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01/02/2006 - 10h42

CBF esquece compromisso de alterar Comissão de Arbitragem

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SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo

Quatro meses depois de comprovadas manipulações de resultados no Nacional, quando disse que mudaria o apito brasileiro, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não cumpriu a promessa de promover alterações radicais na Comissão de Arbitragem, transformando-a em um colegiado.

Em setembro, o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, que era do quadro da Fifa, foi detido pela Polícia Federal após ser flagrado em gravações realizando acertos para fraudar jogos do Brasileiro, em esquema que envolvia apostadores e sites clandestinos.

A partir daí, Teixeira afirmou que se mobilizaria para fazer mudanças. Mas, até agora, as alterações no setor têm acontecido lentamente, quando ocorrem.

Só ontem o dirigente anunciou Djalma Beltrami (RJ) e Wilson Seneme (SP) como novos árbitros do quadro da Fifa. Substituem Carvalho, afastado há quatro meses, e Márcio Rezende, aposentado em dezembro.

Mas a mudança mais alardeada pela CBF era a transformação da Comissão de Arbitragem num órgão mais democrático, o que continua no papel por culpa de Teixeira. Por enquanto, só Édson Rezende assumiu como presidente.

"Os nomes todos já estão com o presidente. Estou apenas aguardando a decisão dele", disse Rezende. A lista foi entregue para Teixeira em novembro de 2005.

Nomeado pelo dirigente em outubro, o novo presidente da comissão substituiu Armando Marques. Centralizador, o antecessor pediu demissão dias depois de Carvalho ser preso pela polícia por manipular resultados. Sua saída teve como objetivo evitar o afastamento que era dado como certo na cúpula da CBF.

Ao nomear Rezende, Teixeira prometeu dar mais transparência às ações da Comissão de Arbitragem. Na época, disse que os novos integrantes tirariam o poder de decisão de só um comandante.

"Quero muito contar com os novos integrantes, mas ainda não está dando. Com eles, vamos poder trabalhar melhor a parte técnica dos árbitros, além de ministra cursos de reciclagem para eles", disse Rezende.

Na prática, o chefe dos juízes, que era membro da antiga comissão, não tem tido autonomia para tomar as principais decisões do departamento. Vice-presidente do Comitê de Arbitragem da Fifa, Teixeira centralizou o poder depois da prisão de Carvalho.

Tanto que Beltrami e Seneme foram escolhidos pelo dirigente, com indicações de Rezende. Ainda está nas mãos do presidente da CBF a implantação de projetos para aprimorar os juízes.

Para a Comissão de Arbitragem democrática, que planeja, Teixeira vai tentar convencer ex-árbitros famosos, que podem até substituir Rezende.

José Roberto Wright e Arnaldo César Coelho deverão ser chamados. O problema é que os dois resistem a assumir o cargo. Amigo de Teixeira, Wright já recusou a comissão no ano passado.

Ao anunciar os novos árbitros da Fifa, o dirigente entregou insígnias da entidade mundial para 26 juízes e auxiliares do quadro da entidade. Foram dez árbitros, dez bandeiras e seis mulheres que apitam no feminino. Em entrevista rápida, o dirigente não falou sobre a promessa de mudar o órgão.

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