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02/12/2001 - 03h57

"Casa dos Artistas" hipnotiza e causa tédio

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CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo

Meia hora por dia pode ser um tempo curto demais para quem gostaria de saber o palavrão inominável que Alexandre Frota usou para falar de Mari Alexandre (antes de os dois fazerem as pazes, claro), ver a produção mandar os participantes se trancarem no quarto das mulheres ou acompanhar passo a passo o churrasco feito com lenha na última quarta-feira.

Para as pessoas que, no último mês, entraram para o grupo dos viciados em "Casa dos Artistas" (o "reality show" do SBT), podem se considerar de alguma forma desocupadas e têm R$ 45 para gastar (isso se já tiverem uma assinatura da DirecTV, que custa cerca de R$ 300, mais mensalidade), o "pay-per-view" com transmissão de "Casa" 24 horas por dia veio a calhar.

Para essas pessoas, pode-se dizer que é confortante saber que os "artistas" estão ali, a um toque do controle remoto, para responder à incessante pergunta: "o que será que eles estão fazendo agora?". É só ligar a TV (se ela, em algum momento, foi desligada) para acompanhar na íntegra um bate-papo interessantíssimo sobre masturbação -estrelado por Frota- ou assistir sem cortes aos agarros de Supla e Bárbara na despensa.

Por outro lado, corre-se o risco de achar tudo um tédio enorme. Na maior parte do tempo, o que se vê na "Casa" são cenas de puro ócio, com os participantes deitados à beira da piscina ou no sofá. Isso quando a câmera não passa horas focalizando alguém dormindo.

Ainda assim, há quem tenha feito de "Casa dos Artistas" o assunto principal de seu dia, como a publicitária e ex-apresentadora de TV Rosana Hermann. Aficionada por "reality shows" desde o surgimento do primeiro "Big Brother", em 99 -"Assisti a todos pela internet"-, Hermann comprou o "pay-per-view" tão logo ele se tornou disponível. E, não contente em passar o dia com a TV ligada, criou um site
(tv.blig.ig.com.br) para relatar o que se passa na "Casa dos Artistas".

Lá, é possível ler coisas como "Descobri o livro que Mari Alexandre está lendo" e "Dá ciúmes a atenção que meu marido dá ao programa. Acho que, como eu, também está encantado por Patrícia Coelho".

"Quando a gente vê novela, sabe que a Jade (Giovana Antonelli) deixa de existir quando acaba a gravação. Na "Casa dos Artistas" não, eles são pessoas reais e sabemos que eles continuam lá, mesmo depois de o Silvio Santos dizer boa noite", diz Hermann. "Na minha casa, não conseguimos assistir a mais nada na TV."

No site de Rosana Hermann também é possível encontrar algumas reclamações sobre o que ela chama de "censura" da transmissão. De fato, não é porque o canal exibe os acontecimentos da casa o dia inteiro que o telespectador pode assistir a tudo. As cenas sempre são cortadas, por exemplo, quando os participantes começam a falar de alguém famoso.
Mateus Carrieri começa: "É um saco aquele Zeca Camargo...", mas não se pode ouvir o final da frase, pois corta para Patrícia Coelho lavando louça. Comentários sobre Silvio Santos ou sobre detalhes da produção do programa (a psicóloga que fica de plantão na casa, por exemplo) também são cortados.

Segundo Rodrigo Carelli, diretor de "Casa", isso ocorre porque "o enfoque é maior na intimidade dos artistas do programa do que de quem está fora dele".

Mesmo assim, ainda dá para se consolar com Bárbara tirando remela do olho ou Carrieri derrubando a alface no chão e colocando de volta no pote da salada.


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