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03/02/2002 - 08h56

"O público esquece os ídolos com muita rapidez", diz Mayara Magri

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da Folha de S.Paulo

Longe das novelas desde 97, quando trabalhou em "Os Ossos do Barão" (SBT), Mayara Magri prepara-se para a estréia do musical "A Lista", de Oswaldo Montenegro, e montou uma escola de interpretação em Americana (SP).

"Foi uma escolha minha que coincidiu com os poucos convites feitos pelas emissoras", diz Mayara. Para ela, que trabalhou em várias novelas, os atores precisam acompanhar o ritmo das mudanças. "Na TV, tudo é cíclico."

A atriz tem uma teoria para explicar a renovação constante de ídolos. "Nos anos 80, um diploma da Escola de Artes Dramáticas (EAD) era o que importava. Atualmente, isso não diz muita coisa", conclui Mayara.

"O público esquece os ídolos com muita rapidez, estamos na época da superficialidade", afirma o ator Jayme Periard. Galã nos anos 80, ele fez na Record sua mais recente novela "Vidas Cruzadas" (2000). Ele agora atua na peça "Um Pijama para Seis", em cartaz em São Paulo.

"A profissão de ator não tem uma garantia de futuro tranquilo, por isso ele deve ter uma profissão paralela. Envelhecer dentro deste cenário é terrível", acredita Periard.

Estrela de novelas da Tupi nos anos 70 -já fez par romântico com Luiz Gustavo e Tony Ramos-, a atriz Márcia Maria hoje interpreta o pequeno papel da fofoqueira Rosinha na novela "Amor e Ódio" (SBT).

Ela abandonou as novelas no começo dos anos 90, para morar no exterior. Quando retornou, teve dificuldade para conseguir emprego: "Tentava conversar com diretores, mas não me recebiam."

Em determinado momento, sem dinheiro, Márcia começou a vender seus bens para sobreviver. "Cheguei à beira da loucura, mas tentei lembrar que sou uma boa atriz", afirma. Atualmente, ela dá aulas de interpretação em sua própria escola, em São Paulo.

Outros atores não conseguem nem papéis pequenos. Em uma tentativa de chamar a atenção, Narjara Tureta, a filha de Regina Duarte em "Malu Mulher" (79-80), foi a programas de TV contar que não consegue emprego.
Narjara foi contratada da Globo durante 20 anos. Ela conta que passa por dificuldades financeiras.

"No nosso caso, a situação é pior, porque o ator lida muito com a vaidade -é complicado ter que andar de ônibus", diz. Sem emprego, ela sobrevive com a ajuda de amigos. "Atuar é a única coisa que sei fazer na vida."

Narjara critica a "panelinha" no meio televisivo. "Quando os autores resolvem compor o elenco, escolhem apenas os amigos ou os atores mais novos."

Há também aqueles que sofrem da síndrome do sucesso momentâneo. Segundo o ator Taiguara Nazareth, que participou da primeira edição de "Casa dos Artistas" (SBT), o fator racial é um complicador. "Para os negros, são sempre oferecidos os mesmos papéis -motorista, escravo ou empregado", diz.

Após sua participação em "Presença de Anita", ele não foi contratado pela Globo e acabou entrando no "reality show" do SBT. Mas Nazareth acha que sua imagem ficou estigmatizada depois do programa.

Figura constante na São Paulo Fashion Week, ele não foi convidado a desfilar neste ano. "Falaram que "Casa dos Artistas" não é chique, e que isso ficou associado à minha imagem", afirma.

Mesmo sem convites para comerciais ou novelas, ele diz que não se arrepende. "Participar de "Casa dos Artistas" foi a melhor coisa que fiz na vida."
 

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