16/12/2001 - 23h57

Grande vencedor de "Casa dos Artistas" é Silvio Santos

RICARDO FELTRIN
Colunista da Folha Online

SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

Silvio Santos cantarolou, brincou, leu jornais, ironizou a Globo, sincronizou os intervalos com a concorrência, entrou em "rede" com a Record e até transformou a propaganda de um carro, o Fiat Doblò, em um "evento".

Imbatível rei dos domingos há anos na TV, o dono do SBT só não fez chover no último dia da "Casa dos Artistas", que consagrou Bárbara Paz como a grande vencedora.

O programa do SBT, maior fenômeno de audiência do ano na TV, apesar de acusado de plágio pela Globo (cópia de "Big Brother", diz a emissora carioca), se tornou uma verdadeira "febre".

A média alcançada, de 48 pontos de ibope neste domingo (índice ainda não consolidado), foi só a ponta desse iceberg televisivo criado por Silvio Santos. E com picos de 55 pontos, um recorde (cada ponto vale por 80 mil telespectadores só na Grande SP).

Também em termos publicitários, "Casa dos Artistas" já está na história.

Sim, é verdade, das primeiras 20 maiores audiência da TV brasileira, a Globo continua a primeira em 17 ou 18 atrações. Mas "Casa dos Artistas" certamente foi o maior dos chacoalhões já dados na emissora da família Marinho.

Em uma época de vacas magras, com a receita publicitária das TVs em queda livre, Silvio Santos colocou no ar um produto barato e capaz de reduzir o impacto da crise econômica no balanço de sua emissora. Detalhe: não se deve esquecer que o homem do Baú acaba de sair de um episódio pessoal traumático: o sequestro de sua filha Patrícia Abravanel.

É certo que "Casa 2", ou mesmo "3", não fará tanto sucesso. A novidade é o aqui e agora. Afinal, o telespectador costuma se cansar dos formatos repetitivos _a exemplo do que ocorreu com "No Limite" (Globo).

Mas vale justamente pelo ineditismo: é possível imaginar a direção da Globo em pleno domingo, completamente atônita, sintonizando o SBT durante o "No Limite 3"... E assistindo ao comunicador Silvio Santos dando uma "aula" de como criar um fato social (fato, por que não?) e derrubá-la ao chão na audiência.

Agora cabe à Globo se levantar, tirar a poeira e dar a volta por cima. E não deverá ser com "Big Brother".

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