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08/03/2002
-
09h31
MARCELO VALLETTA
free-lance para a Folha
Os velhos -e alguns jovens- fãs brasileiros de rock progressivo que não puderam ver o Pink Floyd, ao vivo, terão o gostinho de ouvir alguns clássicos do grupo na voz de seu compositor mais prolífico, o baixista e vocalista Roger Waters, 58, que faz quatro apresentações no país até a próxima semana -amanhã no Rio de Janeiro, terça em Porto Alegre e em São Paulo na quinta e na sexta que vem.
Para quem não for aos shows, serve de consolo o DVD "In the Flesh - Live", que registra a volta de Waters ao showbiz, após mais de dez anos sem fazer turnês.
Gravado em Portland (EUA) em 27 de junho de 2000, o longo -quase três horas de duração- show pode ser encarado como um deleite para uns e um grande teste de paciência para outros.
Waters, que também toca guitarra acústica, não é exatamente um performer carismático nem explosivo. A apresentação nem de longe lembra uma festa, mas sim uma espécie de celebração solene, o que combina com as letras irônicas e soturnas do artista. Aqui, o rock'n'roll está mesmo morto.
A cenografia e a iluminação não causam comoção, como ocorria em "The Wall" -o ponto mais emocionante é quando a imagem de Syd Barrett, o primeiro líder do Pink Floyd, é projetada no fundo do palco durante "Shine on You Crazy Diamond". Não há pirotecnia ou grandes efeitos. Os aspectos teatrais são poucos e discretos, como a encenação de uma partida de pôquer e a "transformação" do palco em um submarino.
A platéia, lotada, reflete o espírito do show, lento e calmo, e assiste estática. Waters não faz música para dançar, mas para servir de suporte para suas letras, repletas de comentários sociopolíticos -aqui as legendas ajudam muito, o que não ocorrerá nos shows, privando o público do melhor que o músico tem a oferecer.
O repertório concentra-se no Pink Floyd pós-"Dark Side of the Moon". A única exceção é "Set the Controls for the Heart of the Sun", faixa do segundo disco da banda. O show progride em pequenos blocos, dedicados aos discos mais famosos do Floyd: começa com "The Wall", seguido de "The Final Cut"; retorna a "Animals", a "Wish You Were Here" e a "Dark Side of the Moon".
Todas as versões são bastante semelhantes às originais -apenas a duração é maior. A grande diferença é a falta da voz de David Gilmour, atual líder do Pink Floyd, que aqui é substituída por membros da banda de Waters.
Mas "In the Flesh " é um show tão homogêneo -ou monótono- que a execução de faixas dos malfadados discos solo de Waters não chegam a representar um ponto baixo. Na verdade, a banda consegue levantar a platéia apenas em "Perfect Sense", o que demonstra que o trabalho do compositor é bastante coerente. E isso não é coisa que se despreze.
In the Flesh - Live
Artista: Roger Waters
Lançamento: Columbia Music Video
Quanto: R$ 78
Roger Waters volta ao palco em tom mais homogêneo
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free-lance para a Folha
Os velhos -e alguns jovens- fãs brasileiros de rock progressivo que não puderam ver o Pink Floyd, ao vivo, terão o gostinho de ouvir alguns clássicos do grupo na voz de seu compositor mais prolífico, o baixista e vocalista Roger Waters, 58, que faz quatro apresentações no país até a próxima semana -amanhã no Rio de Janeiro, terça em Porto Alegre e em São Paulo na quinta e na sexta que vem.
Para quem não for aos shows, serve de consolo o DVD "In the Flesh - Live", que registra a volta de Waters ao showbiz, após mais de dez anos sem fazer turnês.
Gravado em Portland (EUA) em 27 de junho de 2000, o longo -quase três horas de duração- show pode ser encarado como um deleite para uns e um grande teste de paciência para outros.
Waters, que também toca guitarra acústica, não é exatamente um performer carismático nem explosivo. A apresentação nem de longe lembra uma festa, mas sim uma espécie de celebração solene, o que combina com as letras irônicas e soturnas do artista. Aqui, o rock'n'roll está mesmo morto.
A cenografia e a iluminação não causam comoção, como ocorria em "The Wall" -o ponto mais emocionante é quando a imagem de Syd Barrett, o primeiro líder do Pink Floyd, é projetada no fundo do palco durante "Shine on You Crazy Diamond". Não há pirotecnia ou grandes efeitos. Os aspectos teatrais são poucos e discretos, como a encenação de uma partida de pôquer e a "transformação" do palco em um submarino.
A platéia, lotada, reflete o espírito do show, lento e calmo, e assiste estática. Waters não faz música para dançar, mas para servir de suporte para suas letras, repletas de comentários sociopolíticos -aqui as legendas ajudam muito, o que não ocorrerá nos shows, privando o público do melhor que o músico tem a oferecer.
O repertório concentra-se no Pink Floyd pós-"Dark Side of the Moon". A única exceção é "Set the Controls for the Heart of the Sun", faixa do segundo disco da banda. O show progride em pequenos blocos, dedicados aos discos mais famosos do Floyd: começa com "The Wall", seguido de "The Final Cut"; retorna a "Animals", a "Wish You Were Here" e a "Dark Side of the Moon".
Todas as versões são bastante semelhantes às originais -apenas a duração é maior. A grande diferença é a falta da voz de David Gilmour, atual líder do Pink Floyd, que aqui é substituída por membros da banda de Waters.
Mas "In the Flesh " é um show tão homogêneo -ou monótono- que a execução de faixas dos malfadados discos solo de Waters não chegam a representar um ponto baixo. Na verdade, a banda consegue levantar a platéia apenas em "Perfect Sense", o que demonstra que o trabalho do compositor é bastante coerente. E isso não é coisa que se despreze.
In the Flesh - Live
Artista: Roger Waters
Lançamento: Columbia Music Video
Quanto: R$ 78
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