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22/03/2002 - 18h38

Para Adriano, público se arrependeu de votar nele no "Big Brother"

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ADRIANA RESENDE
da Folha Online

O artista plástico baiano Adriano Luiz Ramos de Castro, 33, se orgulha de ser um homem "verdadeiro". Polêmico, ele armou intrigas, criticou amigos no programa "Big Brother Brasil", da Globo, dizendo que isso faz parte do jogo. "Posso ter todos os defeitos, mas falso é a única coisa que não sou", afirmou.

Ele se disse surpreso com a popularidade e com a simpatia dos telespectadores. "Eu saí com o maior índice de rejeição, mas ao mesmo tempo o maior índice de aprovação."

Ele quer aproveitar a fama, mas faz questão de dizer que já era artista plástico antes de ser um "big brother" e que não caiu de pára-quedas na profissão.

Divulgação
O artista plástico Adriano
Confira trechos da entrevista de Adriano, por telefone, à Folha Online, uma semana após sua eliminação, na véspera da disputa entre seus dois melhores amigos, Kleber e Estela.

Folha Online - Como você sente a receptividade do público depois que você deixou o "Big Brother" com 74% dos votos do público?

Adriano -
Eu estou me sentindo... cara, eu não estou entendendo, porque o carinho que eu estou recebendo do público é tão grande, tão grande mesmo.... E eu saí com o maior índice de rejeição, mas ao mesmo tempo o maior índice de aprovação. Então não entendi. Ao mesmo tempo em que o público me tirou do programa, me deu um carro no "Faustão".

Folha Online - Você acha que ganhou esse carro pela popularidade?

Adriano -
Sim, para mim foi um teste de popularidade com o público sim, porque, se estavam todos os ex-big brothers, cada um com um número de telefone e cada um teve dez segundos para expor sua razão por que queria ficar com o carro, então quem tivesse maior empatia com o público ganharia, né?

Folha Online - Esse foi o segundo carro que você ganhou lá. Você se considera um sortudo?

Adriano -
É, mas o primeiro eu negociei com o Kleber. Não diria que foi sorte. Esse [do Faustão], eu também não diria que foi sorte. Foi porque o público tem empatia comigo mesmo. A verdade é essa. Eles se arrependeram de ter votado em mim. Parece prepotência, ou coisa assim, mas a verdade é essa.

Folha Online - Você tem assistido o programa depois que saiu da casa?

Adriano -
Não consegui assistir ainda. Ontem [domingo, dia 17] eu assisti só um pedacinho, porque tive de sair, tinha um jantar marcado.

Folha Online - Algumas pessoas têm falado que o programa perdeu a graça depois que você saiu?

Adriano -
Isso eu sei porque as pessoas vêm me dizer. Eu tenho acesso aos ibopes lá...

Folha Online - Você tem recebido muitos e-mails?

Adriano -
Quando eu saí, o site da Globo nunca tinha recebido tanto e-mail. Então, você vê: ao mesmo tempo que eu tenho muita rejeição, eu tenho índices melhores ainda de aceitação.O carinho é a melhor coisa de tudo, né?

Folha Online - Agora você tem um contrato com a Globo?

Adriano -
Tenho, de seis meses.

Folha Online - E nesses seis meses, se for pra aparecer em alguma novela, você aceita?

Adriano -
É pra tudo. Mas novela, eu acho muito difícil que me chamem, e, se me chamarem, não sei se eu aceito ou não, porque eu não sou ator. Não é a minha, eu não consigo decorar uma frase. Para decorar a chamada do "Fantástico" foi difícil.

Folha Online - Por falar nisso, em algum momento na casa vocês atuavam, fingiam alguma briga ou que estava acontecendo alguma coisa, como andam dizendo?

Adriano -
Olhe, pelos outros eu não posso falar, mas posso sentir que sim, que rolou isso lá. Eu nunca fiz isso, que eu me lembre. A única vez que eu quis fazer estardalhaço foi porque a gente não tinha a menor noção, entendeu? Lá dentro, a gente acha que é uma coisa e aqui fora é completamente diferente.

Folha Online - O que você lembra de ter feito de "estardalhaço"?

Adriano -
Eu me lembro que eu disse que ia falar sobre o André, que ia soltar uma bomba sobre o André e depois até falei "aguardem cenas dos próximos capítulos" (risos)....

Folha Online - E, na verdade?

Adriano -
Na verdade, eu sou sempre assim, muito explosivo, muito verdadeiro na hora. Mas não sou burro, entendeu? E eu pensei, pensei e vi que não era a melhor hora de falar sobre o André.

Folha Online - E você acabou não falando.

Adriano -
Eu acabei não falando, mas é porque não tive tempo. Eu te garanto que se eu tivesse tido tempo, teria falado.

Folha Online - O que você teria de tão apimentado para falar?

Adriano -
Não, não tenho nada. Na verdade, não é nada que a casa não saiba. Todo mundo da casa sabe o que está acontecendo lá, sabe da personalidade das pessoas, sabe o que cada um é. Então não adianta tentar se esconder porque a gente sabe o que cada um é.

Folha Online - E na sua opinião, quem é pior lá dentro?

Adriano -
Ah, não existe pior lá dentro. Nem melhor. Lá dentro, vou te falar: é a maior pressão do mundo, e vocês, aqui fora, só têm noção, mas não sabem o que é.

Folha Online - Que tipo de pressão? Vocês têm, por exemplo, instruções da direção para falar alguma coisa?

Adriano -
Isso é a maior lenda, isso é a maior história. A única vez... a gente só tinha que cumprir a tarefa da escolha do líder, prova de alimentação, essas coisas que o público sabe. Fora isso, você não faz nada, ninguém lhe manda fazer nada, se quiser dormir o dia inteiro você dorme. O que você quiser fazer, você faz.

Folha Online - Que pressão você sentia, então?

Adriano -
A pressão era, por exemplo...Eles não dizem "Adriano, acorde", como algumas coisas que comunicavam com a gente por alto-falante. Mas já pensou se a casa inteira quisesse dormir no mesmo horário? O programa não ia ter a menor graça, né? Então eles colocavam uma música super alta e você não conseguia dormir. Eu, pelo menos, não conseguia (risos).

Folha Online - Com quem você se dava melhor lá dentro?

Adriano -
Eu me dei bem com muita gente lá dentro. Pode até parecer que não. A galera sentiu minha falta, a Leka, o Bambam [Kleber], a Estela... A Vanessa não sei, mas eu tinha o maior respeito por ela, pelo Sérgio também. A única pessoa da casa que realmente não me identificava muito era com o André.

Folha Online - Vocês tiveram alguma briga séria?

Adriano -
Eu tive uma discussão forte com ele naquele dia que a gente resolveu lavar roupa suja de madrugada, entre Leka, Estela e Cris. Nessa noite eu discuti com o André. Eu falei para a casa inteira, estava todo mundo reunido, que ele era os olhos e os ouvidos da Cris quando ela não estava presente. Aí ele pirou, e eu falei "olhe, meu irmão, não sou o dono da verdade, mas uma pessoa que é a melhor amiga da outra na casa, que está colada 24 horas por dia, é natural que se faça". Eu não estou criticando isso, eu faria a mesma coisa, com a minha amiga Estela, ou com meu amigo Bambam. Só que eu falei isso pra ele e ele não gostou.

Folha Online - Foi este o motivo da briga?

Adriano -
Exatamente, a famosa briga em que ele falou "briguei com o Adriano na semana passada, já superei, mas vou votar nele". Por isso que eu falei para o Pedro Bial que era conversa mole para boi dormir. Se ele vota em mim por esse motivo e diz que superou, não está sendo coerente com o voto dele. Ele podia dizer que votava em mim por causa da briga e pronto. Ele tem todo o direito de indicar alguém. Tá tranquilo, mas o que aconteceu ali, morreu ali.

Folha Online - Vocês fizeram as pazes?

Adriano -
Eu falei para ele. O que aconteceu ali morreu ali. A gente não tem noção do que vai ser a vida gente, só depois que sai. Não tenho nada contra o André, se é, se não é, a sexualidade dele só diz respeito a ele.

Folha Online - Então por que você chegou até a fazer comentários sobre isso?

Adriano -
Porque na verdade ele falava da sexualidade de todo mundo também. É a mesma coisa que acontece com a Leka, fica falando que é bulímica o tempo todo e na hora que o Pedro Bial e a Marisa Orth tocam no assunto fica puta da vida? Não tem cabimento uma coisa dessas.

Folha Online - E a história de você ser chamado de falso?

Adriano -
Olhe, na casa todos teriam o direito de me chamar de falso, ou não. Mas fora da casa, vendo meus passos 24 horas, me chamarem de falso? Eu posso ter todos os defeitos, mas falsidade é a única coisa que eu não tenho, porque justamente o me incomoda eu falo.

Folha Online - Mas você disse que não ia votar na Alessandra e votou...

Adriano -
Porque a Leka disse que não ia votar em mim e votou. Faz parte do jogo. A única pessoa que eu falei que ia me preocupar quando saísse da casa era a Cris. As pessoas até comentavam porque eu disse que ela devia arder no fogo do inferno, então eu falei que se ela pudesse me perdoar.... Porque era uma das minhas melhores amigas antes da confusão. Se ela puder me perdoar pelas besteiras que eu falei, já morreu. Ela disse que me perdoava porque também falou de mim, então, morreu. Nosso lema era "aqui ninguém perdoa ninguém, porque não se pode errar". Eu não posso vacilar no programa, senão a galera vota em mim.

Folha Online - Vocês podiam pedir alguma coisa que quisessem ter na casa?

Adriano -
Poder, a gente podia, agora, atender... eles não atendiam nada. Porque se fossem atender tudo que a gente pedisse, eles estavam "lenhados" (sic), porque a gente queria tudo.

Folha Online - A atriz Deborah Secco era realmente a pessoa que você mais queria conhecer?

Adriano -
Uma das que eu mais queria, com certeza. Mas eu nunca pensei que fosse assim, aquela pressão toda, ali na frente do Brasil inteiro [Adriano foi apresentado à atriz no "Domingão do Faustão"]. Achei que ia conhecê-la nos bastidores, alguma coisa assim.

Eu não fiquei assim emocionado, de coração disparado, até porque eu sei que ela é casada [Deborah Secco namora o ator Maurício Mattar]. Mas é uma sensação legal, você achar uma pessoa tão bonita, só poder ver através de foto, de novela... E ela era uma das pessoas que nos acordavam de manhã, no clipe que passava pra acordar a gente.

Folha Online - Tinha um videoclipe para acordar?

Adriano -
Tinha, tinha um clipe. Na verdade, uma das regras era acordar. Então quando tocava a música de acordar todos tinham que acordar. O pessoal acordava, ia pra sala e depois ia responder o [game] Multishow. Aí, depois, podia fazer o quisesse, até dormir de novo. Geralmente eles acordavam a gente meia hora antes do game. A gente acordava lá pelas 11h para responder o game.

Folha Online - E vocês marcaram de se encontrar depois que acabar o programa?

Adriano -
Eu acho que o pessoal vai se encontrar, sim. Não sei, só sei que vai ter um dia no Faustão com todo mundo junto.

Folha Online - E quem você acha que vai ganhar? Você torce para quem?

Adriano -
Eu estou numa sinuca de bico porque as pessoas que eu mais gostava, mais me identificava... qualquer um que sair, Estela ou Bambam, vou ficar triste, e qualquer um dos dois que ganhar, vou ficar alegre. Se a Vanessa for pra final, ela ganha, é batata. Agora cabe à galera evitar isso, se eles quiserem. Jeito tem, mas vai ter que ter muita inteligência.

Folha Online - Você se achava mesmo o vilão?

Adriano -
Não, esse é um título que não me cabe. Eu não vou ficar zangado se me chamarem de vilão, mas também não vou ficar alegre. As pessoas falam que sou viado, que eu ficava olhando pro corpo do Kleber, que eu comi não-sei-quem, que eu sou namorado da Glória Maria... mas eu vou caminhando cara, deixa pra lá.

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