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06/02/2001
-
21h44
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Folha de S.Paulo, no Rio
O chefe do subdepartamento técnico do Departameto de Aviação Civil (DAC), brigadeiro Renilson Ribeiro, afirmou hoje acreditar que o ultraleve Fascination D4 pilotado pelo músico Herbert Vianna caiu durante um rasante e não após um looping em Mangaratiba, no litoral sul do Rio, no último domingo.
"Pelos depoimentos e pela altura que ele estava, é impossível que ele tenha feito um looping ali", afirmou Ribeiro.
O brigadeiro disse que, segundo informações coletadas, o avião se acidentou ao tentar fazer um segundo rasante sobre a água, após uma curva para a esquerda.
O relatório do DAC sobre o acidente, entretanto, só deve ser divulgado em 30 dias. Não há prazo legal para sua conclusão.
Por enquanto, segundo Ribeiro, não se sabe se houve algum problema com o avião ou com Vianna no momento de fazer a curva antes do segundo rasante.
Ele também afirmou que ainda não é possível dizer se o avião se chocou com a água de bico, de cauda ou de lado.
Na verdade é possível até que o relatório não aponte as causas do acidente.
Um dos problemas para a conclusão da investigação é que o DAC considera os ultraleves avançados, como o Fascination D4, aeronaves experimentais.
Os ultraleves não estão submetidos a um controle ou a uma fiscalização tão rigorosa quanto a de um avião comercial.
Também não há troca de informação sistemática entre os organismos internacionais sobre problemas envolvendo aeronaves experimentais, como acontece em casos de acidentes com aviões comerciais.
"É difícil ajuizar a partir da análise só dos destroços, porque não há parâmetros", explicou Ribeiro.
A aeronave não tem caixa-preta, não tem registros da sua performance de vôo, nenhum dado sobre rotação, velocidade, altitude. Não tem nada."
O controle direto sobre os ultraleves e os pilotos é feito por entidades privadas, como clubes ou aeroclubes _que devem, obrigatoriamente, afixar em local visível o alerta de que o "vôo é por conta e risco próprios de seus ocupantes".
Em princípio, cada piloto deve se inscrever em um clube, que tem que se filiar à Abul (Associação Brasileira dos Ultraleves) _que os representa no DAC.
Mas DAC e Abul não se entendem sobre números básicos como número de ultraleves e de praticantes no país. Segundo Gustavo Albrecht, presidente da Abul, existem 2.954 ultraleves no país.
O DAC fala em 2.758. Enquanto a associação diz que existem cerca de 3.400 pilotos, o DAC calcula por volta de 4.000.
Segundo o DAC, ocorreram 15 acidentes do ultraleves no ano passado no Brasil. Em 2001, foram dois.
Ribeiro e Albrecht reconhecem a imperfeição das normas que regem o vôo de ultraleve e desde o ano passado estudam mudanças na legislação para tornar mais rigorosa a habilitação de um piloto de ultraleve.
Se for feita, será a oitava alteração desde 1983.
DAC não acredita que ultraleve realizou "looping"
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da Folha de S.Paulo, no Rio
O chefe do subdepartamento técnico do Departameto de Aviação Civil (DAC), brigadeiro Renilson Ribeiro, afirmou hoje acreditar que o ultraleve Fascination D4 pilotado pelo músico Herbert Vianna caiu durante um rasante e não após um looping em Mangaratiba, no litoral sul do Rio, no último domingo.
"Pelos depoimentos e pela altura que ele estava, é impossível que ele tenha feito um looping ali", afirmou Ribeiro.
O brigadeiro disse que, segundo informações coletadas, o avião se acidentou ao tentar fazer um segundo rasante sobre a água, após uma curva para a esquerda.
O relatório do DAC sobre o acidente, entretanto, só deve ser divulgado em 30 dias. Não há prazo legal para sua conclusão.
Por enquanto, segundo Ribeiro, não se sabe se houve algum problema com o avião ou com Vianna no momento de fazer a curva antes do segundo rasante.
Ele também afirmou que ainda não é possível dizer se o avião se chocou com a água de bico, de cauda ou de lado.
Na verdade é possível até que o relatório não aponte as causas do acidente.
Um dos problemas para a conclusão da investigação é que o DAC considera os ultraleves avançados, como o Fascination D4, aeronaves experimentais.
Os ultraleves não estão submetidos a um controle ou a uma fiscalização tão rigorosa quanto a de um avião comercial.
Também não há troca de informação sistemática entre os organismos internacionais sobre problemas envolvendo aeronaves experimentais, como acontece em casos de acidentes com aviões comerciais.
"É difícil ajuizar a partir da análise só dos destroços, porque não há parâmetros", explicou Ribeiro.
A aeronave não tem caixa-preta, não tem registros da sua performance de vôo, nenhum dado sobre rotação, velocidade, altitude. Não tem nada."
O controle direto sobre os ultraleves e os pilotos é feito por entidades privadas, como clubes ou aeroclubes _que devem, obrigatoriamente, afixar em local visível o alerta de que o "vôo é por conta e risco próprios de seus ocupantes".
Em princípio, cada piloto deve se inscrever em um clube, que tem que se filiar à Abul (Associação Brasileira dos Ultraleves) _que os representa no DAC.
Mas DAC e Abul não se entendem sobre números básicos como número de ultraleves e de praticantes no país. Segundo Gustavo Albrecht, presidente da Abul, existem 2.954 ultraleves no país.
O DAC fala em 2.758. Enquanto a associação diz que existem cerca de 3.400 pilotos, o DAC calcula por volta de 4.000.
Segundo o DAC, ocorreram 15 acidentes do ultraleves no ano passado no Brasil. Em 2001, foram dois.
Ribeiro e Albrecht reconhecem a imperfeição das normas que regem o vôo de ultraleve e desde o ano passado estudam mudanças na legislação para tornar mais rigorosa a habilitação de um piloto de ultraleve.
Se for feita, será a oitava alteração desde 1983.
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