Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/12/2001 - 11h22

Elfos, magos e duendes invadem a Terra com obra de Tolkien

Publicidade

da Folha de S.Paulo

A influência de "O Senhor dos Anéis" não se limitou ao impacto provocado pela obra à época de seu lançamento: em meados dos anos 50 na Inglaterra e na década de 60, durante a explosão do "flower power" nos Estados Unidos.

Desde sua primeira edição, em 55, "O Senhor dos Anéis" só perde em vendas para a Bíblia e, ainda hoje, muitos jovens que tomam conhecimento do livro são abduzidos para um mundo fantástico, diverso e complexo, habitado por elfos, anões e dragões. Com isso, mais do que amantes de Tolkien, "O Senhor dos Anéis" conseguiu produzir, mesmo no Brasil, centenas de aficionados, que vivem em busca de detalhes e curiosidades sobre a história.

Muitos desses fãs remetem ao perfil típico do "nerd", como aqueles norte-americanos que se fantasiam de personagens da série "Jornada nas Estrelas" e se reúnem milhares e milhares de vezes para discutir o significado implícito de um gesto que o Dr. Spock fez no capítulo tal.

Mas isso não é uma regra, como defende Márcio Ribeiro, 23. "É muito complicado você se fechar e se bitolar nesse mundo de Tolkien. Não gosto de levar as discussões sobre o livro tão a sério. Fico incomodado quando as pessoas têm um raciocínio voltado só para isso", defende.

Márcio conta que Tolkien nem é seu autor preferido. "Gosto mais de Fernando Pessoa e de José Saramago". No entanto foi a obra do escritor inglês que o moveu a fazer coisas que nunca imaginara para si: "Achava muito estranho as pessoas se fantasiarem. Hoje, entrei para uma lista de discussões na internet e tenho até uma fantasia de Gandalf (um dos personagens do livro)".

A lista que Márcio frequenta, no site Na Toca do Hobbit (www.natoca.com.br), é uma das mais quentes sobre o tema. Foi lá que ele conheceu sua namorada, Camila Artoni, 21, que chegou a Tolkien ao descobrir que as músicas da banda de heavy metal Blind Guardian, da qual é fã, foram inspiradas nas obras do autor. "Existe vida inteligente e variada no mundo dos fãs, apesar do estigma de "nerd" ser bastante verdadeiro", admite.

Quem orquestra a lista -apenas uma de toda uma série que povoa a web- e promove encontros e reuniões entre seus participantes é a criadora do site, a carioca Daniela Freire, 24, que garante que a frequência é diversa, mas admite que a obra é perfeita para fugir da realidade. "Certamente é escapista. O universo criado por Tolkien é completo e verossímil em sua estrutura. A realidade é tão dura, que buscamos um mundo cheio de fantasia e magia. Existe gente que vê até duende por aí", brinca.

Entre os que conhecem "O Senhor dos Anéis" com tantos detalhes, há controvérsias em relação à idéia de transformar em filme uma história que só ganha vida na imaginação de cada um. A primeira parte da trilogia cinematográfica da obra já estreou na Inglaterra e nos EUA e chega ao Brasil no dia 1º de janeiro de 2002.

"Tolkien é tão detalhista e fundamentou tão bem sua obra que, quando refletida na tela, cada um já terá criado uma imagem particular da história em sua cabeça. Ninguém que leu o livro precisa de um filme para visualizar exatamente o que o autor descreve", afirma. Ainda assim, Daniela faz preparativos para a recepção do filme. "Mandei fazer uma roupa élfica e vou vesti-la na pré-estréia."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página