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26/10/2001 - 03h52

Ex-líder do Pink Floyd se apresenta em março em SP e no Rio

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ROGÉRIO SIMÕES
free-lance para a Folha, de Londres

Os fãs brasileiros do Pink Floyd já podem comemorar. A banda nunca se apresentou no país, o que não deve mesmo acontecer, já que a aposentadoria parece definitiva. Mas o antigo líder, Roger Waters, 58, criador de "The Wall", tem shows no Brasil marcados para março de 2002.

Waters levará ao Rio de Janeiro (dia 10) e a São Paulo (dias 12 e 13) seu "In the Flesh", show que satisfaz os sonhos dos apaixonados pelo Pink Floyd. "Another Brick in the Wall", "Mother", "Shine On You Crazy Diamond", "Time", "Money" e outros sucessos serão tocados, com uma parafernalha sonora e visual que se aproxima muito da banda original.

A turnê mundial terá 32 shows em quatro meses e será baseada no CD "In the Flesh" (2000), que registra shows nos EUA em 1999. "Voltei porque recuperei o amor por estar no palco", disse Waters.

Durante anos, o ex-baixista tentou decolar em carreira solo, enquanto seus ex-colegas de banda ganhavam milhões pelo mundo afora tocando versões requentadas de antigos sucessos.

Mas, se o Pink Floyd ainda existisse, Waters voltaria às grandes turnês? "Isso não afetaria a minha decisão", disse o cantor à Folha. "Poderia afetar os promotores dos shows. Se eu me apresentasse dois dias antes ou depois deles na mesma cidade, tornaria mais difícil a promoção do show deles."

Nos anos em que David Gilmour (guitarra), Nick Mason (bateria) e Richard Wright (teclados) usaram o nome da banda sem a sua participação, Waters tornou-se cada vez mais recluso. Ele diz que o Pink Floyd sem ele foi o mesmo que Paul McCartney e Ringo Starr tocarem juntos dizendo que são os Beatles.

Roger Waters, o gênio temperamental que fez da vida de David Gilmour e Richard Wright um inferno, é hoje um senhor sereno e simpático. Fala, até com bom humor, sobre seus ex-colegas de banda, o que há pouco tempo se recusava a fazer. Mas ficou irritado quando pediram que comparasse suas versões de "Wish You Were Here" e "Comfortably Numb" com as de David Gilmour. "Quem se importa? São ótimas músicas, só isso!"

Alguns dos sucessos do Pink Floyd tocados no show -como "Time", "Money" e "Mother"- perdem muito pela falta da voz e da guitarra de Gilmour.
Então, por que cantar as mesmas canções que o Floyd apresentava até pouco tempo atrás? Foram escolhidas com base naquilo que as pessoas querem ouvir? "Não", diz Waters de forma seca e desconfiada. "São as que quero tocar e que funcionam melhor ao vivo."

As faixas dos discos "The Wall", "The Dark Side of the Moon" e "Wish You Were Here" são os trechos mais óbvios e cansativos do CD "In the Flesh". Mas há faixas interessantes, como "Set the Controls for the Heart of the Sun", uma das melhores músicas da fase inicial, psicodélica, do Floyd.

Waters disse que não presta a mínima atenção no que é feito hoje no mundo da música pop e que raramente ouve alguma banda nova. "Meu filho me deu o "OK Computer", do Radiohead, e o álbum tem músicas realmente muito boas", disse. Ele elogiou a postura da banda e gostou de saber que o Floyd é uma forte influência no trabalho deles. "Esse York [Thom York, do Radiohead" segue seu próprio caminho. Se pessoas como ele dizem que são influenciadas pelo Pink Floyd, fico feliz."
 

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