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11/04/2001
-
08h05
CARLA NASCIMENTO
da Folha Online
As fãs da banda Backstreet Boys estão entrando em "guerra" para manter suas barracas na frente da fila no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, onde, nos próximos dias 5 e 6 de maio, acontecem os esperados shows do grupo.
Algumas garotas estão acampadas desde o último sábado (7) no portão do Anhembi.
O esquema do acampamento é quase espartano. Na briga para ver os ídolos de perto, nada é perdoado. Elas se dividiram em grupos e têm regras rígidas para guardar lugar na fila. Se uma das barracas ficar abandonada por um turno, esta vai para o final da fila. É claro que as "moradoras" das barracas transferidas brigam ferrenhamente para ter seu lugar de volta.
"Uma das meninas disse que ninguém ia se meter com ela quando ela estivesse com o 'doce dela'. Eu acho que ela tava falando de um canivete", diz Juliana Colla, 15, que brigou, junto das amigas, para garantir um dos primeiros lugares na fila.
Além do revezamento, elas também fizeram um "esquema de aliança". Algumas se conheceram na fila, comprando o ingresso, e como tinham o mesmo objetivo -acampar no local à espera do show- resolveram juntar esforços.
Foi o caso das estudantes Thaila Tidei, Monique Deak, Thaís Ximenes, Letícia Contai e Gabriela de Campos. "Nós nos conhecemos na fila e como é um grupo grande a gente pode se revezar. Quem estuda de manhã fica aqui à tarde e vice-versa. À noite a gente também se reveza", disse Monique.
Sem sorte
A mesma sorte não tiveram Núbia de Lima, 18, e Taís Ramirez, 18, que também conheceram as companheiras de acampamento na barraca, mas foram "abandonadas".
Chorando, Taís disse que abandonou o curso técnico de Turismo que estava fazendo no Senac e que havia investido todo o dinheiro que recebera pelas férias do consultório dentário onde trabalha para comprar o ingresso e a comida para ficar acampada até o dia do show.
"Eu estou chorando porque todo mundo fica falando que eu não vou aguentar ficar aqui até o final e isso às vezes desanima", disse a garota.
Taís e Núbia, as únicas do acampamento que estão 24 horas por dia no local, foram "abandonadas" pelas outras 16 companheiras de fila com quem fizeram o acordo de revezamento.
Por isso, elas estão usando o banheiro do auditório que fica em frente ao acampamento, mas não têm chuveiro à disposição. Elas vivem com uma dieta à base de pão e biscoitos, tiveram queimaduras na pele por causa da exposição diária ao sol e, para completar, segundo elas, um dos amigos de algumas das garotas do acampamento "anima" a noite colocando um "som" da banda no último volume, impedindo que elas durmam.
"A gente está aqui sem nada. Elas não vêm aqui nem trazer comida ou ficar aqui uma manhã ou tarde pra gente ir em casa tomar banho", afirmou Núbia.
Será que vale a pena tudo isso só para ver a banda? "Mesmo que eles venham aqui só pra dizer 'oi' já vale. Cada dia que passa eu fico mais certa disso", disse Taís, abraçada a uma volumosa pasta com recortes de matérias de revistas e jornais sobre o grupo.
Mais radical, Aline Caldeira da Silva, 19, abandonou o emprego que tinha na área de distribuição na empresa Souza Cruz para fica na fila do acampamento. Nem precisou perguntar se valia a pena.
Mas o que eles têm de tão especial? "Eles são os verdadeiros. Eles dançam bem, tocam bem, são humildes, pensam nas fãs e as músicas deles têm fundamento, falam de amor e deixam a gente bem", disse Monique. Ah, então é isso que faz dos Backstreet Boys este fenômeno!
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Fãs do Backstreet Boys entram em "guerra" de barracas no Anhembi
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da Folha Online
As fãs da banda Backstreet Boys estão entrando em "guerra" para manter suas barracas na frente da fila no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, onde, nos próximos dias 5 e 6 de maio, acontecem os esperados shows do grupo.
Rogério Cassimiro Acampamento na frente do Anhembi, em São Paulo |
O esquema do acampamento é quase espartano. Na briga para ver os ídolos de perto, nada é perdoado. Elas se dividiram em grupos e têm regras rígidas para guardar lugar na fila. Se uma das barracas ficar abandonada por um turno, esta vai para o final da fila. É claro que as "moradoras" das barracas transferidas brigam ferrenhamente para ter seu lugar de volta.
"Uma das meninas disse que ninguém ia se meter com ela quando ela estivesse com o 'doce dela'. Eu acho que ela tava falando de um canivete", diz Juliana Colla, 15, que brigou, junto das amigas, para garantir um dos primeiros lugares na fila.
Além do revezamento, elas também fizeram um "esquema de aliança". Algumas se conheceram na fila, comprando o ingresso, e como tinham o mesmo objetivo -acampar no local à espera do show- resolveram juntar esforços.
Foi o caso das estudantes Thaila Tidei, Monique Deak, Thaís Ximenes, Letícia Contai e Gabriela de Campos. "Nós nos conhecemos na fila e como é um grupo grande a gente pode se revezar. Quem estuda de manhã fica aqui à tarde e vice-versa. À noite a gente também se reveza", disse Monique.
Sem sorte
A mesma sorte não tiveram Núbia de Lima, 18, e Taís Ramirez, 18, que também conheceram as companheiras de acampamento na barraca, mas foram "abandonadas".
Chorando, Taís disse que abandonou o curso técnico de Turismo que estava fazendo no Senac e que havia investido todo o dinheiro que recebera pelas férias do consultório dentário onde trabalha para comprar o ingresso e a comida para ficar acampada até o dia do show.
"Eu estou chorando porque todo mundo fica falando que eu não vou aguentar ficar aqui até o final e isso às vezes desanima", disse a garota.
Taís e Núbia, as únicas do acampamento que estão 24 horas por dia no local, foram "abandonadas" pelas outras 16 companheiras de fila com quem fizeram o acordo de revezamento.
Por isso, elas estão usando o banheiro do auditório que fica em frente ao acampamento, mas não têm chuveiro à disposição. Elas vivem com uma dieta à base de pão e biscoitos, tiveram queimaduras na pele por causa da exposição diária ao sol e, para completar, segundo elas, um dos amigos de algumas das garotas do acampamento "anima" a noite colocando um "som" da banda no último volume, impedindo que elas durmam.
"A gente está aqui sem nada. Elas não vêm aqui nem trazer comida ou ficar aqui uma manhã ou tarde pra gente ir em casa tomar banho", afirmou Núbia.
Será que vale a pena tudo isso só para ver a banda? "Mesmo que eles venham aqui só pra dizer 'oi' já vale. Cada dia que passa eu fico mais certa disso", disse Taís, abraçada a uma volumosa pasta com recortes de matérias de revistas e jornais sobre o grupo.
Mais radical, Aline Caldeira da Silva, 19, abandonou o emprego que tinha na área de distribuição na empresa Souza Cruz para fica na fila do acampamento. Nem precisou perguntar se valia a pena.
Mas o que eles têm de tão especial? "Eles são os verdadeiros. Eles dançam bem, tocam bem, são humildes, pensam nas fãs e as músicas deles têm fundamento, falam de amor e deixam a gente bem", disse Monique. Ah, então é isso que faz dos Backstreet Boys este fenômeno!
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