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POR ELE MESMO Um pensamento que é respeitado Leia uma seleção de frases ditas pelo escritor Jorge Amado e publicadas na imprensa durante sua carreira, feita pelo Banco de Dados da Folha de S. Paulo, e que destaca o pensamento de um gênio, muito respeitado no seu país em seus 88 anos de idade. Entre elas, uma que reflete sobre a memória do povo brasileiro: "Quando você morre em um país sem memória, imediatamente eles te esquecem. Quando eu morrer, vou passar uns 20 anos esquecido." Internacional Que prêmio a mais pode querer um escritor cuja obra é lida em mais de 30 idiomas." ISTOÉ, 08/10/1997 Jorge Amado, sobre o fato de nunca ter ganho o Prêmio Nobel. Fama Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia..." JORNAL DO BRASIL, 30/06/1997 Jorge Amado, na inauguração da Casa de Cultura de Jorge Amado em Ilhéus (BA). Texto Eu não corrigia nada, escrevia apressadamente, essas coisas de juventude. Mas os revisores colaboravam bravamente." FOLHA DE S.PAULO, 11/07/1996 Jorge Amado, 83, escritor, sobre os erros que estão sendo corrigidos por sua filha, Paloma Amado, em sua obra. Tieta no cinema Aceitei o convite com muita satisfação. O Cacá é um diretor muito talentoso. A Sônia é minha filha três vezes." FOLHA DE S.PAULO, 08/08/1995 Jorge Amado, escritor, sobre sua participação no filme "Tieta", estrelado por Sônia Braga, ontem em "O Globo". A vida A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta." O ESTADO DE SÃO PAULO, 18/08/1996 Jorge Amado, escritor, ao completar 84 anos. A elite Nossas elites são, de fato, extremamente preconceituosas, não merecem grande atenção." O ESTADO DE SÃO PAULO, 18/08/1996 Jorge Amado, escritor, sobre o preconceito das elites intelectuais brasileiras com relação à sua obra. Socialismo Acho que o socialismo é o futuro. A queda do muro significou o fim de ditaduras medonhas, que existiam em nome do comunismo, mas não eram comunismo na realidade. Acredito no avanço do homem em direção a um futuro melhor." JORNAL DO BRASIL, 04/08/1995 Jorge Amado, escritor, quando perguntado se continuava comunista. A França Mas creio que na França há mais respeito pela privacidade das pessoas. No Brasil existe carinho, muito carinho, nenhum respeito." O ESTADO DE SÃO PAULO, 22/07/1995 Jorge Amado, sobre sua mudança para Paris em busca de tranqüilidade para escrever um novo romance. Escrever Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de ver a vida." O ESTADO DE SÃO PAULO, 31/03/1995 Jorge Amado, escritor, comentando não escrever para ganhar prêmios quando da sua escolha para o Prêmio Camões. Sexo Para mim, o sexo sempre foi uma festa. Aos 82 anos, a festa é muito diferente do que era aos 20, aos 50, mesmo aos 60: é uma festa que é feita da experiência, do refinamento." FOLHA DE S.PAULO, 1994 Jorge Amado, escritor, aos 82 anos. Exílio A gerente, que nos conheceu bolcheviques convictos e marginalizados, não entende nada quando vê o Mario presidente e outros, ministros e escritores famosos." JORNAL DO BRASIL, 06/07/1993 Jorge Amado, escritor, sobre a convivência com Mario Soares na época do exílio, quando viviam em um hotel em Paris. Cultura Sou filho da cultura popular da Bahia e da cultura francesa. Esta é uma das minhas misturas." JORNAL DO BRASIL, 22/12/1992 Jorge Amado, escritor, sobre a exposição em sua homenagem no Centro Georges Pompidou, em Paris. Os 80 anos Um escritor aos 80 anos está começando a aprender a escrever." O ESTADO DE SÃO PAULO, 11/08/1992 Jorge Amado, escritor, ao completar 80 anos, sobre o ofício de escrever. Homenagem aos 80 Só na Bahia poderia se ver tanta gente festejando um homem que não é político, fazendeiro, rico, cardeal ou general." O ESTADO DE SÃO PAULO, 11/08/1992 Jorge Amado, escritor, sobre o show em homenagem aos seus 80 anos. Prêmio Nobel A coisa pior que pode acontecer a um escritor é ficar cavando prêmios." O GLOBO, 07/08/1992 Jorge Amado, escritor, ao responder se aspirava ao Prêmio Nobel de Literatura. Um Brasil melhor O que está acontecendo no Brasil é como uma coceira, muita gente pensa que é lepra, mas é só uma coceira, vai acabar." O GLOBO, 07/08/1992 Jorge Amado, escritor, ao responder se o Brasil tem condições de mudar para melhor. Em Salvador Na Europa, chamam-me de mestre, mas é caminhando pelas ruas de Salvador que eu me sinto à vontade." FOLHA DE S.PAULO, 05/08/1992 Jorge Amado, escritor, em Salvador, às vésperas de completar 80 anos. Cartas Aprendi, nos anos em que estive exilado na Europa, de 48 a 52, uma coisa que o brasileiro sabe pouco, que é responder cartas. Me custa muito tempo, mas ainda hoje faço um esforço para responder." JORNAL DA TARDE, 04/01/1992 Jorge Amado, escritor, sobre a correspondência com seus leitores. Publicação Mais difícil do que publicar um livro é escrever um bom livro." JORNAL DA TARDE, 04/01/1992 Jorge Amado, escritor, sobre a dificuldade de publicação para um jovem autor. Ditadura Acho que o mais terrível foi a degradação do caráter. Em relação a duas coisas. Você teve a tortura. Em segundo lugar, a ditadura institucionalizou a corrupção. Hoje, esse mal faz parte dos costumes." JORNAL DA TARDE, 04/01/1992 Jorge Amado, escritor, sobre as conseqüências da ditadura no Brasil. País rico e país pobre Mas enquanto houver miséria, enquanto houver Terceiro Mundo, pode ter certeza, meu amigo, que não haverá paz no mundo." JORNAL DA TARDE, 04/01/1992 Jorge Amado, escritor, sobre as diferenças entre países ricos e pobres. Humor O humor não é coisa da juventude. O jovem tem força criadora, elã, paixão, entusiasmo e ímpeto, uma coisa que depois você tem menos. Depois você tem a experiência, e o humor é da experiência." JORNAL DA TARDE, 04/01/1992 Jorge Amado, escritor, sobre a presença do humor na sua obra tardia. Pelourinho É necessário que os países do Primeiro Mundo entendam que é preciso preservar também cidades como Salvador, não apenas Roma ou Paris." O GLOBO, 08/11/1991 Jorge Amado, escritor, sobre a má conservação do Pelourinho em Salvador (BA). Literatura mundial Não acredito em literatura latino-americana, acho este termo muito colonialista. Mas cada país do continente tem sua literatura, muito boa, por sinal." O GLOBO, 08/11/1991 Quando de sua participação no júri do prêmio União Latina. Militância Para fazer uma coisa que não me diverte tenho que fazer um esforço muito grande." FOLHA DE S.PAULO, 06/07/1991 Jorge Amado, escritor, sobre como a militância no PCB lhe tomava o tempo da literatura. Memória Quando você morre em um país sem memória, imediatamente eles te esquecem. Quando eu morrer, vou passar uns 20 anos esquecido." FOLHA DE S.PAULO, 06/07/1991 Jorge Amado, escritor, sobre o ostracismo da obra de Érico Veríssimo e a produção literária brasileira atual. Religião Hoje, ser de outra religião que não a católica é um negócio ótimo, você até pode ser proprietário de rede de televisão..." FOLHA DE S.PAULO, 06/07/1991 Jorge Amado, escritor, sobre lei, de sua autoria, garantindo liberdade de culto quando deputado constituinte em 1946. Muro de Berlim O capitalismo conserva-se o mesmo sistema frágil e injusto, produtor de guerras, de miséria, baseado no lucro, na ânsia do dinheiro. São razões muito miseráveis." O GLOBO, 23/06/1991 Jorge Amado, escritor, sobre sua confiança no socialismo após a queda do muro de Berlim. Romance inacabado Histórias engraçadas e histórias trágicas. Porém, como tenho uma visão alegre da vida, guardo, sobretudo, a memória das coisas divertidas que me fizeram rir." JORNAL DA TARDE, 31/05/1991 Jorge Amado, escritor, sobre o que iria contar em seu romance inacabado "Boris, O Vermelho". Adaptação como violência 1 A adaptação de qualquer obra de um autor é sempre uma violência, mas considero as versões de meus romances para a televisão muito positivas, porque levam a obra a milhões de pessoas que não leriam o livro." O GLOBO, 16/09/1989 Jorge Amado, escritor, em Paris, após assistir os capítulos da novela "Tieta do Agreste" em videocassete. Adaptação como violência 2 A adaptação de uma obra literária para a televisão, cinema ou teatro, é uma violência contra o autor." FOLHA DE S.PAULO, 01/08/1989 Jorge Amado, escritor, sobre a roteirização de "Tieta do Agreste" para uma novela da TV Globo. Sobre escrever fora do Brasil Infelizmente eu não posso escrever um livro no Brasil. Para trabalhar eu preciso fugir." FOLHA DE S.PAULO, 05/11/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o assédio que sofre na Bahia e o impede de escrever. Dívida externa Vejo somente uma solução para a dívida externa no Brasil. Não pagar. Não vejo outra." FOLHA DE S.PAULO, 05/11/1988 Jorge Amado, escritor, sobre os problemas da economia brasileira. Novelas A novela leva a milhões de pessoas a imagem de personagens de romance, que ficariam restritas a públicos bem menores." O GLOBO, 29/10/1988 Jorge Amado, escritor, sobre as telenovelas. Ser o mais lido Eu me sinto mal. Porque eu acho que deviam ter 50 escritores mais lidos no Brasil." JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre como se sente sendo o escritor mais lido do país. Verdades Eu acho que o escritor verdadeiro é aquele que escreve sobre o que ele viveu." JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre a experiência como fator preponderante na sua obra. Futuro do país Eu sou muito otimista, muito. O Brasil é um país com uma força enorme. Nós somos um continente, meu amor. Nós não somos um paisinho, nós somos um continente, com um povo extraordinário." JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o futuro do Brasil. Democracia e socialismo Sem democracia não há socialismo." JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o caráter das revoluções posteriores à Revolução Russa de 1917. Socialismo 2 O socialismo não depende de você, nem de mim, nem de ninguém. O socialismo é a marcha inexorável da humanidade que marcha pra frente." JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre a inevitabilidade do socialismo como sistema político. Prêmio Nobel 2 Eu vou te responder. A minha resposta é a seguinte: eu acho prêmio em geral uma bestice." JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o Nobel não ter sido concedido a escritores brasileiros. Prêmio Nobel 3 Eu tive mais da vida do que mereci, do que pedi. Sou um homem muito feliz com a vida. JORNAL DA TARDE, 03/09/1988 Jorge Amado, escritor, sobre se não merecia o Prêmio Nobel de Literatura. Crítica Nenhum crítico ensina ninguém a fazer romance." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, quando perguntado se aprendeu alguma coisa com a crítica. Juventude 1 A juventude é um bem imenso que você não prolonga. A juventude se acaba, nem que você queira iludir-se com esse negócio de jovem de espírito. Jovem é jovem, ponto final." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, sobre escrever menos conforme o avanço da idade. Juventude 2 Pode haver muita deficiência no livro de um jovem, mas haverá também nele uma coisa fundamental - a força da juventude." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o ímpeto e impulso dos jovens escritores. Experiência Isto faz com que eu seja hoje um homem muito tranqüilo diante da vida e diante das coisas, otimista como sempre fui." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, sobre sua experiência de vida e seu convívio com grandes artistas e escritores. Engajamento Eu continuo firmemente pensando em modificar o mundo e acho que a literatura tem uma grande importância." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o engajamento em literatura. Diversão Acho que você não deve fazer nada que não o divirta, lhe dê prazer. Também não deve exercer um ofício, uma profissão para a qual é incompetente." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, sobre o fato de divertir-se escrevendo seus livros. Infelicidade Na realidade, o tema da infelicidade tem engendrado montanhas de livros horríveis, umas masturbações insuportáveis." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, quando perguntado se o motor da criação literária é a infelicidade. A máquina de escrever Continuo batendo com dois dedos e errando muito. Devo dizer que sou um dos homens mais incapazes do mundo. A lista de minhas incapacidades é enorme." JORNAL DA TARDE, 16/01/1988 Jorge Amado, escritor, quando questionado porque não trocava sua velha máquina de escrever mecânica por uma eletrônica. Diploma universitário Um instrumento anti-social e extremamente elitista." FOLHA DE S.PAULO, 22/06/1986 Jorge Amado, escritor, sobre a obrigatoriedade do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista. Brasil sério É sério, mas é surrealista." AFINAL, 22/10/1985 Jorge Amado, comentando a afirmação atribuída ao ex-presidente francês Charles de Gaulle de que o Brasil não é um país sério. Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online. |
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