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01/12/2000 - 16h55

'102 Dálmatas' volta sem pinta de acabar

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da Folha de S.Paulo

Desde "O Poderoso Chefão 2", dificilmente uma continuação chega aos pés do original. Mas Hollywood não desiste. O caso de "102 Dálmatas", que estréia hoje no Brasil, tem uma agravante. Além de ser sequência, é sequência de um filme que já se baseava no desenho inspirado no livro. Entendeu?

Em 1961, Walt Disney resolveu criar uma animação baseada no romance "101 Dálmatas", de Dodie Smith (1896-1990). Fez uma obra-prima que desmamou muito marmanjo (um deles depois chegou a contar quantas pintas apareciam nos cachorrinhos: total de 6.469.952).

No Brasil, o filme foi muito exibido para a criançada nos cinemas "drive-in" das cidades onde os namorados sem lugar para ir ainda não tinham descoberto as maravilhas de um carro e um estacionamento com room service.

Então, 35 anos depois, os estúdios Disney fizeram a versão carne e osso. Pongo e Pepita viraram dois dálmatas de verdade, e a vilã Cruela Cruel (Cruella De Vil, no original) se deu muito bem na pele de Glenn Close.
Tão bem que esta fraca continuação é inteiramente colocada nas costas dela, ótima atriz, mas que não segura a tarefa de sustentar sozinha um filme de quase duas horas com roteiro fraco.

Cruela Cruel acaba de ser solta do sanatório em que estava, depois de ser curada pelo dr. Pavlov. Agora ela adora cachorros e odeia casacos de pele. Tanto que adota de cara um canil à beira da falência, tocado por Kevin (o ator Ioan Gruffudd, de "Titanic").

Ele vai se apaixonar pela oficial da condicional da vilã, Chloe (a linda, mas fraca atriz Alice Evans), que tem um dálmata filho de Pongo e Pepita, que acaba de ter quatro filhotes, entre eles uma complexada branquinha, que nasceu sem nenhuma pinta.

Mas o tratamento de Cruela vai por água abaixo quando ela houve as 12 badaladas do Big Ben (a história se passa em Londres)...

O filme não é uma porcaria absoluta só porque o diretor Kevin Lima (o mesmo do ótimo "Tarzan", do ano passado) cercou-se de bons coadjuvantes. Como Gérard Depardieu, engraçado de costureiro, e Eric Idle, ex-Monty Python, a voz de um papagaio que pensa que é um rotweiller.

Mas o oportunismo assim tão descarado irrita quem tem algum afeto por uma boa história, como a contada pelo filme original. Pior: há a ameaça explícita de que tem mais uma continuação vindo aí. Dessa vez com poodles...
 

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