ERIKA PALOMINO
especial para a Folha Online
A estilista Glória Coelho abriu o sábado do Morumbi Fashion com um desfile super colorido, que privilegiou imagens fortes de moda em lugar de roupas mais orientadas para o dia-a-dia.
Destacaram-se os vestidos de estrutura recortada, picotada e vazada, com grande sobreposição de camadas, às vezes usando 15 metros de tecido em resultado de muito impacto de passarela.
A idéia era a interpretação da estilista para o futuro, baseada numa visão de roupas infantis, que Glória brinca com seu filho, Pedro Lourenço.
O look das modelos remete à delicados e femininos andróides com pequenas placas metálicas.
As modelos caminharam hora com scarpans adornados com arames metálicos ou com sapatilhas, evolução dos tamancos holandeses usados pela estilista na última estação.
Entre os materiais escolhidos, organza sintética, um papel italiano de lavagem a seco e nailons especiais, desenvolvidos pela Amni. Foi uma explosão de cor.
Estamparia
Fause Haten fez o segundo desfile do dia com uma coleção bastante diversificada e várias idéias de moda, nem sempre congruentes.
De novo, a estamparia se sobressaiu, desta vez baseada em balas de criança, tipo delicado, presentes em botas, saias e em um dos melhores looks da coleção, um vestido sequinho de cintura alta e comprimento pelo joelho, sem mangas.
Outros bons momentos vieram nos crepes drapeados com cristais Swarovski.
Os looks com os grandes babados, que eram uma das propostas fundamentais do estilista, não deram tão certo assim, como o look amarelo que encerrou o desfile com a modelo Mariana Weick.
Oportunidade
O estilista mineiro Renato Loureiro teve uma ótima oportunidade de mostrar seu trabalho depois da excelente coleção do inverno anterior, mais as presenças de todo o casting de jornalistas estrangeiros presentes no Morumbi Fashion.
Durante o desfile, a editora Isabella Blow puxou várias vezes os aplausos, mas só obteve coro em uma delas.
Os melhores momentos da coleção foram as peças do início, como as saias de pontas desfiadas em vermelho, completando uma silhueta solta, bem anos 20 _como no vestidinho acinturado da modelo Raicha.
Ao som de Supertramp e Queen, o estilista brincou de anos 20 e anos 80, com leves pitadas japonistas na maquiagem e cabelo.
Nem precisava ter mostrado tantos vestidos tipo melindrosa moderna em renda preta. Podia ter ficado só com a mistura de materiais (renda, couro e cetim) numa mesma peça.
Quadrinhos
Reinaldo Lourenço encerrou o dia, começando seu desfile às 22h, inspirado pelas cores da pop-arte.
O trabalho de Robert Rauschemberg apareceu numa estampa como o recheio tipo história em quadrinhos, característico do artista norte-americano.
Reinaldo brincou com proporções e comprimentos. Com o uso de dois ventiladores logo abaixo da cabine de som, os vestidos, feito ponta de lenço azul, rosa e laranja ganhavam movimento e frescor.
Recortes no tecido feito escamas emprestavam textura de escamas aos tecidos e às estampas em preto, branco ou pink bem lavado. Outra estampa que se destaca é a de panteras, que abriu o desfile.
Como recurso de passarela, o estilista usou grandes borboletas sobre os vestidos ou sobre o short de couro do final.
e-mail: palomino@uol.com.br
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