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02/04/2002 - 04h24

"BBB" acaba, mas febre do "reality" continua

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LAURA MATTOS
enviada especial ao Rio

"Big Brother Brasil" termina hoje à noite deixando na TV duas certezas. Primeiro: é preciso mais que uma grande sacada para tirar da Globo a liderança de audiência. Segundo: os "reality shows" ainda têm muito fôlego no Brasil.

O programa, que começou desacreditado dentro da própria emissora, tinha nas costas o peso de anular o efeito trágico causado na Globo por "Casa dos Artistas" (SBT), um dos maiores fenômenos da história do Ibope, que deixou o "Fantástico" em segundo lugar pela primeira vez.

E a metralhadora giratória para emplacar o "reality show" -internet, TV paga, rádio, jornais e outros programas- acertou o alvo: "BBB" teve média de 43 pontos às terças-feiras (principal edição). Mesmo aos domingos, filé mignon de Silvio Santos, a atração da Globo não foi mal, com 29 de média. "Casa" está com 35, em queda (cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande SP). Mas anteontem, na eliminação do último candidato, "BBB" chegou a 36 contra 11 do SBT.

Quem sai aliviado desta empreitada é J.B. de Oliveira, o Boninho, diretor de "BBB". Ele assumiu o comando um mês antes da estréia, no auge da crise causada por "Casa". A Globo, que tinha planos de colocar "Big Brother" no ar só no segundo semestre, antecipou às pressas para 29 de janeiro. Foi um investimento de R$ 25 milhões, o maior da emissora em um projeto, e o fracasso seria o caos.

"A gente estava completamente atordoado. Tinha acabado de voltar do "No Limite 3", tido a responsabilidade de melhorar a audiência do programa que havia sido ruim", disse Boninho, em entrevista à Folha, sábado, nos bastidores de "BBB", no Rio.

"O "Big Brother" começou desacreditado por todo mundo. A gente foi bombardeado pela imprensa por causa da história das inscrições [a Globo divulgou que os participantes seriam escolhidos por inscrição na internet, mas a maioria do elenco foi selecionada por indicação de produtores], pelo público, que se sentiu subutilizado. E, internamente, a Globo não acreditava muito no projeto."

Mas, 15 dias após a estréia, a Globo definiu os horários que "BBB" teria na programação, e o programa começou a crescer no Ibope. Com a calmaria veio à tona outro estresse: era preciso usar o "reality" para alavancar a audiência do Faustão e, principalmente, do "Fantástico", que perdera a liderança para o SBT com "Casa".

Foi outra estratégia que, aliada à inconstância de "Casa 2", deu certo: anteontem, Faustão bateu Gugu, e o "Fantástico" deu 31 pontos de média contra 26 do SBT.

Boninho diz que percebeu que o jogo contra "Casa 2" estava ganho logo que o "reality" do SBT estreou, em 17 de fevereiro. "Venho de uma cultura de TV que proíbe mentir ao telespectador. Na estréia, Silvio mentiu. Fez um esquema como se fosse selecionar o elenco ao vivo e no final disse que era armação. E também tirou do público o poder de eliminação."

E, como não poderia deixar de ser, Silvio Santos já anunciou mudanças de regras para "Casa 3", prevista para ir ao ar assim que acabar a segunda edição. Irá confinar seis artistas com seis fãs.

"BBB 2" também está no forno com novidades. O novo embate na guerra de audiência é um indício de uma previsão de Boninho: ""Reality shows" chegaram para ficar. A audiência e o formato devem mudar, mas sempre terão seu espaço na TV". Pelo visto, ou o telespectador vira fã do gênero ou investe em um DVD. Porque, se a Globo acredita nisso, nem a TV paga deve ficar livre da febre.


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