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22/06/2000 - 10h02

Leia trecho de "Devassos no Paraíso", de João Silvério Trevisan

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da Folha Online

em São Paulo

A Folha Online publica com exclusividade um trecho do Capítulo 2 do livro "Devassos no Paraíso", relançado após dez anos nesta semana em São Paulo por ocasião da Semana do Orgulho Gay, que termina no domingo.

Leia a seguir o trecho:

Capítulo 2

"Ser ou não ser homossexual"


Este livro não pretende discutir as "causas" da homossexualidade. Tal questão -que historicamente tem obcecado cientistas, psicólogos e juristas- parece-me dispensável e equivocada.

Quando perguntado a respeito, Jean Genet respondeu que buscar a origem da homossexualidade lhe parecia tão irrelevante quanto tentar saber por que seus olhos eram verdes.

As situações serão aqui abordadas a partir da homossexualidade enquanto fato consumado, sem precisar de justificação causal. Em outras palavras, pretendo me ater antes de tudo às vivências pessoais como dados inegáveis da realidade. Mas não posso me esquivar do fato de que, a partir da década de 1990, a ciência veio estudando, com redobrada energia, a origem da homossexualidade.

Alguns novos estudos bio-genéticos vieram reacender a velha teoria da homossexualidade congênita, que agora seria herdada por uma diferença cromossômica. Alguns cientistas bioquímicos e neurobiólogos americanos teriam constatado, num grupo de homens homossexuais, a existência de uma versão diferenciada do cromossomo X masculino, que possuiria uma região especial, batizada de Xq28, responsável pela tendência homossexual. Ser homossexual seria, portanto, uma marca genética imutável, tal como ser canhoto ou ter olhos e cabelos de determinada cor.

Além de não ter sido confirmada em experiências posteriores, a existência do "gene guei" levanta algumas dúvidas óbvias. Aceitando-se tal pressuposto, a prática bissexual seria impossível, pois a pessoa estaria geneticamente determinada a ser apenas homo ou heterossexual. E como explicar que, no decorrer de séculos, milhares de homossexuais não assumidos tenham conseguido ludibriar sua "vocação" genética para viver marital e socialmente como heterossexuais, até o ponto de nem serem percebidos?

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