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29/06/2000
-
21h02
FABIANE LEITE
repórter da Folha Online
O juiz Maurício Lemos Porto Alves, do Departamento Técnico de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, determinou a apreensão na MTV da fita original do videoclipe da música "Isto é uma Guerra", da banda de rap Facção Central, vetando sua exibição.
A apreensão foi determinada com base em representação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual de São Paulo, que acusou o videoclipe de incitar a prática de roubo a residências, veículos, agências bancárias e caixas eletrônicos, além de sequestros, porte ilegal de armas, libertação de presos mediante violência, latrocínio e homicídio, indicando sucesso nas operações criminosas.
Os promotores do Gaeco também acusam o vídeo de incitar o racismo, pois os criminosos representados no clipe são negros, e preconceito a moradoras da zona leste de São Paulo, que também são identificados como criminosos na fita.
Em seu despacho, o juiz diz que a apreensão da fita ajuda a coletar provas de para possível abertura de investigações. Também deverão ser apreendidos objetos relacionados à divulgação do clipe. Deverão ser expedidas cópias da fita para a Secretaria da Segurança e para o Ministério das Comunicações para que tomem providências, segundo o juiz.
O juiz também intimou a MTV a informar, no prazo de dez dias após o recebimento do comunicado, se há edição em CD ou LP e em fita de vídeo do clipe.
O promotor Márcio José Lauria Filho, do Gaeco, disse que, se a MTV continuar exibindo a fita, a emissora pode sofrer algum tipo de punição por meio de um processo na Justiça.
Outro lado
O vocalista do grupo de rap Facção Central, Eduardo, disse que houve um erro de interpretação da Justiça. Segundo ele, a intenção da música é mostrar que o criminoso pode afetar a sociedade se ela não se esconder atrás de um carro blindado, por exemplo. "A intenção da música é mostrar o criminoso dando um toque para a sociedade e mostrar que ela pode ajudar", afirmou.
Segundo ele, na próxima música a ser lançada no mercado, o grupo vai produzir um clipe para desfazer o mal-entendido. "Não Quero ser o Próximo Defunto" fala que os moradores da periferia não querem ser traficantes, não querem roubar, mas precisam, sim, de uma chance.
"Vamos mostrar que não fazemos apologia ao crime", disse. Eduardo afirmou que não sabe ainda se a gravadora independente Five Special vai ter dinheiro para recorrer da decisão. "É uma causa que a gente sabe que é perdida", disse.
Ele classificou a proibição como censura e "algo da ditadura". "Não chegaram na banda e perguntaram o que realmente queríamos", disse.
O Facção Central está no seu terceiro CD, mas é a primeira vez que o grupo teria um videoclipe exibido na MTV. O grupo é formado por Eduardo, 24, DumDum, 29, e Eric, 22, e representa a zona sul de São Paulo.
Ninguém da MTV foi localizado para falar do assunto.
Colaborou a redação da Folha Online
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Justiça veta vídeo de rap do grupo Facção Central na MTV
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repórter da Folha Online
O juiz Maurício Lemos Porto Alves, do Departamento Técnico de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, determinou a apreensão na MTV da fita original do videoclipe da música "Isto é uma Guerra", da banda de rap Facção Central, vetando sua exibição.
A apreensão foi determinada com base em representação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual de São Paulo, que acusou o videoclipe de incitar a prática de roubo a residências, veículos, agências bancárias e caixas eletrônicos, além de sequestros, porte ilegal de armas, libertação de presos mediante violência, latrocínio e homicídio, indicando sucesso nas operações criminosas.
Os promotores do Gaeco também acusam o vídeo de incitar o racismo, pois os criminosos representados no clipe são negros, e preconceito a moradoras da zona leste de São Paulo, que também são identificados como criminosos na fita.
Em seu despacho, o juiz diz que a apreensão da fita ajuda a coletar provas de para possível abertura de investigações. Também deverão ser apreendidos objetos relacionados à divulgação do clipe. Deverão ser expedidas cópias da fita para a Secretaria da Segurança e para o Ministério das Comunicações para que tomem providências, segundo o juiz.
O juiz também intimou a MTV a informar, no prazo de dez dias após o recebimento do comunicado, se há edição em CD ou LP e em fita de vídeo do clipe.
O promotor Márcio José Lauria Filho, do Gaeco, disse que, se a MTV continuar exibindo a fita, a emissora pode sofrer algum tipo de punição por meio de um processo na Justiça.
Outro lado
O vocalista do grupo de rap Facção Central, Eduardo, disse que houve um erro de interpretação da Justiça. Segundo ele, a intenção da música é mostrar que o criminoso pode afetar a sociedade se ela não se esconder atrás de um carro blindado, por exemplo. "A intenção da música é mostrar o criminoso dando um toque para a sociedade e mostrar que ela pode ajudar", afirmou.
Segundo ele, na próxima música a ser lançada no mercado, o grupo vai produzir um clipe para desfazer o mal-entendido. "Não Quero ser o Próximo Defunto" fala que os moradores da periferia não querem ser traficantes, não querem roubar, mas precisam, sim, de uma chance.
"Vamos mostrar que não fazemos apologia ao crime", disse. Eduardo afirmou que não sabe ainda se a gravadora independente Five Special vai ter dinheiro para recorrer da decisão. "É uma causa que a gente sabe que é perdida", disse.
Ele classificou a proibição como censura e "algo da ditadura". "Não chegaram na banda e perguntaram o que realmente queríamos", disse.
O Facção Central está no seu terceiro CD, mas é a primeira vez que o grupo teria um videoclipe exibido na MTV. O grupo é formado por Eduardo, 24, DumDum, 29, e Eric, 22, e representa a zona sul de São Paulo.
Ninguém da MTV foi localizado para falar do assunto.
Colaborou a redação da Folha Online
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