ESTUDO COM PIPOCA

Andrzej Wajda

Diretor polonês, nascido em Suwalki, 1926. Durante a 2ª Guerra Mundial combateu na resistência; após o conflito estuda pintura na Escola de Belas Artes de Cracóvia, diplomando-se também em Cinema na Escola de Lodz.

Através de filmes literários analisa momentos históricos fundamentais, buscando símbolos nacionais ou recuperações ambientais que levam o espectador ao entendimento da Polônia contemporânea.

Dono de um complexo universo criador, no qual funde o expressionismo barroco com o realismo crítico, transita entre o materialismo e o humanismo socialista. Costuma opor o amor à morte, o heroísmo à loucura. Por outro lado, aparecem elementos simbólicos e trágicos, pitorescos e emotivos, eróticos e decadentes, românticos e nacionalistas, que apresentam uma estética singular, e dão um ar panfletário a alguns filmes.

Nos momentos que antecederam a crise do Leste europeu, na qual a Polônia teve importante papel com o sindicato livre Solidariedade, Wajda criticou o totalitarismo de esquerda em O Homem de Mármore (1976), sobre um operário vitimado pelo sistema socialista; depois, em O Homem de Ferro (1981), coloca-se favorável ao Solidariedade; em Danton (1982) traça uma aguda parábola da Polônia do general Jaruzelsky (comparado a Robespierre), que exige a cabeça de Lech Walesa, líder do Solidariedade (comparado a Danton), fazendo prevalecer o valor simbólico sobre o significado histórico. Esse filme lhe custaria o exílio da Polônia, até o colapso do Leste europeu (1989).