Carlos Heitor Cony
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Capa do livro "O Primo Basílio", uma de suas principais obras, escrito por Eça de Queiroz, em 1878
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  25.nov.1945
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A crônica é como que a conversa íntima, indolente, desleixada, do jornal com os que o lêem: conta mil coisas, sem sistema, sem nexo; espalha-se livremente pela natureza, pela vida, pela literatura, pela cidade; fala das festas, dos bailes, dos teatros, das modas, dos enfeites, fala de tudo, baixinho, como se faz ao serão, ao braseiro, ou ainda de verão, no campo, quando o ar está triste.
(1876)
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EÇA PARA JOVENS
Eça de Queiroz está sempre
nos vestibulares


GIOVANA GIRARDI
Coordenadora de Educação da Folha Online

O escritor português Eça de Queiroz é figurinha tarimbada nos vestibulares mais importantes do país e pode ter a sua presença ainda mais acentuada neste ano por conta do centenário de morte, que ocorreu no último dia 16.

Segundo a professora Izeti Fragata Torralvo, coordenadora de português do Colégio Bandeirantes, pelo menos nos vestibulares paulistas, o escritor é cobrado bastante. “A Fuvest pede sempre, desde 1977, e neste ano deve permanecer com questões sobre ele na primeira e na segunda fase. A Unicamp pede frequentemente também.”

Nos outros processos seletivos, a professora acredita que o centenário de morte pode inspirar questões relativas ao escritor. Mas ela salienta que ele, por si só, já é importante o suficiente para ser abordado nos exames. “É Machado de Assis na literatura brasileira e Eça na portuguesa.”

A Fuvest, que seleciona candidatos para instituições como USP, Unifesp e Santa Casa, pediu para o vestibular 2001 a leitura da obra “A Ilustre Casa de Ramires”, livro enquadrado na fase mais “madura e de bom senso” do escritor, como define Izeti.

Já a Unicamp cobra para o próximo vestibular a leitura de “O Crime do Padre Amaro”, livro polêmico, que “denuncia a degradação moral do clero”, afirma a professora. Segundo ela, esta obra se encaixa na época mais realista do escritor, quando ele também escreveu “O Primo Basílio” que, com uma linguagem bastante ácida, criticava a sociedade burguesa de Lisboa.

Para ela, é possível que a Fuvest elabore questões que busquem comparar as duas fases de Eça de Queiroz. “A Fuvest pode comparar o Eça mais sensato com aquele moço rebelde e ferino contra a sociedade portuguesa. Em ‘A Ilustre Casa’ é como se o escritor fizesse as pazes com as pessoas.” Segundo Izeti, esta obra é mais sofisticada.

De acordo com o coordenador de português do Curso e Colégio Objetivo, Francisco Achcar, o escritor foi um dos colaboradores para o início do português moderno, como é conhecido hoje.

Ele lembra também que Eça foi dos principais responsáveis pela introdução do realismo na literatura portuguesa. “‘O Primo Basílio’ (1878) foi um dos dois livros (sendo o outro ‘O Crime do Padre Amaro’, 1876, também dele) que mais colaboraram para desbancar o romantismo de Camilo Castelo Branco ou Júlio Dinis”, afirma.

Segundo ele, com as duas obras “instalam-se em Portugal novos padrões de arte e de visão da sociedade e da vida, padrões correspondentes à ‘Idéia Nova’ fervorosamente defendida por Antero de Quental e outros escritores portugueses que, não por acaso, foram contemporâneos de Eça de Queiroz nas classes de direito da Universidade de Coimbra”.


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De cima para baixo: O chamado "clube dos cinco", em 1884: da esquerda para a direita, Eça, Oliveira Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro; Eça com a filha Maria, a primogênita; Eça com Ramalho Ortigão; e Eça com sua mulher, Emília.