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29/12/2001
-
19h32
da Folha Online
e da Folha de S.Paulo
Aos 39 anos, a cantora Cássia Eller morreu hoje às 19h05 após sofrer três paradas cardíacas na clínica Santa Maria, no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro.
A cantora tinha sido internada às 13h e chegou a ficar no CTI (Centro de Terapia Intensiva).
Segundo seu empresário, a cantora estava sentindo-se mal e reclamando de enjôos, devido ao excesso de trabalho. Os sintomas, segundo ele, seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho. "Ela está trabalhando muito. Em sete meses, fez mais de cem shows", dizia.
Ao chegar à clínica, Eller foi internada na unidade coronariana. Mas o empresário minimizava o fato. "Não havia quartos disponíveis na clínica. Eu pedi que ela fosse internada lá. Se só houvesse vaga no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), ela seria internada lá."
O boletim médico, assinado pelo diretor da clínica, Gedalias Heringer Filho, informa que Cássia Rejane Eller chegou à clínica "com quadro de desorientação e agitação, tendo evoluído rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória".
O único boletim médico divulgado confirmou a morte da roqueira, mas não revelou a causa. A família ainda não se manifestou. A equipe médica, informou o boletim, fez três manobras de ressuscitação na cantora. Às 18h, o quadro se agravou, e Eller morreu uma hora depois.
De acordo com informações extra-oficiais, a morte da artista teria sido consequência de intoxicação exógena, o que significaria consumo em excesso de algum tipo de droga. Essa informação não havia sido confirmada pela clínica até o encerramento desta edição. O caso está sendo investigado pela 10ª DP (delegacia de polícia) de Botafogo.
Em entrevista em abril, Eller afirmava que já havia sido dependente de cocaína, mas que havia conseguido se livrar do vício. "Fiz um tratamento de desintoxicação, que durou de 98 a 2000. Encontrei Jesus, sigo com ele, limpinha", disse então a cantora.
Em seguida, contou como a droga estava interferindo em sua vida. "Estava me atrapalhando muito, a ponto de perder compromissos. Tinha criança dentro de casa, minha mulher não estava gostando. Fui eu mesma que quis fazer, foi legal."
Homossexual assumida, Cássia deixa um filho de oito anos, Francisco Ribeiro Eller, a quem ela chamava carinhosamente de Chicão. A roqueira vivia há 14 anos com Eugênia Vieira Martins. As duas se conheceram quando Eugênia estudava Letras na UnB (Universidade de Brasília) e trabalhava no Tribunal Superior do Trabalho.
O pai do menino era o baixista Otávio Fialho, morto em um acidente de automóvel, alguns dias antes do nascimento de Chicão.
Antes de iniciar a carreira artística, Cássia teve uma vida profissional bastante diferente. "Quando criança, queria fugir com o circo, mas acabei sendo garçonete e cozinheira, aos 18 anos, em Brasília."
Um ano mais tarde, ela foi para Minas Gerais e trabalhou como servente de pedreiro. "Fiz massa e assentei tijolos."
Quando voltou para Brasília, substituiu uma amiga como secretária no Ministério da Agricultura. "Fui demitida no terceiro dia. Aí resolvi só cantar."
Leia mais no especial Cássia Eller
Cássia Eller morre aos 39 anos no Rio
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e da Folha de S.Paulo
Aos 39 anos, a cantora Cássia Eller morreu hoje às 19h05 após sofrer três paradas cardíacas na clínica Santa Maria, no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro.
Folha Imagem |
A cantora Cássia Eller |
Segundo seu empresário, a cantora estava sentindo-se mal e reclamando de enjôos, devido ao excesso de trabalho. Os sintomas, segundo ele, seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho. "Ela está trabalhando muito. Em sete meses, fez mais de cem shows", dizia.
Ao chegar à clínica, Eller foi internada na unidade coronariana. Mas o empresário minimizava o fato. "Não havia quartos disponíveis na clínica. Eu pedi que ela fosse internada lá. Se só houvesse vaga no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), ela seria internada lá."
O boletim médico, assinado pelo diretor da clínica, Gedalias Heringer Filho, informa que Cássia Rejane Eller chegou à clínica "com quadro de desorientação e agitação, tendo evoluído rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória".
O único boletim médico divulgado confirmou a morte da roqueira, mas não revelou a causa. A família ainda não se manifestou. A equipe médica, informou o boletim, fez três manobras de ressuscitação na cantora. Às 18h, o quadro se agravou, e Eller morreu uma hora depois.
De acordo com informações extra-oficiais, a morte da artista teria sido consequência de intoxicação exógena, o que significaria consumo em excesso de algum tipo de droga. Essa informação não havia sido confirmada pela clínica até o encerramento desta edição. O caso está sendo investigado pela 10ª DP (delegacia de polícia) de Botafogo.
Em entrevista em abril, Eller afirmava que já havia sido dependente de cocaína, mas que havia conseguido se livrar do vício. "Fiz um tratamento de desintoxicação, que durou de 98 a 2000. Encontrei Jesus, sigo com ele, limpinha", disse então a cantora.
Em seguida, contou como a droga estava interferindo em sua vida. "Estava me atrapalhando muito, a ponto de perder compromissos. Tinha criança dentro de casa, minha mulher não estava gostando. Fui eu mesma que quis fazer, foi legal."
Homossexual assumida, Cássia deixa um filho de oito anos, Francisco Ribeiro Eller, a quem ela chamava carinhosamente de Chicão. A roqueira vivia há 14 anos com Eugênia Vieira Martins. As duas se conheceram quando Eugênia estudava Letras na UnB (Universidade de Brasília) e trabalhava no Tribunal Superior do Trabalho.
O pai do menino era o baixista Otávio Fialho, morto em um acidente de automóvel, alguns dias antes do nascimento de Chicão.
Antes de iniciar a carreira artística, Cássia teve uma vida profissional bastante diferente. "Quando criança, queria fugir com o circo, mas acabei sendo garçonete e cozinheira, aos 18 anos, em Brasília."
Um ano mais tarde, ela foi para Minas Gerais e trabalhou como servente de pedreiro. "Fiz massa e assentei tijolos."
Quando voltou para Brasília, substituiu uma amiga como secretária no Ministério da Agricultura. "Fui demitida no terceiro dia. Aí resolvi só cantar."
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