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10/01/2002 - 19h51

Cássia Eller estava alcoolizada e se machucando, diz percussionista

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FERNANDA DA ESCÓSSIA
SABRINA PETRY

da Folha de S. Paulo, no Rio

A percussionista Elaine Moreira, a Lan Lan, disse que, quando socorreu Cássia Eller, no dia 29 de dezembro, dia em que a cantora morreu, a cantora estava alcoolizada e num estado de autoflagelação, se machucando e chutando móveis.

"Ela estava muito alterada, deu um chute no ar-condicionado. Estava num processo de autoflagelo. Chorava muito", contou. Segundo ela, Cássia bateu com a cabeça na parede, chutou um vaso de plantas e um instrumento musical do filho Francisco, 8.

A percussionista afirmou que Cássia vinha num processo de depressão, dizendo que não estava sabendo lidar com o sucesso e o dinheiro. Para Lan Lan, Cássia pode ter entrado em crise depois de beber e talvez usar drogas, após um período de abstinência. "Às vezes ela tinha recaídas", disse a percussionista.

"Uma pessoa que já usou drogas não pode beber. Se a pessoa bebe, entra num processo de abstinência. Acho que sim, ela poderia estar passando por uma crise de abstinência", afirmou Lan Lan, que deu entrevista hoje à tarde após depor na 10ª Delegacia de Polícia, em Botafogo (zona sul).

Segundo ela, Cássia, depois de ter iniciado o tratamento de desintoxicação, ficava muito alterada mesmo se bebesse um copo de cerveja _o que ela havia voltado a fazer com frequência. "Ela disse para a gente: 'Eu agora não cheiro e não fumo, só estou bebendo' ", contou Lan Lan.

A percussionista confirmou ter visto uma secreção branca saindo do nariz de Cássia, quando ela chorava. Confirmou também que o médico Marcus Vinícius Gondomar de Oliveira contou ter ouvido de Cássia que ela teria cheirado um grama de cocaína. Ela negou que Cássia usasse drogas injetáveis. "Uma vez ela disse: 'Seringa, aqui não'", contou Lan Lan, apontando para o braço.

Apesar de tudo, a percussionista disse não saber o que matou Cássia. "Acho que chegou a hora dela. Eu não sei, é um mistério. Já passou tanta coisa pela minha cabeça... Hoje a gente estava depondo e um escrivão falou: 'Ah, Plasil, um filho meu uma vez quase morreu de Plasil'."

Foi esse o primeiro medicamento que Cássia tomou na clínica, para diminuir seu enjôo. "Perguntaram se eu ouvi o médico perguntar se ela era alérgica. Para mim não, não sei se perguntou para ela. Que eu saiba, a Cássia não era alérgica, mas isso, vai saber", afirmou.

Segundo ela, os médicos também perguntaram se Cássia tinha hábito de usar remédios tranquilizantes ou hipnóticos. "A Cássia não tomava remédios, só um tranquilizante natural", afirmou.

Lan Lan demonstrou surpresa com a piora de Cássia. Segundo ela, a cantora não entrou no hospital num estado de emergência. "Ela entrou para se hidratar, para no popular, curar uma ressaca."

"Ele [o médico] falou isso, ela não entrou lá em estado de emergência nem de overdose. Ele disse que estava com pressão normal, coração normal, tudo normal, a não ser o estado alcoólico e a hipótese que a gente falou para ele, de que ela tivesse cheirado cocaína", afirmou.

Depois dos primeiros atendimentos, os médicos avisaram da primeira parada cardiorrespiratória. "O médico falou que ela teve uma parada e que eles conseguiram reverter com muita dificuldade, que ela estava em semi-coma, toda entubada, no CTI. Aí pediram para chamar alguém da família dela", afirmou. A percussionista não quis admitir, porém, se viu alguma falha ou erro no atendimento dado a Cássia na clínica Santa Maria.

Lan Lan negou ter um romance com Cássia. Disse que era amiga tanto da cantora quanto de sua companheira, Eugênia Martins. Além de Lan Lan, a percussionista Thamyma Brasil, que ajudou no socorro a Cássia, prestou depoimento ontem na delegacia.

O delegado Antônio Carlos Calazans disse que os depoimentos foram coerentes e coincidiram com as declarações dadas por médicos e pelo empresário da cantora.

Saiba tudo no especial Cássia Eller
 

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