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11/04/2002 - 18h02

Vanessa, que quer ser atriz, diz que não entraria de novo no "BBB"

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da Folha Online

A modelo e atriz Vanessa Pascale, 27, ganhou um prêmio de R$ 30 mil, um pretendente franco-angolano e portas abertas para a fama no "Big Brother Brasil", mas, mesmo com tudo isso, ela afirma que não participaria novamente do "reality show" da Globo.

Acusada pelos demais participantes do "reality show" de ter ficado "em cima do muro" nas brigas e confusões criadas entre os participantes do "Big Brother", Vanessa disse que não se meter nos problemas dos outros é uma característica de sua personalidade, e não um recurso para se esquivar dos riscos do jogo.

Reticente, a modelo evitou dar detalhes sobre seu relacionamento com o cabeleireiro franco-angolano Sérgio, com quem se envolveu durante o programa, na conversa que teve com a Folha Online. Leia a seguir trechos da entrevista:

Reprodução
Vanessa, do "Big Brother"
Folha Online - Como surgiu o convite para você participar do "Big Brother Brasil"?

Vanessa -
Eu acredito que tinha olheiros ou então algum conhecido meu que me indicou, e essa pessoa me ligou para gravar um teste de vídeo. Eu não sabia muito bem o que era, não estava inteirada.

Folha Online - Como foram os testes? Que tipo de perguntas a equipe que selecionou os participantes fez a você?

Vanessa -
Tive que falar sobre mim e da minha vida. Fizeram várias perguntas pessoais, de família, da minha convivência com amigos, de como eu sou e de trabalho.

Folha Online - Você esperava ser selecionada para participar do "reality show"? Qual foi sua reação ao saber que foi escolhida?

Vanessa -
Fiquei surpresa. A primeira coisa que perguntei é "será que é verdade?". Para mim foi uma surpresa muito grande.

Folha Online - Como foi o começo da sua vida profissional?

Vanessa -
Eu comecei como modelo, desfilando e fotografando. Daí comecei a fazer bastante comercial, publicidade, videoclipe e comecei a entrar dentro da telinha. Aí falei "bom, vou dar uma estudada agora porque a carreira está tomando uma outra forma". Fui estudar teatro durante três anos e me formei na CAL (Casa das Artes Laranjeiras), que é um curso de artes cênicas que a gente tem aqui no Rio, e encaixou como uma luva.

Folha Online - Você já conhecia algum dos participantes?

Vanessa -
Tinha pessoas que eu já havia esbarrado. A Helena tinha feito o mesmo curso que eu na CAL (Casa das Artes Laranjeiras). Na hora, quando dei de cara com ela eu falei, "meu Deus, não acredito, que loucura!". Nem imaginava. Eu tive uma crise de riso quando a gente se viu. Foi muito maneiro, muito legal.

Folha Online - Além da Helena, você conhecia mais alguém?

Vanessa -
O Bruno também, do início de carreira. O Bruno já foi modelo. E o Sérgio eu já tinha esbarrado na noite. Ele dava umas festas e eu já tinha visto, mas conhecer bem... foi na casa.

Folha Online - Qual é a avaliação que você faz do programa e da sua participação?

Vanessa -
Aprendi pra caramba. Realmente, convivência é uma coisa muito delicada. A gente sofre uma mudança muito grande estando dentro de uma casa sem contato com o exterior e tendo que conviver com as pessoas, cada uma completamente diferente da outra. É uma coisa realmente difícil e delicada. Coisas com valores pequenos tomam uma dimensão enorme. Uma pessoa pode ofender gravemente a outra por causa de uma lata de leite moça.

Folha Online - Você chegou a perder a noção de tempo dentro do programa, não é?

Vanessa -
Eu perguntava toda hora quando ia ser a Páscoa, se ali era a Páscoa mesmo. Eu não estava contando. Quem contava mais era o Didi [Adriano] e o Kléber. Eu acompanhava o que eles diziam.

Folha Online - Quais foram as principais experiências que você viveu dentro da casa?

Vanessa -
A gente colhe o que planta, isso com certeza. O que plantou, todo mundo colheu. É difícil, mas o ser humano tem que conseguir aprender a se respeitar melhor e ter mais paciência. Eu acho que se a galera tivesse se respeitado mais...

Mas acho que ali era um jogo. Então, cada um podia fazer o que quisesse. Eu tive a minha atitude, a minha postura e acho que eu fui bem, né? Fui bem, eu não posso reclamar. Não fiquei triste com o segundo lugar. Acho que a diferença foi super válida, mas é uma coisa que eu acho que não faria de novo porque realmente é muito difícil. Você não tem atividades e outras coisas para fazer. Então fica muito tempo só com aquelas coisas que têm dentro da casa. Chegou um ponto que qualquer coisa era capaz de explodir a Segunda Guerra Mundial.

Folha Online - Se cada um "colhe o que planta", o que você colheu?

Vanessa -
A colheita foi muita alegria e muito carinho. Depois que eu saí da casa, foi a maior surpresa o carinho que eu estou recebendo das pessoas. Dentro da casa dei carinho e recebi muito também. Foi o que consegui tirar, o lado bom das pessoas. Eu me relacionei com o que elas tinham de bom. Foi uma experiência muito gratificante.

Folha Online - Você foi acusada por alguns concorrentes de não emitir opiniões e de ficar sempre "em cima do muro". Você acha que isso se deve ao fato de você não se envolver em brigas e manter um equilíbrio?

Vanessa -
Pois é, eu consegui, de uma certa forma, ter uma paz de espírito e não me envolver nos problemas dos outros. Para mim, foi como eu levei a vida lá dentro da casa, na minha. Eu não faço questão de me envolver nos problemas de ninguém. Me envolvo no que eu fui envolvida, se é alguma coisa pessoal. Eu não tive nenhum problema pessoal ou discussão, nada de grave com ninguém. Convivi bem com todo mundo. De uma certa forma, a galera começa a falar. Daí, de repente, eu acho que isso incomoda um pouco.

Folha Online - Você acha que foi por ter ficado "na sua" que lhe acusaram de omissão?

Vanessa -
Acredito que sim. Lá dentro, a única pessoa que falou para mim que eu não tinha opinião foi o Didi, durante essa convivência. Foi a única pessoa que se incomodou com a minha postura e com a minha posição, que na hora se colocou e falou comigo. O resto a gente só vivia bem, o que a gente fazia eram aquelas brincadeiras e as nossas conversas. Ninguém se colocou.

Folha Online - Mas essa característica de não se envolver é da sua personalidade, ou foi um recurso para não se complicar no jogo?

Vanessa -
Eu sou muito na minha. Não gosto de me meter nos problemas de ninguém. Eu respeito. Eu acho que cada um é o que é, tem a vida que quer levar. Eu não vim aqui para julgar ninguém. Vim para cuidar da minha vida, da minha paz de espírito e da minha tranquilidade. Eu levo a minha vida assim e quero viver bem comigo mesmo e com as pessoas que me cercam.

Folha Online - Como você encara o programa? Você acha que é um jogo?

Vanessa -
Lá é um jogo. Eu, estando dentro daquela casa, estava jogando. Mas a minha forma de jogar foi através da minha forma de ser, a minha maneira que eu sou aqui fora. Você vai dentro da casa e sabe que vai participar de um jogo. Eu procurei, de uma certa forma, não jogar com a vida das pessoas porque isso é uma coisa que incomoda. Procurei levar até como uma brincadeira mesmo porque senão acho que fica pirante você entrar numas que vai jogar com a vida dos outros. Levei mais como uma brincadeira mesmo.

Folha Online - E os outros participantes também jogavam?

Vanessa -
Todo mundo. Acho que cada um encontrou uma maneira de interagir, de se colocar dentro da casa. E como a gente não tinha regras, cada um era livre para fazer o que quisesse ali dentro, agir de qualquer forma. Por isso eu acho o fim da picada você julgar a maneira que a pessoa estava agindo dentro da casa. A partir do momento que não tem regras, você pode se comportar da maneira que quiser.

Folha Online - Que tipo de situação a incomodava no dia-a-dia do programa?

Vanessa -
O que eu senti foi que o jogo acabou tomando um rumo, e as pessoas colocavam muito a palavra delas. "Porque eu sou assim, porque eu sou 100%". Tinha gente que falava que não queria jogar, que não estava jogando. Cada um encontrou uma maneira de resolver melhor a situação dentro da casa. O meu princípio foi: "é um jogo, aqui não tem regras, cada um faz o que quer"... porque a partir do momento que tem R$ 500 mil... cada um poderia mostrar o que quisesse da sua pessoa. Eu procurei ficar na minha, observar, ver com quem eu estava convivendo, com quem eu me identificava melhor para poder levar o meu jeito de ser.

Folha Online - Havia regras para o funcionamento da casa quanto às tarefas como cozinhar e limpar?

Vanessa -
Logo no início, quando começou a dar problema com esse negócio de comida, a gente falou: "um toma conta disso, o outro toma conta daquilo". A parte que eu fiquei mais foi com a cozinha. Foi a que eu escolhi, que era uma coisa que eu já gostava... essa parte de arrumação de cozinha. Às vezes, cozinhar também. A Leka cozinha bem pra caramba.

Folha Online - Vocês podiam levar para casa um livro. Qual você levou?

Vanessa -
Levei um livro de culinária para deixar claro que o que eu queria era a minha cozinha.

Folha Online - Nos episódios editados, as discussões e momentos engraçados predominaram. Vocês também conversam assuntos sérios?

Vanessa -
Religião foi o que mais falamos. Ética, comportamento, fidelidade eram as coisas que a gente mais discutia.

Folha Online - Como está o seu relacionamento com o Sérgio? Vocês estão namorando?

Vanessa -
Agora está no pé que todo mundo está correndo para um lado e para o outro. Todo mundo cheio de compromisso. Ele está ainda com essa questão da Justiça, muito difícil de resolver. É uma luta muito grande. A gente ainda não teve o nosso tempo. Estamos esperando ver como é que vai resolver essa situação para a gente poder se conhecer.

Folha Online - Como é "namorar" sabendo que o Brasil inteiro está assistindo à tudo?

Vanessa -
Namoro é intimidade. Então, de uma certa forma, a gente procurou preservar a intimidade, mas conseguimos também ter muito carinho, muita alegria. O Sérgio foi amigo, companheiro. Dentro disso tudo, de um jogo, ainda consegui ter uma pessoa que esteve do meu lado 24 horas. Foi um amigo, uma coisa muito boa que eu conquistei lá dentro, e que acho que muita gente até sofreu por não ter uma pessoa na qual pudesse confiar. Eu consegui isso.

Folha Online - Quais são os seus planos para o futuro em relação ao Sérgio?

Vanessa -
A expectativa agora é de poder se conhecer. Aqui é o mundo real, tem os nossos trabalho, os nossos amigos. A gente tem que se conhecer. A vida é completamente diferente do que você ficar numa casa 24 horas sem ter nada para fazer. Fora você interage com uma porção de coisas. Com certeza é diferente.

Folha Online - Antes de entrar na casa, você imaginava que se envolveria com alguém?

Vanessa -
Não, não imaginava. Ainda mais que eu nunca pensei que fosse ter um estrangeiro lá dentro.

Folha Online - Por quê? Você tem problema com estrangeiros?

Vanessa -
Nem vou dizer nada, sabe. Nem te conto!

Folha Online - E o seu ex-namorado italiano ficou sabendo da sua participação no "Big Brother Brasil"?

Vanessa -
Ficou sabendo depois, mas tudo tranquilo. A gente já estava no nosso tempo.

Folha Online - Vocês namoraram por muito tempo?

Vanessa -
Deixa o bichinho lá. Realmente a gente estava no tempo, mas tudo certo e tudo tranquilo.

Folha Online - Quem foram as pessoas do "BBB" com quem você teve mais afinidade?

Vanessa -
Sérgio, André, Kléber e a Helena. E as outras pessoas a gente tinha menos contato porque ficou aquela coisa mais do quarto azul e do quarto amarelo.

Folha Online - Quem foi a pessoa mais difícil de conviver?

Vanessa -
Não achei difícil de conviver, não. Eu convivi bem com todo mundo ali. Algumas pessoas podem até ter se incomodado com a minha atitude, com o meu modo de ser, mas eu me dei bem com todo mundo. No que eu pude interagir, eu interagi bem. Não tive problema, não tive discussão. Acho que não teve uma pessoa em especial que eu falei: "gente, aquele ali não teve jeito". Com cada um que eu convivi foi de uma forma positiva.

Folha Online - Você já chegou a assistir alguns episódios do programa? Você acha que a edição mostra apenas alguns aspectos da realidade de vocês lá dentro?

Vanessa -
Eu vi só a primeira fita, a da nossa chegada. Achei um barato, aquela animação, a galera com um alto astral enorme. Eu lembro que eu também estava animada. Achei muito engraçado o meu comportamento, a galera unidona e um visual bonito. Eu gostei.

Folha Online - Mas você ficou chateada, na final, ao ver um compacto com depoimentos sobre você, não é?

Vanessa -
Na final, os participantes que estavam fora falaram dos que estavam dentro da casa e deram declarações. E daí eu só ouvi coisas ao meu respeito. Eu falei: "não é possível. Não é possível que para o Sérgio a gente só tenha sido beijinho, que eu para um só tenha sido isso ou aquilo". Fiquei muito triste porque eu vivi uma realidade lá dentro, eu tive troca, me relacionei bem com aquelas pessoas... Eu não acredito que só isso tenha ficado para elas, se eu aprendi tanta coisa de bom com elas. Fiquei muito triste com o que eu vi.

Folha Online - A sua insatisfação foi imediata, não é?

Vanessa -
Foi na hora. Eu sou muito franca. Na hora eu me senti muito triste. Acabou para mim, não tinha mais graça. E depois que eu saí, daí eu fiquei sabendo que cada um gravou um perfil e falou uma porção de coisas a meu respeito. Claro que nem tudo são flores. Tem momento para beijinho, mas também tiveram as outras coisas boas que eles não colocaram.

Folha Online - Você acha que a edição do programa foi maldosa?

Vanessa -
Eu não fiquei feliz com o que eu ouvi. Se foi uma intenção de ser maldosa, eu não sei... Na hora eu fiquei triste porque para mim eu tinha vivido muito mais coisas que só beijinhos. São coisas que não sou eu que participo, não sou eu que defino, mas o que bateu na minha pessoa me deixou triste na hora.

Folha Online - Você imaginava que o Sérgio pediria para que o André o indicasse ao paredão, poupando você?

Vanessa -
Não esperava. Vou te dizer, o Sérgio sempre foi maravilhoso comigo. Ele sempre me surpreendia lá dentro de uma forma positiva. Foi mais uma surpresa positiva dele quanto à minha pessoa. Me tocou bastante.

Folha Online - Você acreditou que poderia vencer o "Big Brother Brasil"?

Vanessa -
Não, porque essa coisa do paredão... Eu fui só uma vez para o paredão. O Bambam tinha ido quatro vezes... ido e voltado, ido e voltado. Então, para mim, já estava claro qual seria, porque o feedback que a gente tem do público é o paredão. Eu já tinha certeza que ele ganharia. Para mim só foi uma surpresa ter ficado em segundo lugar, porque sempre o meu feedback é de que eu era quietinha. Imaginei que ninguém estava me vendo, que estava apagada. Ter ficado em segundo lugar foi uma grande surpresa. O carinho da galera aqui fora também foi uma ótima surpresa, e o Kléber ter vencido foi uma coisa mais esperada. Poxa, você vai quatro vezes para o paredão e volta... você está uma pessoa querida pelo público.

Folha Online - A fama mudou a sua vida? Você ainda consegue fazer tudo o que fazia antes?

Vanessa -
Não está dando para fazer nada por falta de tempo e também porque todo mundo conhece a gente. Isso é uma coisa que a gente não faz idéia e eu não estava acostumada.

Folha Online - O que você gostaria de ter feito depois que saiu da casa, mas que ainda não deu para fazer?

Vanessa -
Malhar e ir para a praia. Ainda não consegui, não. Não tive tempo para fazer isso.

Folha Online - O que você tem feito agora?

Vanessa -
Bastante entrevista, participação em programas e fotografias.

Folha Online - Quais são as suas intenções profissionais daqui para frente?

Vanessa -
Me formei em teatro. Eu quero trabalhar como atriz. Foram três anos ralando para me formar e, agora que eu consegui, quero exercer a minha profissão.

Folha Online - Você já recebeu algum convite?

Vanessa -
Convite concreto ainda não, mas é aquela história que a gente já viu lá no caderno de domingo [saiu na imprensa carioca que ela deve fazer um teste para uma novela da Globo] que eu estou torcendo para que seja verdade.

Folha Online - Tem alguém sondando você?
Vanessa -
É, exatamente. Tudo de bom.

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