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20/03/2001 - 14h08

Estrangeiros rompem tradição do Oscar em sua 73ª edição

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da France Presse, em Los Angeles

O Oscar jamais deu mostras de amor declarado pelos estrangeiros, muito menos se o idioma falado por eles não for o inglês. Mas a 73ª edição do prêmio poderá romper com essa tradição graças a um grupo de convidados "de fora", liderados pelo filme "O tigre e o Dragão".

O filme de Ang Lee, com diálogos falados em mandarim, é a produção estrangeira com mais possibilidades de receber prêmios em toda a história do Oscar e o primeiro asiático a concorrer como melhor filme.

"É assombroso que um filme chinês tenha dez indicações e esteja disputando para melhor filme", declarou o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Robert Rehme. "Acho que isso mostra como esse ano o Oscar está diversificado", disse.

Somente seis filmes estrangeiros - todos europeus - concorreram ao Oscar de melhor filme em toda a história do Oscar até este ano: "A Grande Ilusão", de Jean Renoir, "Z", de Costa Gavras, "Os Imigrantes", de Jan Troêll, "Gritos e Sussurros", de Ingmar Bergman, "O Carteiro e o Poeta", de Michael Radford, e "A Vida é Bela", de Roberto Benigni.

Nenhum deles levou o Oscar, mas também nenhum deles esteve tão perto quanto "O Tigre e o Dragão", eleito o melhor filme do ano pela Associação de Críticos de Los Angeles.

"Nem em meus sonhos mais disparatados pensei que este filme pudesse chegar tão longe", comentou Lee, cujo filme superou este final de semana os US$ 100 milhões nas bilheterias americanas.

Há até pouco tempo as legendas eram um enorme obstáculo para os filmes estrangeiros nos Estados Unidos, mas agora o público está mais disposto a ler as legendas".

O vice-presidente da Sony Classics, Michael Barker, declarou recentemente ao "Daily Variety" que em nenhum momento pretendeu distribuir "O Tigre e o Dragão" em versão dublada e explicou que muita gente que viu o filme sequer "lembrou que havia legendas nele".

Ang Lee, ignorado pela Academia em 1996 quando "Razão e Sensibilidade", seu primeiro filme falado em inglês, foi finalista em sete categorias, tem este ano a possibilidade de ganhar como melhor diretor.

O cineasta de Taiwan ganhou este mês o prêmio do Sindicato de Diretores americanos, provavelmente o melhor termômetro para o Oscar porque, em 53 anos de existência, errou apenas três vezes em suas previsões.

O filme de língua não inglesa mais premiado em 72 edições do Oscar foi o sueco "Fanny e Alexander", de Ingmar Bergman que, em 1984, ganhou três Oscar, além de melhor filme estrangeiro.

Apesar de não ser representante oficial de seu país, o filme italiano "Malena", de Giuseppe Tornatore, também é finalista este ano na categoria de melhor fotografia e melhor trilha sonora pela música composta por Ennio Morricone, que continua tentando ganhar seu primeiro Oscar. O filme francês "Vatel", de Roland Joffé, está disputando a melhor direção artística.

A francesa Juliette Binoche e o espanhol Javier Bardem são os outros dois candidatos de língua não inglesa desta edição ao Oscar de melhor atriz e ator. Binoche, vencedora do Oscar de melhor atriz coajduvante em 1997 por "O Paciente Inglês", espera repetir a façanha com seu papel em "Chocolate". Bardem disputa o prêmio por seu retrato do romancista cubano Reinaldo Arenas, em "Antes do Anoitecer".

O porto-riquenho Benicio del Toro aparece como o favorito na categoria de melhor ator coadjuvante por sua interpretação em "Traffic". Se vencer, será o segundo ator, depois de Robert de Niro em "O poderoso Chefão 2" (1974), premiado por um papel em outro idioma em um filme americano.

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