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05/03/2002 - 09h19

Para Cristiana, Adriano é o grande vilão do "Big Brother Brasil"

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ADRIANA RESENDE
da Folha Online

Apesar da censura às frases que dizia durante o mês que passou no "Big Brother Brasil", da Globo, a carioca Cristiana Machado Mota, 27, continua atirando com sua metralhadora giratória. Para ela, que diz ser sincera, o artista plástico Adriano articulou sua saída do programa e ele é o maior problema da atração.

Apesar de não ser formada em jornalismo, Cristiana trabalhava como assistente de assessoria de imprensa antes de ir para o "Big Brother". Demitida da Câmara Municipal do Rio, ela assinou um contrato de seis meses com a Globo e pretende investir em sua carreira como apresentadora ou até mesmo como atriz.

Ela deixou o "Big Brother" no último dia 26 de fevereiro em uma das disputas mais acirradas desde que o programa começou, com a webdesigner Estela.

Cris, como ficou conhecida na atração global, disse que torce para o cantor André vencer a gincana. "Sou fã de carteirinha dele", afirmou em entrevista à Folha Online, uma semana depois de sua eliminação. Depois que deixou o programa, Cristiana não pára em casa. Além de estar com o relógio biológico completamente desregulado, tem participado de gravações de programas da emissora, como o "Planeta Xuxa" e o "Domingão do Faustão", onde espera conseguir um emprego fixo.

Confira a seguir trechos da entrevista:

Reprodução
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Cristiana, eliminada na semana
passada do "Big Brother"

Folha Online - Como era o convívio com as pessoas da casa, o que era melhor e o que era pior?

Cristiana Carvalho Mota -
O que eu achava melhor lá era quando as pessoas estavam dispostas a brincar, a serem amigos. O que eu mais detestei lá foi ver que, de repente, a amizade acabou entre algumas pessoas e, de repente, estava todo mundo com raiva, todo mundo estressado com a pressão que a gente sofria, ficando no mesmo lugar.

Folha Online - E quando você notou que acabou a amizade?

Cristiana -
Não, não é que acabou a amizade... Eu comecei a perceber que eles são jogadores, que estavam dispostos a jogar pesado.

Folha Online - Mas você não achava que seria assim desde o começo? Qual era a sua expectativa no começo do programa?

Cristiana -
Como eu nunca tinha participado disso e nem vi nenhum "Big Brother" anterior, nos outros países, eu achava que eu ia chegar numa casa onde as pessoas iam jogar, na disputa por um prêmio, mas não iam jogar com a vida de ninguém. Nem com a vida, nem com a pessoa. Eu achei que eles fossem respeitar as pessoas. E eu comecei a perceber, com o tempo, quando começou a haver as intrigas, que ali tinha jogadores "pesados", que começaram a se sentir ameaçados, a fazer qualquer coisa pra destruir, pra conseguir eliminar as outras pessoas. Sem se preocupar com a família que poderia estar assistindo, os amigos... nada disso.

Folha Online - Quem você acha que jogava mais dentro do programa?

Cristiana -
Eu acho.... pra mim, é o Adriano. Eu tenho certeza.

Folha Online - Em que sentido ele jogava: atiçando uns contra os outros, por exemplo, ou se dando melhor nas provas?

Cristiana -
O Adriano... ele fazia tudo pra vencer uma prova. Então, se tivesse alguma prova que fosse ter só um vencedor, ele dava o sangue dele, ele dava tudo pra conseguir conquistar essa prova, para ser melhor que os outros. Se tivesse que derrubar alguém, o Adriano era a pessoa que organizava todo o jogo para eliminar essa pessoa. O Adriano é um jogador muito determinado no que ele quer.

Folha Online - Você acha que ele influenciou a Alessandra a votar em você para a eliminação?

Cristiana -
Eu tenho certeza, e isso eu soube da boca da Leca. Eu escutei dela.

Folha Online - O que foi que ela contou pra você?

Cristiana -
Ela falou pra mim que estava se sentindo ingênua de ter caído na rede dele, que ela ficou muito sentida com tudo aquilo. Ela queria que eu a desculpasse, que ela estava fragilizada, ela não tinha dormido [pensando na votação]. Eu também estava... Fazia dois dias que ela estava muito nervosa com a votação. Ela já vinha conversando durante dois dias sobre a votação. E aí ela foi conversar com os dois [Adriano e Estela], os dois viram que eu era a mais próxima dela, que eu era a única amiga dela lá dentro.

Folha Online - Ela estava em dúvida entre votar no Adriano ou na Estela?

Cristiana -
É, exato. Eles acharam que, por ela estar do meu lado o tempo todo, eu poderia ter influenciado ela a votar num dos dois. Então, eles esperaram eu ir dormir e, de noite, tranquilamente, eles criaram uma Cristiana para ela, que não existe. Falaram coisas de mim absurdas e, no dia seguinte, quando eu mostrei para ela o que tinha acontecido, ela entendeu, pediu desculpas e disse "Eu vou tentar reverter esse voto", mas ela não conseguiu. Então eu não guardo mágoa dela, a nossa amizade continua. Mais forte do que nunca, porque agora eu confio nela muito mais, por ela ter contado tudo pra mim. E eu saí da casa e tô morrendo de saudade dela e do André. Nossa, eu tô morrendo de saudade. Eu já ouvi falar que ele tá muito triste, que ela tá sentindo falta de alguém pra conversar, nossa, me dá uma saudade.

Folha Online - Sobre o que vocês conversavam? Só sobre o que acontecia dentro da casa ou sobre outros assuntos também?

Cristiana -
Não, não. Eu não sei como está editado, mas quem tem o pay-per-view pode ver que eu, o André e a Leca, a gente conversava sobre tudo. Sobre trabalho, hoje eu sei que ela trabalha com eventos, sobre ex-namorados, sobre amigos. O André é meu vizinho.... ele mora na rua atrás da minha casa, e eu não sabia. É, eu não acreditei quando ele me falou. Então a gente começava a falar sobre as pessoas que a gente conhecia em comum, ali no bairro, o André canta, eu também canto, a gente começava a cantar junto.

Folha Online - Mas seu estilo é diferente do dele?

Cristiana -
Claro, ele, perto de mim, nem posso comparar, eu não tenho voz nenhuma. O Dé gosta de compor, o show dele tem músicas compostas por ele mesmo, e músicas do momento, que tocam hoje em dia. Então a gente cantava de tudo: desde Chico Buarque e Caetano Veloso até RPM e Blitz.

Folha Online - E você canta esse tipo de música também ou gosta mesmo é de funk?

Cristiana -
Não, eu gosto de todo tipo de música. Eu e o Dé a gente conversava sobre os vizinhos, às vezes eu chorava, às vezes ele.

Folha Online - Você chorava muito, sentia muita falta do pessoal da sua casa?

Cristiana -
Não é que eu chorava muito exatamente por causa disso. Nas vezes que eu chorei foi por ver que eu estava caindo numa rede, e, às vezes, eu não sabia se eu ia conseguir sair da rede desses jogadores. Então, às vezes, quando [os telespectadores] viam a Cristiana discutindo com alguém é porque eu tinha chegado ao meu limite. Por exemplo, a briga que eu tive com a Estela foi uma briga boba porque ela comentou uma coisa comigo, sobre o meu jeito, e eu falei "Estela, não me corrige que eu não gosto, é o meu jeito". Para ela foi um motivo. Eu tentei explicar pra ela: "Como eu sou sua amiga, eu tenho que dizer o que eu gosto e o que eu não gosto em você." Até que depois as pessoas começaram a interpretar errado, falando que eu eu... que a Estela... isso e aquilo.

Folha Online - Você é evangélica... Como era seu "convívio" com Deus dentro da casa? Você orava muito, falava com as pessoas sobre isso?

Cristiana -
Eu oro normalmente, o que eu orava lá dentro eu oro na minha casa. Eu oro até mais na minha casa, porque na minha casa eu tenho mais tempo pra orar. O André é esotérico, jogava tarô.

Folha Online - Vocês não discutiam por isso, a diferença de religião não afastava vocês em nada?

Cristiana -
Não, pelo contrário. A Vanessa é do espiritismo e o Adriano é do candomblé, acho que é candomblé, que fala... A gente conversava muito, quando eu considerava ele meu amigo, eu sempre falava: "Olha, Didi, quando eu for à Bahia, vamos conversar, vamos todo mundo se reunir". A gente tem muita curiosidade e cada um falou como é sua religião. Mas ninguém nunca brigou por isso.

Folha Online - Você sentia falta de trabalhar ou de alguma atividade fixa dentro da casa?

Cristiana -
Ah, sempre tem. Chega uma hora que pinta a monotonia, um fica de um lado, outro de outro, outro vai ouvir música, cozinhar, não tem televisão, você não sabe que horas são... Então tem que inventar o que fazer. Às vezes eu me sentia sozinha e puxava o André e chamava ele pra brincar, pra cantar ou pra fazer um bolo.

Folha Online - E para decidir o que cada um ia fazer, era fácil?

Cristiana -
No começo, com o Sérgio, cada um fazia o que queria. Depois do Sérgio, veio o Adriano, e ele escolheu que eu e a Leca íamos ficar responsáveis pela cozinha. Quando eu fui a rainha [líder], eu coloquei a Leca e a Vanessa, depois a Leca deixou a Vanessa. Cada um fazia o que queria, era tudo tranquilo.

Folha Online - Mas a Estela chegou a reclamar...

Cristiana -
É porque ninguém gostava de lavar a louça, daí acumulava. Todo mundo deixava. Aí teve um dia que a Estela falou umas cinco vezes para a gente tentar lavar, e nas cinco vezes, ninguém lavou. Eu e o André, a gente lavava a nossa, mas o resto não. E ela reclamou que "não tava ali pra lavar a louça de ninguém". Mas foi numa boa.

Folha Online - Você tem intenção de assistir às fitas enquanto o programa ainda estiver no ar?

Cristiana -
Não, eu não vou assistir a fita nenhuma, eu só tenho as fitas dos melhores momentos, porque as coisas ruins que aconteceram lá e fofocas eu não quero ouvir, porque já passaram, não me interessam. Eu comecei a ver os melhores momentos e já ri pra caramba, eu e o Dé cantando, tava muito engraçado.

Folha Online - E as festas, como eram?

Cristiana -
Eram surpresas. Às vezes a gente ganhava uma festa porque fazia faxina na casa, às vezes quando a gente cumpria uma prova.

Folha Online - Todo mundo tinha muita vontade de comer doce, como o Bruno?

Cristiana -
Era assim: a gente fazia provas para ganhar comida. Se a gente não cumprisse a prova, ganhava só metade. O Kleber comia o tempo todo, porque ele é grande, forte. O Bruno também, só que a gente dividiu, e o Bruno se estressou porque a Leca tinha feito um bolo, ele falou que não queria e no dia seguinte veio perguntar pelo pedaço dele. Daí ele disse: "Ah, então eu vou beber uma lata inteira de leite condensado", e a gente brigou.

Folha Online - E pra quem você tá torcendo agora?

Cristiana -
Ah, pro André, óbvio, sou fã de carteirinha dele.

Folha Online - E pela sua experiência lá dentro, quem você acha que é mais simpático ao público?

Cristiana -
As coisas aconteciam muito rápido. Uma hora você achava que uma pessoa era legal, outra hora você achava outra. Eu soube que passou no pay-per-view que ele falou que tava com saudade, que ia embora. Eu entendo ele, porque lá você não sabe quem é amigo. É uma confusão danada. Eu mostrei exatamente o que eu sou, outras pessoas não.

Folha Online - Você acha que saiu do programa por isso?

Cristiana -
Eu saí porque eu estava incomodando demais o Adriano. Ele e a Estela se uniram pra me derrubar, foi isso. Fora isso, ele não tinha motivo nenhum pra fazer o que fez.

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