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08/08/2001
-
05h10
da Folha de S. Paulo
Por causa do horário, quando foi anunciada a morte de Jorge Amado a maioria dos jornais europeus já havia sido impressa. Na França, apenas o vespertino "Le Monde" trouxe reportagem sobre o escritor na edição de ontem.
O jornal dedicou ao assunto uma chamada na capa, com o título "Jorge Amado morreu". O texto afirma que, havia anos, falava-se do escritor como provável ganhador do prêmio Nobel.
Internamente, o "Le Monde" dedica uma página a Amado, com um longo artigo do escritor e brasilianista Jean Soublin, cujo título é "Jorge Amado, liberador pela pena do povo brasileiro". Há também um texto da escritora Lygia Fagundes Telles, "O coração revoltado da nação".
Soublin recapitula a vida do escritor, fala de seu engajamento político, de suas relações com a França e da importância do povo, dos pobres e das mulheres em sua obra. Para ele, "Gabriela, Cravo e Canela" é a obra-prima do autor.
Em entrevista à Folha, Alice Raillard, que é tradutora de Jorge Amado na França e publicou um livro de entrevistas com ele, disse que o país sempre esteve atento à dimensão social da obra do escritor. "Jorge Amado é editado na França desde os anos 30. E, desde então, o que interessou às pessoas foi a sua literatura. Ao mesmo tempo, assim como seus livros, o homem Jorge Amado também foi muito estimado pelos franceses."
Na Inglaterra, Amado foi lembrado principalmente como um escritor que revelou o povo do Nordeste na literatura.
"O que mais me impressionou em sua obra foi a habilidade para criar personagens fortes de uma região do Brasil até então pouco retratada", disse Peter Ayrton, editor da Serpent's Tail, que lançou "Dona Flor e seus Dois Maridos" no Reino Unido.
"Jorge Amado foi um dos principais responsáveis pela propagação no exterior da imagem de mistura racial da sociedade brasileira. Levou para a literatura a imagem do povo do Nordeste", disse David Treece, diretor do Centro de Estudos da Cultura Brasileira, do King's College (Universidade de Londres).
Leia mais notícias sobre a morte de Jorge Amado
"Le Monde" dedica chamada na 1ª página a Jorge Amado
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Por causa do horário, quando foi anunciada a morte de Jorge Amado a maioria dos jornais europeus já havia sido impressa. Na França, apenas o vespertino "Le Monde" trouxe reportagem sobre o escritor na edição de ontem.
O jornal dedicou ao assunto uma chamada na capa, com o título "Jorge Amado morreu". O texto afirma que, havia anos, falava-se do escritor como provável ganhador do prêmio Nobel.
Internamente, o "Le Monde" dedica uma página a Amado, com um longo artigo do escritor e brasilianista Jean Soublin, cujo título é "Jorge Amado, liberador pela pena do povo brasileiro". Há também um texto da escritora Lygia Fagundes Telles, "O coração revoltado da nação".
Soublin recapitula a vida do escritor, fala de seu engajamento político, de suas relações com a França e da importância do povo, dos pobres e das mulheres em sua obra. Para ele, "Gabriela, Cravo e Canela" é a obra-prima do autor.
Em entrevista à Folha, Alice Raillard, que é tradutora de Jorge Amado na França e publicou um livro de entrevistas com ele, disse que o país sempre esteve atento à dimensão social da obra do escritor. "Jorge Amado é editado na França desde os anos 30. E, desde então, o que interessou às pessoas foi a sua literatura. Ao mesmo tempo, assim como seus livros, o homem Jorge Amado também foi muito estimado pelos franceses."
Na Inglaterra, Amado foi lembrado principalmente como um escritor que revelou o povo do Nordeste na literatura.
"O que mais me impressionou em sua obra foi a habilidade para criar personagens fortes de uma região do Brasil até então pouco retratada", disse Peter Ayrton, editor da Serpent's Tail, que lançou "Dona Flor e seus Dois Maridos" no Reino Unido.
"Jorge Amado foi um dos principais responsáveis pela propagação no exterior da imagem de mistura racial da sociedade brasileira. Levou para a literatura a imagem do povo do Nordeste", disse David Treece, diretor do Centro de Estudos da Cultura Brasileira, do King's College (Universidade de Londres).
Leia mais notícias sobre a morte de Jorge Amado
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