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  • - Teoria da comunicação


    DÍLSON CATARINO
    especial para o Fovest Online


    O homem, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. A palavra falada, a palavra escrita, os desenhos, os sinais de trânsito são alguns exemplos de comunicação, em que alguém transmite uma mensagem a outra pessoa. Há, então, um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras, gestos, desenhos, sinais de trânsito...). Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação e refere-se a um contexto, a uma situação.

    São, então, os seguintes elementos da comunicação:

    Emissor: o que emite a mensagem;

    Receptor: o que recebe a mensagem;

    Mensagem: o conjunto de informações transmitidas;

    Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem;

    Canal de Comunicação: por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar...;

    Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente;

    Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode estar atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, significa "ocorrência incerta, sem solidez".

    Temos, portanto, o seguinte:

    Denotação: É o uso do signo em seu sentido real.

    Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.

    Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a "abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween.

    Temos, portanto, o seguinte:

    Signo = significante + significado.

    Significado = idéia ou conceito (inteligível)


    Funções da Linguagem:

    O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, entre outros; conseqüentemente, a linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
  • Função Referencial
  • Função Conativa
  • Função Emotiva
  • Função Metalingüística
  • Função Fática
  • Função Poética
  • Obs.: Em um mesmo contexto, duas ou mais funções podem ocorrer simultaneamente: uma poesia em que o autor discorra sobre o que ele sente ao escrever poesias tem as linguagens poética, emotiva e metalingüística ao mesmo tempo.


    Função Referencial

    Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de função denotativa a linguagem jornalística e a científica.

    Ex.: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pêra.

    O texto acima tem por objetivo informar o que contém a cesta, portanto sua função é referencial.


    Função Conativa

    Ocorre a função conativa, ou apelativa, quando o emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação. É comum o uso do verbo no Imperativo, como "Compre aqui e concorra a este lindo carro".

    "Compre aqui..." é a tentativa do emissor de convencer o receptor a praticar a ação de comprar ali.


    Função Emotiva

    Quando o emissor demonstra seus sentimentos ou emite suas opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa, acontece a função emotiva, também chamada de expressiva.

    Ex.: Nós o amamos muito, Romário!!


    Função Metalingüística

    É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra.

    Ex.: Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as idéias para o papel, sinto-me realizada...


    Função Fática

    A função fática ocorre, quando o emissor testa o canal de comunicação, a fim de observar se está sendo entendido pelo receptor, ou seja, quando o emissor quebra a linearidade contida na comunicação. São perguntas como "não é mesmo?", "você está entendendo?", "cê tá ligado?", "ouviram?", ou frases como "alô!", "oi".

    Ex.: Alô Houston! A missão foi cumprida, ok? Devo voltar à nave? Alguém me ouve? Alô!!


    Função Poética

    É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares.

    Ex.:
    CLÍMAX

    No peito a mata
    aperta o pranto
    do olhar do louco
    pra meia-lua.

    O clímax da noite,
    escorrendo orvalho como estrelas,
    refletindo nas águas
    da cachoeira gelada.

    Cabeça caída, cabelos escorridos,
    pêlos eriçados pela emoção nativista.
    Segurem as florestas, mãos fortes,
    decididas!

    Ficar o vazio é não ter a noite
    é não ter o clímax.
    O clímax da vida!

    (Dílson Catarino)

    Pronto. A teoria da comunicação está totalmente estudada.

    Até mais ver.


    DÍLSON CATARINO é professor de língua
    portuguesa e poeta. Ele leciona em Londrina (PR).

    Fale com o professor: dilster@uol.com.br


     

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