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25/12/2001 - 06h32

Diretor lançará versão mais longa do "Senhor dos Anéis" em DVD

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MARCELO STAROBINAS
da Folha de S.Paulo, em Londres

"O Senhor dos Anéis" marca uma radical mudança na carreira do diretor neozelandês Peter Jackson, 40. Conhecido até os anos 90 por sua imaginação "fértil" (no mau sentido), ele tem sido agora comparado a astros da ficção hollywoodiana como George Lucas ou Steven Spielberg.

Os grandes estúdios não costumavam se impressionar com o currículo de Jackson. Ele não passava de um estrangeiro excêntrico e de bom papo, autor de filmes sangrentos de terror como "Braindead".

Violência, drogas e muito sexo foram algumas de suas marcas registradas no início de carreira -não exatamente o que se esperaria de alguém convidado para levar ao cinema um clássico da literatura infanto-juvenil.

Mas Jackson sonhava com o grande público. Começou a mudar seu perfil em 94, ao deixar a violência gratuita de lado em "Heavenly Creatures" (Almas Gêmeas). Ainda assim, seu nome não chegava a encabeçar a lista dos "queridinhos" da indústria cinematográfica quando os estúdios New Line concordaram em bancar a tripla empreitada baseada na obra de Tolkien.

"É um dos maiores riscos que Hollywood já assumiu", disse o diretor, em entrevista da qual a Folha participou, em Londres.

Leia trechos a seguir.

Pergunta - Quais foram as maiores dificuldades na produção de "O Senhor dos Anéis"?
Peter Jackson
- O mais difícil foi escrever o roteiro. Com ele pronto já não foi tão difícil filmar. Trabalhamos três anos no roteiro. É como construir uma casa: você precisa dos arquitetos para desenhar a planta. Uma vez com a planta na mão, resta contratar as pessoas certas para executar o plano.

Pergunta - Dizia o senso comum que era impossível traduzir a obra de Tolkien para o cinema...
Jackson
- O processo de adaptar Tolkien -ou qualquer outro autor- passa por uma coisa fundamental: simplificação. Você exclui ou muda algo, mas, no geral, trata-se de um processo de simplificação da obra. No filme há sempre a espinha da história, o mote. No caso de "O Senhor dos Anéis" trata-se de Frodo e o anel: o que o anel causa a Frodo, o que o anel faz às outras pessoas, como Frodo responde a isso tudo. A proposta foi: se houvesse personagens e subtramas que não afetassem diretamente o eixo central narrativo, não estariam na história.

Pergunta - O sr. acredita que essa simplificação vai agradar àqueles que já são fãs dos livros de Tolkien?
Jackson
- Essa é uma pergunta que todos têm feito. Na realidade, ao fazer o filme, tive uma responsabilidade igual ou maior com aqueles que desconhecem Tolkien. Dois terços das pessoas que verão o filme nunca leram ou ouviram falar do livro. Os fãs sabem o que vai acontecer, enquanto aqueles que não leram verão a história se desenrolar sem saber o que vem em seguida.

Pergunta - Não é muito longo um filme de três horas de duração voltado ao grande público?
Jackson
- Tivemos versões do filme com três horas e meia. Há ótimas cenas que ficaram de fora. Em algum momento devemos fazer uma versão mais longa, para lançamento em DVD. Não há regras para a duração de um filme. Todos já vimos filmes de três horas que parecem durar 90 minutos e filmes de 90 minutos que parecem ter três horas.
 

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