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28/02/2001 - 04h10

Compositor será tema de dois documentários

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da Folha de S.Paulo

A vida e a obra de João Batista da Silva, ou João Pacífico, são tema de dois documentários que estão em fase de captação de recursos em São Paulo: "João Pacífico, o Poeta do Sertão", com direção de Sérgio Di Giulio e roteiro de Marcus Aurelius Pimenta, e "João Pacífico, o Caipira de São Paulo", de Paulo Weidebach, com roteiro de Daniel Brazil.

Di Giulio vai mesclar documentário e ficção em seu projeto. Contará a trajetória de Pacífico desde o nascimento, em Cordeirópolis (SP) -sob a sombra de um cafezal, reza a lenda, que será seguida no filme-, passando pelo desembarque na estação de trem da Luz, em São Paulo (1924), até os últimos anos de sua vida. "João era um homem iluminado, cativava a todos onde quer que chegasse", afirma o cineasta.

Filho de um maquinista de trem e de uma ex-escrava, Pacífico ouviu piano pela primeira vez quando sua mãe trabalhava na casa da irmã do compositor Carlos Gomes, Ana, em Campinas. O menino "treinava" os ouvidos atrás das paredes. Pacífico conheceu o poeta Guilherme de Almeida quando trabalhava como ajudante de lava-pratos na estação de ferro Santos-Jundiaí. Foi Almeida quem lhe deu o empurrãozinho para iniciar a carreira.

"O Poeta do Sertão" trará a representação romanceada da canção "Cabocla Teresa", sobre a trágica história de amor entre a musa e o enciumado Chico Mulato. Em 82, Sebastião Pereira já fizera um filme com o mesmo título da música. A produção também abordará o encontro de Pacífico com a dupla Torres e Florêncio. A primeira canção do autor gravada foi "Seu João Nogueira", em 1935, interpretada por Torres e Aurora Miranda. O filme de Di Giulio trará ainda depoimentos de amigos e do próprio Pacífico, com som e imagens recolhidos no sítio de Guararema.

"Vamos escolher uma composição inédita, fazer um arranjo e pedir para um artista famoso interpretá-la. Ao mesmo tempo, convidaremos algum jovem iniciante da música sertaneja para cantar um sucesso do João", afirma Di Giulio, que é publicitário, editou o documentário "Mehinaku - Message from Amazon" (2000) e estréia na direção.

"Queremos resgatar a importância do João Pacífico para a música de raiz,
que não pode cair no esquecimento." O projeto é orçado em R$ 1,2 milhão.

Em "João Pacífico, o Caipira de São Paulo", Paulo Weidebach, 30, quer priorizar locações em estúdio e pontuar a história do homenageado por meio das suas canções. "Eu sempre tive uma atração pela obra do João, pela perspectiva histórica do homem do interior que se destacou com uma poética única, um estilo que é só seu", afirma Weidebach.

O diretor também vai registrar a relação de amigos e artistas com o compositor, que foi casado com Deolinda, morta em 90, e teve um filho, João Batista Filho, o Tuca. A produção do filme vai custar R$ 80 mil. (VS)
 

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