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23/03/2002 - 18h41

Apesar de comoção, Hollywood não foi à guerra como prometia

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da France Presse, em Los Angeles

A cerimônia de entrega do Oscar incluirá amanhã uma pequena alusão patriótica em referência aos atentados de setembro passado, mas Hollywood acabou não se envolvendo na guerra contra o terrorismo como deu a impressão de que o faria em um primeiro momento.

Depois dos atentados e do início da campanha antiterrorista no Afeganistão, o presidente George W. Bush, que não mantém muito boas relações com a indústria cinematográfica, se voltou para Hollywood em busca de um meio de melhorar a imagem dos Estados Unidos no mundo.

Karl Rove, um dos conselheiros mais ligados ao presidente, viajou a Los Angeles em novembro passado para reunir-se com os diretores dos principais estúdios de cinema e televisão e debater a contribuição que Hollywood podia dar ao esforço bélico.

Mas, apesar das boas intenções, "não aconteceu grande coisa", como explicou Elizabeth Guiders, editora-executiva da revista "Variety", considerada a "Bíblia" de Hollywood.

"Não acho que Hollywood tenha sido muito ativa em mudar a imagem da América do Norte no exterior", acrescentou.

O certo é que a indústria cinematográfica se sentiu desorientada sobre seu papel em um momento tão delicado.

Somente um dia depois dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono, os estúdios começaram a adiar a estréia de qualquer filme relacionado com o terrorismo ou, inclusive, com a violência.

Mas, em um movimento contrário, poucos meses depois o cinema se apressou para levar às telas filmes bélicos como "Falcão Negro em Pergio" - que valeu a indicação para o Oscar de melhor direção para o britânico Ridley Scott - em um nítido desejo de exacerbar o patriotismo da população.

Estrelas do porte de Julia Roberts, Tom Hanks, Robert De Niro, Clint Eastwood ou Tom Cruise se solidarizaram com as famílias das vítimas durante um programa televisivo e a própria Roberts visitou, junto com seus colegas de "Onze homens e um segredo" - Brad Pitt, George Clooney e Matt Damon - as tropas norte-americanas posicionadas no estrangeiro.

Mas o que todo mundo parecia esperar, apesar da Casa Branca jamais ter se atrevido a pedi-lo, ou seja, uma ação de propaganda similar à realizada por Hollywood durante a Segunda Guerra Mundial, jamais ocorreu. E não ocorrerá, segundo Guidens.

"Hollywood é muito mais complexa agora do que era naquela época e este não é o mesmo tempo de guerra que foi a Segunda Guerra Mundial", afirma.

O Oscar, por sua parte, incluirá no próximo domingo uma pequena homenagem patriótica em relação à tragédia que atingiu os Estados Unidos em 11 de setembro.

Segundo uma fonte próxima ao espetáculo, o programa televisivo, acompanhado por milhões de pessoas no mundo todo, começará com a transmissão de um curta-metragem de três a quatro minutos em homenagem à cidade de Nova York.

"É uma coisa pequena e não significa que vão transformar o Oscar em um acontecimento patriótico', considera.

E, ao contrário da cerimônia de entrega dos Emmy, adiada várias vezes e marcada por um tom muito mais sóbrio que o habitual, a noite do Oscar exibirá todo seu brilho.

"Hollywood voltou à normalidade e quanto ao glamour, meu Deus, acho que também voltou", afirma Guidens, que como todo o mundo, espera ansiosa para ver os luxuosos vestidos escolhidos pelas estrelas em uma das noites mais importantes de sua carreira.

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