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22/02/2002
-
17h14
MARCELO BARTOLOMEI
editor de entretenimento da Folha Online
Rodrigo Carelli, 33, é o diretor que tem tirado o sono da Globo desde o ano passado, quando fez "Casa dos Artistas" no SBT. Para ele, o sucesso do programa é ser transparente com o público, fiel ao que acontece no set de gravação diariamente e não interferir no dia-a-dia dos participantes.
A "fórmula" de Carelli, mesmo que implícita, é um ataque ao "reality show" da concorrência. É que em "Big Brother Brasil", da Globo, os participantes são monitorados e orientados a todo momento pela produção do programa, que, mesmo que a emissora negue, influencia em todos os passos dos concorrentes, desde as conquistas até as discussões entre eles.
No programa global, os participantes convivem tanto com a direção que comentam várias vezes durante o dia o nome de J.B. Oliveira, o Boninho, responsável pela atração.
Carelli, publicitário formado pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), ficou nove anos na MTV, onde dirigiu Thunderbird, Maria Paula, Cuca, criou programas modernos e trabalhou sempre com a linguagem de videoclipe. Graças a isso, "Casa dos Artistas" tem um visual renovado e uma trilha sonora de dar inveja a qualquer outro programa fora do padrão de emissora teen.
Do tipo cinéfilo, ele fala sobre o programa, que terá mudanças na votação anunciadas neste domingo por Silvio Santos, do alto astral dos novos participantes da "Casa" e comenta como manter a audiência sem apelar para baixarias.
Ex-MTV, ele acredita que a fórmula do "reality show" ainda terá espaço na televisão brasileira nos próximos anos. "Sempre se consumiu fofoca", diz, sobre o voyeurismo atual na TV brasileira.
Confira a seguir trechos da entrevista com o diretor de "Casa dos Artistas".
Folha Online - Quais foram os erros e quais foram os acertos da primeira edição de "Casa dos Artistas"? O que continua e o que não vai mais haver nesta nova edição do programa?
Rodrigo Carelli - O programa continua o mesmo. Com relação à votação, continuaremos tendo os telefonemas do público, mas estamos preparando novidades que só serão anunciadas no próximo domingo, pelo Silvio.
Folha Online - Qual é a sua expectativa sobre os novos convidados da "Casa dos Artistas", sobre seus perfis e tipos?
Carelli - À essa altura, a nossa principal expectativa já foi confirmada - o alto astral e a criatividade da turma. Tentamos montar um elenco que fosse bem diverso mas que não fosse se estranhar e se dividir logo no começo, considerando que essa temporada durará mais tempo.
Folha Online - Quais os critérios que foram utilizados para escolha de elenco da nova edição de "Casa dos Artistas"? Haverá um novo Supla, uma nova Bárbara, um novo Frota e uma nova Mari Alexandre, por exemplo, "personagens" semelhantes aos da primeira edição? E como foi feita a escolha da primeira versão do programa?
Carelli - Não traçamos nenhum paralelo com a primeira Casa ao montar este novo elenco. Quanto à seleção da Casa 1, apesar de rápida e sigilosa, também foi baseada em critérios como diversidade e disposição para a empreitada.
Folha Online - Qual é a "arma" da "Casa dos Artistas" do SBT para combater a principal concorrente, a Globo, com o "Big Brother Brasil", programa de formato semelhante?
Carelli - A nossa arma é continuarmos sendo transparentes com o público, fiéis aos acontecimentos do dia na edição e nunca interferir no dia-a-dia dos participantes.
Folha Online - O programa foi um fenômeno de audiência e deu o pontapé inicial ao "reality show" na TV brasileira, que incentivou e aguçou o voyeurismo do brasileiro. Qual sua opinião sobre este comportamento?
Carelli - Sempre se consumiu fofoca. Claro que, ultimamente, o interesse por detalhes da vida privada de artistas vem se fortalecendo como uma tendência de mercado nas TVs (principalmente na programação da tarde) e na imprensa em geral. Mas o que a Casa veio mostrar é o lado realmente humano e comum do que se costuma chamar ultimamente de celebridade. Isso faz com que o espectador se identifique diretamente com um ou mais personagens, se tornando quase cúmplices deles.
Folha Online - Qual é a fórmula desta nova TV, mais interativa e com aspectos da vida real, sem a ficção das telenovelas?
Carelli - Definitivamente, os "reality shows" nos ensinaram que a vida real é mais dramática e surpreendente do que qualquer obra de ficção. Vem daí, inclusive, o fato de muita gente desconfiar que há roteirização nesse tipo de programa. Mas eu acho que vai continuar havendo espaço para o folhetim televisivo.
Folha Online - Você vem da "escola" MTV. Acha que o ritmo jovem imposto à programação popular do SBT conquistou o público? Você acha que o programa é para todo tipo de público e faixa etária?
Carelli - Com certeza, conquistamos um novo público que se juntou ao espectador fiel do canal. Acredito que o formato, a estética e ritmo introduzidos por essa nova equipe tenha colaborado em parte com este sucesso, mas a competência já estabelecida do SBT em trabalhar com o grande público se fez presente em todo o processo. Essa é uma super produção que foi realizada pela emissora como um todo. Quanto à outra pergunta, um programa em horário nobre numa das maiores TVs do país naturalmente não é dirigido a só uma faixa etária.
Folha Online - Você assistiu ao "Big Brother Brasil"? Se se sentir à vontade, diga o que achou e suas impressões.
Carelli - Não me sinto à vontade para responder sobre outro programa de TV.
Folha Online - Outro grande ponto de "Casa dos Artistas" foi quebrar a hegemonia da Globo na liderança da audiência, especialmente aos domingos. Isso provocou ou provoca uma alteração nos planos? Até que ponto a audiência dirige o seu trabalho na "Casa dos Artistas"?
Carelli - Felizmente, nunca precisamos, desde o começo da Casa 1 até agora, mudar a linha editorial do programa em função da audiência.
Folha Online - Você tem outros projetos para o SBT?
Carelli - Por enquanto, me dedico integralmente à Casa dos Artistas.
Folha Online - O programa foi exibido ao vivo, sem edição e sem cortes, por alguns dias na primeira edição. Mas parece que a fórmula não deu certo. O que aconteceu e você acha que isso pode voltar nesta nova versão?
Carelli - Foi uma estratégia temporária da programação.
Leia mais notícias sobre "Casa dos Artistas"
Para diretor de "Casa dos Artistas", programa é transparente e fiel
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editor de entretenimento da Folha Online
Rodrigo Carelli, 33, é o diretor que tem tirado o sono da Globo desde o ano passado, quando fez "Casa dos Artistas" no SBT. Para ele, o sucesso do programa é ser transparente com o público, fiel ao que acontece no set de gravação diariamente e não interferir no dia-a-dia dos participantes.
Caio Guatelli - 16.nov.2001 |
Rodrigo Carelli, na frente do imóvel alugado para a "Casa 1" |
No programa global, os participantes convivem tanto com a direção que comentam várias vezes durante o dia o nome de J.B. Oliveira, o Boninho, responsável pela atração.
Carelli, publicitário formado pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), ficou nove anos na MTV, onde dirigiu Thunderbird, Maria Paula, Cuca, criou programas modernos e trabalhou sempre com a linguagem de videoclipe. Graças a isso, "Casa dos Artistas" tem um visual renovado e uma trilha sonora de dar inveja a qualquer outro programa fora do padrão de emissora teen.
Do tipo cinéfilo, ele fala sobre o programa, que terá mudanças na votação anunciadas neste domingo por Silvio Santos, do alto astral dos novos participantes da "Casa" e comenta como manter a audiência sem apelar para baixarias.
Ex-MTV, ele acredita que a fórmula do "reality show" ainda terá espaço na televisão brasileira nos próximos anos. "Sempre se consumiu fofoca", diz, sobre o voyeurismo atual na TV brasileira.
Confira a seguir trechos da entrevista com o diretor de "Casa dos Artistas".
Folha Online - Quais foram os erros e quais foram os acertos da primeira edição de "Casa dos Artistas"? O que continua e o que não vai mais haver nesta nova edição do programa?
Rodrigo Carelli - O programa continua o mesmo. Com relação à votação, continuaremos tendo os telefonemas do público, mas estamos preparando novidades que só serão anunciadas no próximo domingo, pelo Silvio.
Folha Online - Qual é a sua expectativa sobre os novos convidados da "Casa dos Artistas", sobre seus perfis e tipos?
Carelli - À essa altura, a nossa principal expectativa já foi confirmada - o alto astral e a criatividade da turma. Tentamos montar um elenco que fosse bem diverso mas que não fosse se estranhar e se dividir logo no começo, considerando que essa temporada durará mais tempo.
Folha Online - Quais os critérios que foram utilizados para escolha de elenco da nova edição de "Casa dos Artistas"? Haverá um novo Supla, uma nova Bárbara, um novo Frota e uma nova Mari Alexandre, por exemplo, "personagens" semelhantes aos da primeira edição? E como foi feita a escolha da primeira versão do programa?
Carelli - Não traçamos nenhum paralelo com a primeira Casa ao montar este novo elenco. Quanto à seleção da Casa 1, apesar de rápida e sigilosa, também foi baseada em critérios como diversidade e disposição para a empreitada.
Folha Online - Qual é a "arma" da "Casa dos Artistas" do SBT para combater a principal concorrente, a Globo, com o "Big Brother Brasil", programa de formato semelhante?
Carelli - A nossa arma é continuarmos sendo transparentes com o público, fiéis aos acontecimentos do dia na edição e nunca interferir no dia-a-dia dos participantes.
Folha Online - O programa foi um fenômeno de audiência e deu o pontapé inicial ao "reality show" na TV brasileira, que incentivou e aguçou o voyeurismo do brasileiro. Qual sua opinião sobre este comportamento?
Carelli - Sempre se consumiu fofoca. Claro que, ultimamente, o interesse por detalhes da vida privada de artistas vem se fortalecendo como uma tendência de mercado nas TVs (principalmente na programação da tarde) e na imprensa em geral. Mas o que a Casa veio mostrar é o lado realmente humano e comum do que se costuma chamar ultimamente de celebridade. Isso faz com que o espectador se identifique diretamente com um ou mais personagens, se tornando quase cúmplices deles.
Folha Online - Qual é a fórmula desta nova TV, mais interativa e com aspectos da vida real, sem a ficção das telenovelas?
Carelli - Definitivamente, os "reality shows" nos ensinaram que a vida real é mais dramática e surpreendente do que qualquer obra de ficção. Vem daí, inclusive, o fato de muita gente desconfiar que há roteirização nesse tipo de programa. Mas eu acho que vai continuar havendo espaço para o folhetim televisivo.
Folha Online - Você vem da "escola" MTV. Acha que o ritmo jovem imposto à programação popular do SBT conquistou o público? Você acha que o programa é para todo tipo de público e faixa etária?
Carelli - Com certeza, conquistamos um novo público que se juntou ao espectador fiel do canal. Acredito que o formato, a estética e ritmo introduzidos por essa nova equipe tenha colaborado em parte com este sucesso, mas a competência já estabelecida do SBT em trabalhar com o grande público se fez presente em todo o processo. Essa é uma super produção que foi realizada pela emissora como um todo. Quanto à outra pergunta, um programa em horário nobre numa das maiores TVs do país naturalmente não é dirigido a só uma faixa etária.
Folha Online - Você assistiu ao "Big Brother Brasil"? Se se sentir à vontade, diga o que achou e suas impressões.
Carelli - Não me sinto à vontade para responder sobre outro programa de TV.
Folha Online - Outro grande ponto de "Casa dos Artistas" foi quebrar a hegemonia da Globo na liderança da audiência, especialmente aos domingos. Isso provocou ou provoca uma alteração nos planos? Até que ponto a audiência dirige o seu trabalho na "Casa dos Artistas"?
Carelli - Felizmente, nunca precisamos, desde o começo da Casa 1 até agora, mudar a linha editorial do programa em função da audiência.
Folha Online - Você tem outros projetos para o SBT?
Carelli - Por enquanto, me dedico integralmente à Casa dos Artistas.
Folha Online - O programa foi exibido ao vivo, sem edição e sem cortes, por alguns dias na primeira edição. Mas parece que a fórmula não deu certo. O que aconteceu e você acha que isso pode voltar nesta nova versão?
Carelli - Foi uma estratégia temporária da programação.
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