998, Leite voltou ao clube no final do ano passado para ajudar a equipe carioca a fugir do rebaixamento no Brasileiro. Na época em que assumiu o clube rubro-negro, a Klefer explorava placas de publicidade no Maracanã.
Setores da oposição do Flamengo questionaram a participação do dirigente no projeto.
Candidato derrotado pelo atual presidente Márcio Braga nas últimas eleições, Delair Dumbrosck disse que o fato é discutível. Segundo ele, o estatuto da agremiação proíbe que um dirigente tenha um contrato com o clube se for para obter lucro.
Nesse caso, a Klefer tem acordo com a federação do Rio, mas o Flamengo assina também o contrato como parte interessada.
"Não é ético. Podemos levar o caso para o Conselho Deliberativo, mas não acredito que tenha muito eco", disse Dumbrosck.
Procurado pela Folha, Márcio Braga não foi localizado até a conclusão desta edição.
O presidente da Suderj (Superintendência de Esportes do Estado do Rio de Janeiro), Francisco de Carvalho, que administra o estádio do Maracanã, é um dos principais críticos à forma como o projeto está sendo implantado.
Chiquinho da Mangueira, como Carvalho é conhecido, afirmara que as empresas poderão pagar o que quiserem pelas oito cotas e, mesmo assim, terão o mesmo percentual de isenção no ICMS --80%. Isso, segundo ele, poderia reduzir o ganho dos quatro grandes clubes do Rio, previsto em R$ 15 milhões para cada um.
Leite atacou o presidente da Suderj e chegou a dizer que, se fosse o governador, demitiria Carvalho por suas declarações.
Um especialista em Justiça Desportiva ouvido pela Folha, que preferiu não se identificar, declarou que a exploração de placas de publicidade estática dos estádios pela empresa do dirigente flamenguista não é ilegal do ponto de vista jurídico. Para ele, a irregularidade só ocorreria se a empresa negociasse a manipulação de resultados ou estampasse publicidade nas camisas dos clubes.
Ele disse que, se Leite tiver contrato com o estádio ou órgão público, não há ilegalidade.
Vice do Flamengo pode lucrar R$ 4 mi no Estadual do Rio
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Ex-presidente e atual vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite voltou a estampar o nome de sua empresa nas placas de publicidade estática dos estádios no Estadual do Rio. Deverá embolsar em torno de R$ 4 milhões até o fim do campeonato.
A empresa do dirigente, a Klefer, em parceria com a Sport Plus, que trabalha com marketing esportivo, e o governo estadual, participa do projeto "Rio Show de Bola", que visa arrecadar fundos para os clubes cariocas.
Segundo estimativas do governo estadual, o projeto poderá arrecadar até R$ 80 milhões, sendo que 10% deste valor servirá como pagamento das empresas parceiras, no caso a Klefer e a Sport Plus.
Para somar o valor estipulado, a parceria precisará arranjar empresas dispostas a comprar as oito cotas disponíveis, no valor de R$ 10 milhões cada uma.
Presidente do Flamengo entre 1995 e 1998, Leite voltou ao clube no final do ano passado para ajudar a equipe carioca a fugir do rebaixamento no Brasileiro. Na época em que assumiu o clube rubro-negro, a Klefer explorava placas de publicidade no Maracanã.
Setores da oposição do Flamengo questionaram a participação do dirigente no projeto.
Candidato derrotado pelo atual presidente Márcio Braga nas últimas eleições, Delair Dumbrosck disse que o fato é discutível. Segundo ele, o estatuto da agremiação proíbe que um dirigente tenha um contrato com o clube se for para obter lucro.
Nesse caso, a Klefer tem acordo com a federação do Rio, mas o Flamengo assina também o contrato como parte interessada.
"Não é ético. Podemos levar o caso para o Conselho Deliberativo, mas não acredito que tenha muito eco", disse Dumbrosck.
Procurado pela Folha, Márcio Braga não foi localizado até a conclusão desta edição.
O presidente da Suderj (Superintendência de Esportes do Estado do Rio de Janeiro), Francisco de Carvalho, que administra o estádio do Maracanã, é um dos principais críticos à forma como o projeto está sendo implantado.
Chiquinho da Mangueira, como Carvalho é conhecido, afirmara que as empresas poderão pagar o que quiserem pelas oito cotas e, mesmo assim, terão o mesmo percentual de isenção no ICMS --80%. Isso, segundo ele, poderia reduzir o ganho dos quatro grandes clubes do Rio, previsto em R$ 15 milhões para cada um.
Leite atacou o presidente da Suderj e chegou a dizer que, se fosse o governador, demitiria Carvalho por suas declarações.
Um especialista em Justiça Desportiva ouvido pela Folha, que preferiu não se identificar, declarou que a exploração de placas de publicidade estática dos estádios pela empresa do dirigente flamenguista não é ilegal do ponto de vista jurídico. Para ele, a irregularidade só ocorreria se a empresa negociasse a manipulação de resultados ou estampasse publicidade nas camisas dos clubes.
Ele disse que, se Leite tiver contrato com o estádio ou órgão público, não há ilegalidade.
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