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23/03/2002 - 21h41

Candidatos estrangeiros ensinam Hollywood a fazer bons filmes

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da EFE, em Los Angeles

Os candidatos ao Oscar de melhor filme estrangeiro na 74ª edição do prêmio mais cobiçado de Hollywood concordaram que para um bom filme não são necessários milhões.

"É claro que nós, na capital do cinema, temos que renovar o passaporte, porque qualquer destes candidatos tem mais a nos ensinar que qualquer filme em nossos cinemas", disse o produtor americano Mark Johnson.

Suas palavras abriram o debate organizado anualmente pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para oferecer um fórum aos cineastas estrangeiros candidatos à estatueta que será entregue amanhã, domingo, em Los Angeles.

Foram realizadas reuniões em uma sala com o francês Jean-Pierre Jeunet ("O fabuloso destino de Amelie Poulain"), com o norueguês Petter Naess ("Elling"), o indiano Ashutosh Gowariker ("Lagaan"), o bósnio Danis Tanovic ("Terra de Ninguém") e o argentino Juan José Campanella ("O filho da Noiva").

Como lembrou este último, nunca é fácil encontrar o dinheiro para realizar um filme, especialmente em seu caso, "onde a história de amor de um casal na qual um deles está doente não soa como um sucesso de bilheteria".

No entanto, "O filho da Noiva" se transformou em um dos filmes mais assistidos na Argentina e em diversos países de língua espanhola, e sua estréia nos Estados Unidos, na sexta-feira, foi recebida entre críticas pouco favoráveis.

"O difícil é encontrar a história, depois tudo fica fácil, inclusive o dinheiro", disse mais otimista Jeunet, cujo filme se transformou em um marco não só em seu país mas nos Estados Unidos, onde é o filme francês de maior bilheteira da história.

Tanovic inclusive brincou com a necessidade de encontrar mais de cinco produtores internacionais para uma história de guerra como a de "Terra de Ninguém", parecido a uma obra de teatro onde há apenas "um helicóptero e um tanque".

"Se fosse assim 'Falcão negro em perigo' necessitaria a co-produção das Nações Unidas", disse com humor se referindo ao épico de guerra filmado ao estilo Hollywood por Ridley Scott.

Campanella estendeu o segredo do sucesso de "O filho da Noiva" a um elenco insuperável, que inclui Norma Aleandro, Héctor Alterio e Ricardo Darín, que o realizador sabia que eram "os maiores valores da produção".

"Não teremos técnica, mas temos atores", disse Tanovic sob o aplauso de uma platéia composta por espectadores e por membros da Academia.

Os cinco filmes foram escolhidos este ano entre 51 títulos apresentados por diferentes países na competição, um número recorde na história do Oscar.

Os comentaristas locais falaram sobre a importância cada vez maior que o Oscar dá ao melhor filme estrangeiro, abrindo ao espectador americano uma forma diferente de entender o cinema, normalmente mais artística que o enfoque industrial de Hollywood.

No entanto, arte e comércio sempre se unem na "meca" do cinema e, como disse Campanella, pelas boas críticas que seu filme recebeu, "será melhor ver 'O filho da Noiva' este fim de semana pois talvez não vá até o próximo".

"Quando a United Artist decidiu distribuir 'Terra de Ninguém' nos Estados Unidos foi motivo de alegria e de preocupação. Fiquei orgulhoso pela preferência e preocupado pelo dinheiro que perderiam porque quem vai querer ver um filme sobre a guerra da Bósnia em bósnio?", perguntou Tanovic.

Sua indicação como um dos outros quatro filmes concorrentes ao Oscar nesta edição é, na opinião de Johnston, moderador do debate, "o sopro de ar fresco dentro deste prêmio cinematográfico".

"É como ter uma janela para o mundo", descreveu, parafraseando o comentário mais frequente entre os 300 membros do comitê encarregado da seleção dos cinco candidatos a melhor filme estrangeiro.

Leia mais < a href="http://www.uol.com.br/folha/especial/2002/oscar/">notícias sobre o Oscar 2002

 

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