|
Marcio
Fernandes/Folha Imagem
|
|
O
ensaísta José Gil durante a palestra sobre Fernando
Pessoa, realizada em 19 de abril no auditório da Folha |
A reflexão sobre a contemporaneidade da obra de Fernando Pessoa foi o ponto
central da palestra do ensaísta português José Gil, professor de filosofia
da Universidade Nova de Lisboa, promovida quarta-feira (19/4) pela Folha
e pela editora Relume-Dumará.
Na palestra, o ensaísta tentou mostrar que as inquietações que Pessoa apresentava,
já no início do século, estão presentes até hoje.
A janela e a cidade, temas recorrentes na obra de Pessoa, são preocupações
atuais. No "Livro do Desassossego", de Bernardo Soares _um dos heterônimos
de Fernando Pessoa_ o autor explora o que Gil divide em "bom desassossego",
uma inquietação que traga alegria, e "mau desassossego" _inquietação provocada
pelo medo de ser captado, capturado.
As trovoadas interiores do ser humano e os espaços físicos internos (como
o quarto e o escritório) também são recorrentes na obra de Fernando Pessoa
_qualquer que seja o heterônimo que assine a autoria do texto em questão.
Mas José Gil explica algumas diferenças. Segundo ele, por exemplo, enquanto
para Bernardo Soares as coisas têm signicados gerais, para Alberto Caeiro,
isso não acontece, e cada coisa adquire um significado único, subjetivo.
Em entrevista à Folha Online, José Gil afirmou que a receptividade da obra
de Fernando Pessoa no Brasil é boa. "Aqui, não vejo a concepção niilista
e negativa que os europeus atribuem à sua obra. As pessoas estão tentando
cada vez mais estudá-la e compreendê-la, talvez por uma característica própria
do brasileiro, por si só otimista e positivo."
Ao final, José Gil autografou exemplares do seu livro "Diferença e Negação
na Poesia de Fernando Pessoa", lançado no início de abril pela editora Relume-Dumará.
Leia mais
Quem é o autor
Leia trecho do livro
'Diferença
e Negação na Poesia de Fernando Pessoa'
|
|
|
|