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09/03/2006 - 10h31

Ronaldo cai, Real apaga e casamento desmorona

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da Folha de S.Paulo

A crise de um casamento, que parece irreversível, exposta no campeonato que deveria celebrá-lo. Foi o que aconteceu ontem em Londres, onde o Real Madrid empatou sem gols com o Arsenal e se despediu mais uma vez de forma precoce da Copa dos Campeões da Europa, o que virou regra depois que Ronaldo, 29, chegou ao clube mais vitorioso do torneio.

A irritação do atacante após a partida era evidente. Sobrou até para Pelé, que dias antes dissera que coisas extra-campo estavam atrapalhando o futebol de Ronaldo. "Não devemos dar atenção a ele", rebateu o atacante madridista. "Quando me aposentar, não vou ficar dizendo coisas estúpidas."

Mais uma vez sem mobilidade, o atacante brasileiro encerrou de forma melancólica sua participação --não marcou nem sequer uma vez, o que nunca havia acontecido antes no mais importante torneio de clubes do planeta.

Desde que Ronaldo desembarcou em Madri, o Real acumula fracassos na Copa dos Campeões. E, para uma torcida que adora bradar seu domínio na Europa, isso é determinante para a cada vez mais iminente separação entre as partes que juraram amor há quatro anos (o contrato do atacante com o clube vai até 2008) e hoje não escondem o desejo de tomar rumos diferentes.

Ontem, como no primeiro jogo da série (vitória do Arsenal por 1 a 0 na Espanha), ele foi muito mal. Logo no início, teve uma chance clara com a cabeça, mas sua histórica deficiência nesse tipo de lance mais uma vez o atrapalhou. Depois, pouco participou e viu sua equipe ser eliminada nas oitavas-de-final por um rival que faz campanha ruim no Campeonato Inglês e nunca ganhou a Europa.

A escalação de Ronaldo era colocada em dúvida depois de uma semana conturbada --ele foi sacado da equipe que enfrentou o Atlético de Madri, ouviu críticas de Platini e Pelé e viu pipocarem notícias sobre uma briga no vestiário com o companheiro Guti.

E a pressão sobre ele deve aumentar. Logo após o jogo, os sites dos jornais espanhóis davam manchetes contando que o Real foi eliminado mesmo com Ronaldo. O tratamento era até jocoso.

No site oficial do Real, o esforço dos jogadores era destacado junto com uma foto do brasileiro caindo depois de um choque.

Fracasso brasileiro

Com Ronaldo, afundou o Real que apostou tudo no estilo brasileiro que consagra o grande rival Barcelona.

Contra o Arsenal, Cicinho, Robinho e Júlio Baptista começaram no banco --só os dois últimos entraram no decorrer da partida.

O Real, que já foi eliminado também da Copa do Rei e está a dez pontos do Barcelona no Espanhol, foi montado por Vanderlei Luxemburgo, demitido no final do ano passado junto com todos os auxiliares que levou para a capital espanhola.

A péssima fase fez até cair Florentino Pérez, o presidente que tinha relação íntima com Ronaldo e fez do clube uma máquina de produzir milhões e fracassos dentro de campo.

Com problemas no elenco, criticado por grande parte da torcida e sem o apoio de Pérez, Ronaldo, que só marcou dois gols pelo Real em 2006, tem boas chances de ficar na reserva, situação que preocupa o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira.

Com o mercado europeu já fechado, ele tem poucas opções de transferência no momento. A multa rescisória, superior a 100 milhões (R$ 260 milhões) é outro obstáculo.

Nas últimas semanas, Ronaldo disse que só após o fim da temporada européia iria decidir o seu destino nos próximos anos.

Para um clube já eliminado em duas competições e com chances remotas na única que resta, ele pode antecipar seu veredicto.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Ronaldo
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