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13/05/2001 - 17h41

Arena pede benção ao centro em rito de passagem

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MARCELLA FRANCO
free-lance para a Folha de S.Paulo

Anunciada na semana passada, a ocupação do Teatro de Arena Eugênio Kusnet traz duas boas notícias: a primeira trata da proposta que os quatro grupos agora responsáveis pelo espaço oferecem durante seus seis meses de "contrato".

Profissionais da Cia. São Jorge de Variedades, Núcleo Bartolomeu, Companhia Bonecos Urbanos e Grupo Teatral Isla Madrasta têm como "cláusula obrigatória" o compromisso de "criar uma relação de troca com o centro da cidade", onde o Arena se localiza.

A segunda boa nova é que, para a entrega simbólica das chaves do teatro, as companhias organizam hoje um grande evento comemorativo, em que cabem performances, muita música e depoimentos de grandes profissionais do teatro, alguns deles com bagagem considerável de histórias sobre experiências no Arena.

"Esse teatro é patrimônio nacional", resume Lavínia Pannunzio, integrante do Núcleo Bartolomeu e uma das responsáveis pelo projeto de ocupação. "A festa de hoje é nosso ritual de passagem, queremos a bênção de todos os convidados."

E, para padrinhos, nada melhor que nomes como José Celso Martinez Côrrea, Gianfrancesco Guarnieri e Fauzi Arap. "Não chamamos só diretores porque viemos todos de grupos formados basicamente por atores que criam, que não vivem com a 'tirania' de uma direção", explica Lavínia.

Reunidos sob a proposta "harmonia na diversidade", os quatro grupos têm como meta desenvolver projetos que visem o contato com o centro e todo seu potencial criativo. "Estamos 'mamando' nessa região. Mas é importante que fique claro que não queremos apenas lançar um olhar antropológico, e sim interagir buscando idéias e transformando em arte tudo que o centro oferece."

A mão dupla, no entanto, ainda está em fase de desenvolvimento, e a trupe tem pela frente o desafio de definir qual será o "troco" oferecido durante os seis meses (prorrogáveis por outros seis) de ocupação.

"Não dá para 'chupar' e não devolver nada. Ainda não está definido o que faremos pela cidade, mas temos em mente algo como workshops ou coisas que possam transformar a vida das pessoas que têm algum tipo de relação com o centro", diz Lavínia.

Para abrir a nova programação, foi escolhido o espetáculo porto-riquenho "Una de Cal y una de Arena", com direção de Pedro Adorno, que logo depois segue para apresentações no Festival Internacional de Londrina (ver programa adicional nesta página).

A expectativa sobre o que vem a seguir também é grande. Para fazer jus à proposta de "harmonia na diversidade", os integrantes do Arena pretendem desenvolver trabalhos que culminem em um espetáculo conjunto e que confronte todas as linguagens defendidas por cada uma das companhias. "Vamos treinar muito para botar em cena nossas diferenças."

 

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