Carlos Heitor Cony
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Capa do livro "O Primo Basílio", uma de suas principais obras, escrito por Eça de Queiroz, em 1878
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  25.nov.1945
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  Beatriz Berrini
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A crônica é como que a conversa íntima, indolente, desleixada, do jornal com os que o lêem: conta mil coisas, sem sistema, sem nexo; espalha-se livremente pela natureza, pela vida, pela literatura, pela cidade; fala das festas, dos bailes, dos teatros, das modas, dos enfeites, fala de tudo, baixinho, como se faz ao serão, ao braseiro, ou ainda de verão, no campo, quando o ar está triste.
(1876)
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ARTE
Obra de Eça de Queiroz é celebrada em peça de teatro e no cinema brasileiro

da Folha Online

O tema do adultério perpassa toda a grande literatura do século 19. O português Eça de Queiroz frequentou o assunto diversas vezes, mas foi na novela "Alves & Cia." que esse fino crítico retratou de modo mais compacto as relações entre o amor e os negócios no casamento burguês. Para conseguir esse efeito de condensação do sentido, criou um triângulo amoroso clássico, mas rico em desdobramentos dramáticos e morais: o comerciante Godofredo Alves, sua mulher Ludovina e seu sócio e amigo Machado.

O primeiro grande mérito do filme "Amor & Cia.", de Helvécio Ratton, lançado há dois anos, é o de transplantar com eficácia o argumento da novela para o ambiente social de Minas Gerais do final do século 19. Transplantar talvez nem seja o termo, pois no filme a história parece brotar naturalmente do solo mineiro. Contribuiu muito para isso, é claro, a escolha da cidade histórica onde foram feitas as filmagens (São João Del Rey), assim como o excepcional trabalho de direção de arte e cenografia (de Clóvis Bueno e Vera Hamburger). Trabalharam no filme Marco Nanini, Patrícia Pillar e Alexandre Borges.

No Festival de Brasília deste ano, "Amor & Cia." ganhou os prêmios de melhor filme, direção de arte e atriz (Patrícia Pillar).

Peça

A peça "Madame" estreou neste ano em São Paulo há um mês. Eva Wilma sobe ao palco junto da atriz portuguesa Eunice Muñoz. E, enquanto uma encarna Capitu, da obra "Dom Casmurro", de Machado de Assis, a outra interpreta Maria Eduarda, do romance "Os Maias", de Eça de Queiroz.

Portanto, além das duas importantes atrizes, a peça põe em cena dois dos maiores romancistas do realismo na língua portuguesa. A montagem, que já esteve em cartaz na cidades do Porto e Lisboa, leva a assinatura de Maria Velho da Costa e tem direção de Ricardo Pais.

O encontro da brasileira Capitu com a portuguesa Maria Eduarda é casual e tem como cenário a cidade de Paris. Envelhecidas e em exílio, as personagens aproximam-se para relembrar suas histórias de amor, ciúmes e traição. Conforme a ambiguidade do título ("madame" alude à mulher burguesa ou à prostituta?), o ar de mistério e dissimulação ainda marca as personalidades delas.

A peça divide-se em três partes. Além de interpretarem Capitu e Maria Eduarda, Eva e Eunice também dialogam sobre as protagonistas e as respectivas obras a que elas pertencem.

Na terceira parte do espetáculo, as atrizes interpretam as empregadas que acompanham Capitu e Maria Eduarda em Paris.


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De cima para baixo: O chamado "clube dos cinco", em 1884: da esquerda para a direita, Eça, Oliveira Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro; Eça com a filha Maria, a primogênita; Eça com Ramalho Ortigão; e Eça com sua mulher, Emília.