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10/03/2002 - 03h38

Xeque questiona "O Clone"

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da Folha de S.Paulo

O xeque Jihad Hammadeh, vice-presidente da Assembléia Mundial da Juventude Islâmica, criticou a abordagem do islamismo feita pela novela "O Clone", da TV Globo. Na trama, Said (Dalton Vigh) vai se divorciar de Jade (Giovana Antonelli) e obrigá-la a se casar com Zein (Luciano Szafir).

Pouco depois do casamento, Zein se divorciará de Jade, e, assim, Said poderá desposá-la novamente. Isso é apresentado na novela como algo corriqueiro ou, ao menos, aceitável pelos muçulmanos.

Hammadeh explica que um novo casamento só ocorreria com o consentimento da mulher. E que ela realmente poderia se separar e voltar para o primeiro marido, mas só após o "coito nupcial" com o segundo e por vontade própria.

Ao TV Folha, o xeque afirmou que o que está sendo mostrado em "O Clone" é uma distorção da lei divina. "As pessoas têm de saber que isso está errado. É a minha religião, e, se eu não defendê-la, ninguém o fará", disse.

O pitoresco da história é que Hammadeh é o consultor da autora da novela, Glória Perez, em relação a assuntos ligados ao islamismo.

"Eu estava viajando, e a Glória não deve ter tido quem consultar na hora de escrever os capítulos", afirmou o xeque. "Mas ela e a Globo já estavam avisados de que, no caso de qualquer incorreção, eu iria a público", complementou Hammadeh.

Segundo Glória, na verdade, a prática mostrada existe, sim, apesar de ser condenável segundo algumas vertentes do islamismo. "Já combinei com ele [Hammadeh" que vou explicar na novela que certos setores do mundo muçulmano não aceitam isso.

Como não aceitam o casamento temporário, que só é praticado entre os xiitas. Só resolvi mostrar esse costume porque ele é interessante do ponto de vista do folhetim."

O fato de o xeque questionar publicamente o conteúdo da novela não é problema, segundo a autora. "Jihad é meu consultor, e nos damos muito bem. Ele não concorda com tudo, e o combinado é que proteste quando não concordar", disse Glória.



 

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