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07/08/2001 - 05h07

Obra celebra a cidade de Salvador

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da Agência Folha, em Salvador

Cantada em verso e prosa por grandes nomes da música brasileira, a Salvador descrita por Jorge Amado é a mais encantadora, mística, alegre e hospitaleira das cidades brasileiras.

Seus costumes, mistura de raças e de culturas, belezas naturais e arquitetura são pano de fundo para o desenrolar de histórias pitorescas sobre a vida de personagens inesquecíveis da literatura brasileira, como Tereza Batista, Quincas Berro d'Água, Pedro Arcanjo, Dona Flor e tantos outros.

O centro histórico da cidade -hoje revitalizado, após a recuperação de 700 de seus 3.000 casarões dos séculos 17 e 18- não só é detalhadamente descrito por Amado como sempre foi um dos locais preferidos do escritor.
Tanto que Amado chorou ao participar da inauguração da primeira etapa das obras de recuperação, em março de 1992.

"O centro histórico é o retrato mais fiel do espírito místico, alegre e festivo que envolve a Bahia e seu povo. A importância desse patrimônio não tem preço", disse Amado na solenidade de inauguração das obras.
Cenário de 14 dos 32 livros de Jorge Amado, as principais atrações turísticas da capital baiana estão concentradas em uma obra escrita há mais de 50 anos: "Bahia de Todos os Santos".

Embora tenha sido escrito quando Salvador possuía apenas 300 mil habitantes -atualmente a cidade tem 2,2 milhões-, "Bahia de Todos os Santos" mantém-se atual na descrição de paisagens, histórias, festas, igrejas, candomblés e nos problemas sociais.

Aliás, a capital baiana descrita por Jorge Amado não é apenas composta de belas paisagens, festas de largo e mulatas bonitas. O escritor também mostra o cotidiano dos miseráveis, dos bêbados e das prostitutas nos sobrados e casarões antigos de ruas pobres e sujas da cidade.

"Aos poucos esse guia foi se convertendo em uma espécie de enciclopédia da vida baiana", escreveu Amado, na apresentação da 40ª edição do livro, de 86.

A Salvador de Jorge Amado tem como principais cenários a rampa do Mercado Modelo (cidade baixa), as ladeiras do Pelourinho e as ruas do Carmo (centro histórico), o largo do Rio Vermelho (orla), a rua Chile (centro comercial), a Baixa dos Sapateiros (centro de comércio popular) e os terreiros de candomblé.

"Há poucos lugares inesquecíveis no mundo: a ponte Vecchia, em Florença, a Place des Grands Augustins, em Paris, a Piazza San Marco, em Veneza, certos recantos de Burges, a praça Dubrovnik, Monsarás, em Portugal, Samarkand, no Azerbaijão, e a Rampa do Mercado, na Bahia", afirmou o escritor em "Bahia de Todos os Santos".

A rampa do Mercado Modelo, onde pescadores e pequenos comerciantes vendem mariscos frescos, frutas, legumes e temperos, fica em frente ao Elevador Lacerda. O local é citado em quase todos os livros de Amado que falam de Salvador, especialmente em "O Sumiço da Santa" (1988), "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água" (1961) e "Mar Morto" (1936).

Antes de ter a saúde debilitada por problemas circulatórios, o escritor Jorge Amado também gostava de passear e tomar sorvete na Ribeira (cidade baixa), participar das festas do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, no Cabula (periferia), e de frequentar a casa dos amigos.

Os artistas plásticos Carybé, morto em 1997, Calasans Neto e Victor Gradim eram suas companhias preferidas para um bate-papo regado a petiscos baianos.

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