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02/05/2001
-
20h31
CARLA NASCIMENTO
da Folha Online
No primeiro dia da venda de ingressos para o show dos Backstreet Boys em São Paulo, cerca de 20 garotas - algumas se conheceram comprando os ingressos - resolveram garantir o melhor lugar para assistir ao show da banda e ficaram na fila já naquele dia esperando o protão abrir.
A notícia se espalhou e a calçada em frente ao Anhembi se transformou em um camping fora de lugar. A três dias do show, o acampamento, antes restrito à calçada do Anhembi, tem uma espécie de "anexo", batizado de "a ilha". Depois de lotarem a calçada, os cerca de 3.000 fãs, que se revezam nas 200 barracas, ocuparam também o canteiro central em frente ao estacionamento.
Nos primeiros dias o acampamento era formado exclusivamente por garotas. Os meninos foram chegando aos poucos e ainda são minoria, mas já se pode ver verdadeiros "clubes do bolinha".
Depois de várias brigas e discussões sobre lugar na fila, revezamento entre os integrantes das barracas e até ameaça de "maloqueiros" que não gostam da banda, os "acampados" conseguiram criar uma certa rotina e alguns arranjos para "viver" no local.
Os que não abandonaram escola e trabalho estabeleceram horários fazendo revezamentos com os companheiros de barracas. A alimentação para os desperevenidos está sendo resolvida com os produtos oferecidos pelos camelôs que chegaram junto com os fãs. Hoje encontra-se de quase tudo em frente ao estacionamento. Ambulantes vendendo faixas, posteres, cartazes e camisetas com fotos da banda concorrem com outros que vendem sanduíches, refrigerantes, água e salgadinhos.
Rotina na verdade é uma força de expressão. Cada dia acontece algo novo no acampamento. Ontem um grupo que faz cover da banda resolveu dar uma canja e fez um verdadeiro show em frente às barracas.
Nos dois últimos finais de semana um churrasco e a comemoração do aniversário de uma das acampadas também animou o lugar. Como se não bastasse, a paquera tem rolado solta. Monique Deak, 17, e Robson Silvestre, 19, são exemplos disso. Eles se conheceram na fila para comprar os ingressos e estão "ficando" até hoje.
Apesar de todas as barracas terem em média 20 pessoas, algumas garotas fazem questão de passar o dia inteiro no acampamento. Polyana Andrade, 16, que está no último ano do ensino médio, diz que só foi à escola duas vezes desde o dia 7 de abril. "É tão legal ficar a qui. A gente conhece gente diferente", diz. E a escola? "Eles são uma vez por ano e a escola são 365 dias e tem todo ano".
Mães do acampamento
A instalação de barracas no canteiro central em frente ao estacionamento já recebeu até nome, "a ilha". No entanto, o excesso de gente levou a dona-de-casa Zildene Castro a se juntar à filha Daniela e à sobrinha Natacha na barraca número 9.
A rotina de Zildene mudou desde o dia 10 de abril. "Eu não pude ir ao enterro da minha sogra na Argentina para ficar aqui. A minha caixa postal vive lotada de recados e a minha casa está de pernas para o ar", diz.
Uma das providências de Zildene foi criar senhas para garantir "o controle das crianças na fila". "É difícil porque os adolescentes não cooperam".
Além de Zildene, outras donas-de-casa se transformaram em "mães do acampamento". Uma outra mãe gastou R$ 300 para fazer as 1.200 senhas.
Zildene vai assistir ao show de sábado, mas pretende organizar a fila também no domingo. Hoje ela vai tentar organizar as barracas da "ilha", "mas está difícil", diz.
Leia mais notícias sobre o Backstreet Boys
3.000 fãs se aglomeram em "fila" no Anhembi para ver Backstreet Boys
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da Folha Online
No primeiro dia da venda de ingressos para o show dos Backstreet Boys em São Paulo, cerca de 20 garotas - algumas se conheceram comprando os ingressos - resolveram garantir o melhor lugar para assistir ao show da banda e ficaram na fila já naquele dia esperando o protão abrir.
A notícia se espalhou e a calçada em frente ao Anhembi se transformou em um camping fora de lugar. A três dias do show, o acampamento, antes restrito à calçada do Anhembi, tem uma espécie de "anexo", batizado de "a ilha". Depois de lotarem a calçada, os cerca de 3.000 fãs, que se revezam nas 200 barracas, ocuparam também o canteiro central em frente ao estacionamento.
Nos primeiros dias o acampamento era formado exclusivamente por garotas. Os meninos foram chegando aos poucos e ainda são minoria, mas já se pode ver verdadeiros "clubes do bolinha".
Depois de várias brigas e discussões sobre lugar na fila, revezamento entre os integrantes das barracas e até ameaça de "maloqueiros" que não gostam da banda, os "acampados" conseguiram criar uma certa rotina e alguns arranjos para "viver" no local.
Os que não abandonaram escola e trabalho estabeleceram horários fazendo revezamentos com os companheiros de barracas. A alimentação para os desperevenidos está sendo resolvida com os produtos oferecidos pelos camelôs que chegaram junto com os fãs. Hoje encontra-se de quase tudo em frente ao estacionamento. Ambulantes vendendo faixas, posteres, cartazes e camisetas com fotos da banda concorrem com outros que vendem sanduíches, refrigerantes, água e salgadinhos.
Rotina na verdade é uma força de expressão. Cada dia acontece algo novo no acampamento. Ontem um grupo que faz cover da banda resolveu dar uma canja e fez um verdadeiro show em frente às barracas.
Nos dois últimos finais de semana um churrasco e a comemoração do aniversário de uma das acampadas também animou o lugar. Como se não bastasse, a paquera tem rolado solta. Monique Deak, 17, e Robson Silvestre, 19, são exemplos disso. Eles se conheceram na fila para comprar os ingressos e estão "ficando" até hoje.
Apesar de todas as barracas terem em média 20 pessoas, algumas garotas fazem questão de passar o dia inteiro no acampamento. Polyana Andrade, 16, que está no último ano do ensino médio, diz que só foi à escola duas vezes desde o dia 7 de abril. "É tão legal ficar a qui. A gente conhece gente diferente", diz. E a escola? "Eles são uma vez por ano e a escola são 365 dias e tem todo ano".
Mães do acampamento
A instalação de barracas no canteiro central em frente ao estacionamento já recebeu até nome, "a ilha". No entanto, o excesso de gente levou a dona-de-casa Zildene Castro a se juntar à filha Daniela e à sobrinha Natacha na barraca número 9.
A rotina de Zildene mudou desde o dia 10 de abril. "Eu não pude ir ao enterro da minha sogra na Argentina para ficar aqui. A minha caixa postal vive lotada de recados e a minha casa está de pernas para o ar", diz.
Uma das providências de Zildene foi criar senhas para garantir "o controle das crianças na fila". "É difícil porque os adolescentes não cooperam".
Além de Zildene, outras donas-de-casa se transformaram em "mães do acampamento". Uma outra mãe gastou R$ 300 para fazer as 1.200 senhas.
Zildene vai assistir ao show de sábado, mas pretende organizar a fila também no domingo. Hoje ela vai tentar organizar as barracas da "ilha", "mas está difícil", diz.
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