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06/03/2002
-
04h00
da Folha de S.Paulo
A influência dos meios de comunicação na vida política e econômica da sociedade foi o assunto mais discutido na última quarta-feira, durante o debate de lançamento do livro "O Brasil em Sobressalto - 80 Anos de História Contados pela Folha" (ed. Publifolha, 240 págs., R$ 34), do jornalista Oscar Pilagallo, repórter especial da Folha.
Além do autor, o debate teve a participação de Marco Antonio Villa, professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), André Singer, professor de ciência política da USP e repórter especial da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor-adjunto de Redação do jornal "Valor Econômico" e mediação de Arthur Nestrovski, editor da Publifolha e articulista da Folha.
O evento foi marcado por críticas à posição da Folha em fatos marcantes da história do Brasil, como o final da República Velha, o golpe de 1964 e a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. No livro, o autor usa textos publicados no jornal desde 1921 para recontar a história.
Uma das questões mais polêmicas foi levantada por Lins da Silva. Para ele, o poder da imprensa sobre os fatos em uma sociedade é superestimado. "Costuma-se atribuir aos meios de comunicação o poder de se eleger presidentes, de inverter o rumo da história. Isso não ocorre", disse. "Os meios de comunicação apenas funcionam como um reflexo da sociedade e ajudam a formar um "caldo" cultural para que algo importante venha a acontecer."
A opinião de Silva foi confrontada por André Singer. "Os jornais não decidem o voto do eleitor, mas exercem influência muito grande e expressam a opinião pública", disse.
Para Singer, a derrubada dos ex-presidentes João Goulart e Fernando Collor e a cassação dos ex-senadores Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho são exemplos disso. "Nesses momentos, a imprensa funcionou como um amplificador da opinião pública e como um dos principais canais de expressão. Não convém subestimar seu poder", disse Singer.
Debatedores analisam influência da imprensa sobre fatos históricos
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A influência dos meios de comunicação na vida política e econômica da sociedade foi o assunto mais discutido na última quarta-feira, durante o debate de lançamento do livro "O Brasil em Sobressalto - 80 Anos de História Contados pela Folha" (ed. Publifolha, 240 págs., R$ 34), do jornalista Oscar Pilagallo, repórter especial da Folha.
Além do autor, o debate teve a participação de Marco Antonio Villa, professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), André Singer, professor de ciência política da USP e repórter especial da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor-adjunto de Redação do jornal "Valor Econômico" e mediação de Arthur Nestrovski, editor da Publifolha e articulista da Folha.
O evento foi marcado por críticas à posição da Folha em fatos marcantes da história do Brasil, como o final da República Velha, o golpe de 1964 e a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. No livro, o autor usa textos publicados no jornal desde 1921 para recontar a história.
Uma das questões mais polêmicas foi levantada por Lins da Silva. Para ele, o poder da imprensa sobre os fatos em uma sociedade é superestimado. "Costuma-se atribuir aos meios de comunicação o poder de se eleger presidentes, de inverter o rumo da história. Isso não ocorre", disse. "Os meios de comunicação apenas funcionam como um reflexo da sociedade e ajudam a formar um "caldo" cultural para que algo importante venha a acontecer."
A opinião de Silva foi confrontada por André Singer. "Os jornais não decidem o voto do eleitor, mas exercem influência muito grande e expressam a opinião pública", disse.
Para Singer, a derrubada dos ex-presidentes João Goulart e Fernando Collor e a cassação dos ex-senadores Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho são exemplos disso. "Nesses momentos, a imprensa funcionou como um amplificador da opinião pública e como um dos principais canais de expressão. Não convém subestimar seu poder", disse Singer.
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