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29/05/2001 - 04h46

Bienal: Mercado deve ter fusões, segundo editores

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SABRINA PETRY
da Folha de S.Paulo, no Rio

Fusões de grandes editoras nacionais, investimento de capital externo e aquisições de empresas brasileiras por grupos estrangeiros devem se tornar uma realidade no mercado editorial do Brasil.

Editores presentes na Bienal do Livro, que terminou domingo com recorde de público e venda, avaliam que esse panorama é resultado da crescente profissionalização do setor e da potencialidade de crescimento do mercado nacional, tido como um dos maiores da América Latina em termos de produção.

"À medida que o mercado editorial se profissionaliza, aumenta a competição, a necessidade de investimento e de qualificação. As editoras precisam se preparar para atender a essas demandas. As aquisições e fusões são duas das alternativas", diz Roberto Feith, da editora Objetiva, e diretor do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de
Livros). "Aquisições e fusões são um fato na economia. O mercado editorial brasileiro está seguindo a tendência mundial", afirma Eduardo Salomão, vice-presidente da Imago Editora.

Na opinião de editores, o mercado brasileiro é muito interessante para os estrangeiros, diferenciando-se dos demais pelo seu potencial de crescimento. "O mercado inglês, por exemplo, já está maduro. O brasileiro não", explica Feith, para quem o país pode triplicar seu mercado -cuja produção dobrou desde 1993.

A formação de blocos dominando o mercado editorial, como acontece na Espanha, por exemplo, ainda é uma realidade distante. "Eu não vejo isso acontecendo imediatamente. O mercado ainda não está amadurecido o suficiente", pondera Feith, para quem essa polarização não significa uma ameaça à diversidade ou à criatividade do mercado editorial.

Essa mudança de cenário não vai afetar as pequenas editoras, na opinião dos editores, na medida em que elas atuam em segmentos diferentes, dedicando-se a nichos específicos e servindo como complemento das grandes.

O crescimento do mercado esbarra na precariedade do sistema de distribuição brasileiro. Existem no país 800 livrarias, a maioria delas concentradas nas grandes cidades, mais precisamente nas áreas ricas. "Nós temos poucos pontos de venda, apesar de muitas livrarias estarem crescendo", diz Feith. A chegada de grupos estrangeiros, como a Fnac, e o investimento de capital externo também são sinais dessa carência.

Editores afirmam enfrentar dificuldades, devido à escassez, para fazer o livro chegar ao leitor. "Cada lançamento é uma batalha para encontrar pontos de venda", diz Salomão, para quem a preferência de muitos livreiros por best-sellers é outro empecilho.

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