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23/06/2001 - 12h30

Trajetória de Jorge Amado une literatura, política e exílio

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da Folha Online

Em 10 de agosto de 1912, nasce Jorge Leal Amado de Faria na Fazenda Auricídia, em Ferradas, no município de Itabuna, sul da Bahia, filho do comerciante sergipano João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.

De 1920 a 1926, faz o curso primário em Ilhéus e inicia o secundário no colégio jesuíta Santo Antônio Vieira, em Salvador, de onde foge para refugiar-se na casa do avô, em Itaporanga, no Sergipe. A partir de 1928, começa a freqüentar as rodas literárias e colaborar nas revistas "Samba", "Meridiano" e "A semana".

A década de 30 marca a mudança de Jorge Amado para o Rio de Janeiro, sua estréia na literatura e o início de sua militância política. Em 1931, inicia o curso de Direito na Universidade do Rio de Janeiro. No mesmo ano, lança "O País do Carnaval", seu primeiro romance.

Em 1933, é publicado o livro "Cacau", que tem a primeira edição, de 2.000 exemplares, esgotada em 40 dias. O livro é apreendido, mas liberado logo depois. No mesmo período, o autor aproxima-se do Partido Comunista. Com o lançamento de "Jubiabá", Jorge Amado alcança a consagração no cenário internacional, sendo, inclusive, elogiado por Albert Camus.

No entanto, pressionado por perseguidores políticos, sai do país e, do exílio, faz oposição ao Estado Novo. Em 1937, já filiado à Aliança Nacional Libertadora, é preso numa visita a Manaus e submetido a interrogatório. É deste mesmo ano o lançamento de "Capitães da Areia", o livro mais vendido do escritor.

De volta do exterior, em 1942, o autor é preso novamente. Ainda assim, é lançado na Argentina o livro "O Cavaleiro da Esperança", que só três anos depois seria publicado no Brasil. Ainda em 1942, Jorge Amado conhece Zélia Gattai, com quem se casa em 1945.

Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em São Paulo, em 1946, o escritor interrompe por curto período a atividade literária. Dois anos depois, tem o mandato cassado e volta ao exílio, desta vez em Paris. Em 1950, expulso de Paris, vai morar em Praga, de onde acompanha o lançamento de seus livros na União Soviética. No ano seguinte, recebe o Prêmio Stalin de Literatura, em Moscou. Volta ao Brasil em 1952.

No fim da década de 50 e durante os anos 60, Jorge Amado lança algumas de suas mais conhecidas obras, entre as quais "Gabriela, Cravo e Canela", "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água", "Os Pastores da Noite" e "Dona Flor e Seus Dois Maridos".

Sua eleição como membro da Academia Brasileira de Letras acontece em 1961 e, cinco anos depois, recebe a primeira indicação para o Prêmio Nobel de Literatura.

Nas décadas de 70 e 80, diversos livros de Jorge Amado são adaptados para o cinema e a TV, entre eles "Gabriela, Cravo e Canela", que se transforma numa das novelas de maior sucesso da televisão brasileira, e num filme estrelado por Sônia Braga e Marcello Mastroianni; "Dona Flor e Seus Dois Maridos", que ganha uma versão cinematográfica dirigida por Bruno Barreto; "Tieta do Agreste", obra em que se baseou a novela "Tieta", produzida pela Rede Globo de Televisão; e a minissérie "Tereza Batista Cansada de Guerra".

Em 1983, Jorge Amado recebe a maior condecoração da França, a comenda da Legião de Honra. Quatro anos depois, é criada a Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, em Salvador. O autor escreve uma espécie de autobiografia em 1992, sob o título "Navegação de Cabotagem". Em 1995, inicia-se o processo de revisão de sua obra por Paloma Costa, filha do escritor, e os livros ganham novo projeto gráfico. No mesmo ano, Jorge Amado recebe em Lisboa o Prêmio Camões, uma das mais altas distinções da língua portuguesa. Suas obras mais recentes são "A Descoberta da América pelos Turcos", de 1994, e o livro-conto "O Milagre dos Pássaros", de 1997.

Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado

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