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10/06/2002 - 13h15

Morte do baixista Dee Dee deixa família Ramone original ainda menor

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MARCELO OROZCO
da ,b>Folha de S.Paulo

O grito "one, two, three, four!" mais famoso do rock silenciou com a morte de Dee Dee Ramone. O ex-baixista dos Ramones foi encontrado morto na quarta-feira passada em sua casa em Los Angeles (EUA).

Dee Dee, cujo nome de batismo era Douglas Glenn Colvin, completaria 50 anos em 18 de setembro próximo. Segundo a polícia, foi vítima de overdose acidental.

É a segunda baixa na banda em pouco mais de um ano. Em 15 de abril de 2001, o vocalista Joey Ramone morreu de linfoma, a um mês de fazer 50 anos.

Juntos, Dee Dee e Joey foram fundadores e principais compositores do quarteto que provocou a reviravolta punk na década de 70. Os Ramones recuperaram a energia e a simplicidade que andavam em falta no rock. Seguem como referência até hoje.

Rebelde precoce
Filho de um oficial do Exército americano, Dee Dee foi criado na Alemanha. Aprendeu guitarra aos 12 anos. Rebelde precoce, já se envolvia com drogas aos 14 anos.

No começo dos anos 70, o rapaz morava em Forest Hills, um subúrbio de classe média em Nova York (EUA). Conheceu dois vizinhos que também gostavam de rock forte e animado, como não se ouvia mais nas rádios.

Começaram a tocar com o nome de Ramones e viraram "irmãos" com nomes artísticos: Douglas virou Dee Dee, Jeffrey Hyman tornou-se Joey e o guitarrista John Cummings acabou conhecido como Johnny Ramone.

Um pequeno e vazio bar de Nova York chamado CBGB's abriu espaço para bandas iniciantes. Sorte dos Ramones, que estrearam ali em agosto de 1974.

Um coice com rocks rápidos, distorcidos, curtos, nervosos. O breve intervalo entre uma música e outra era preenchido pela contagem de "um, dois, três, quatro!" berrada por Dee Dee.

Visual punk
Havia também o visual sem pompa enquanto astros da época exageravam nos luxos e vaidades. Os Ramones apareciam com jaquetas surradas, jeans em farrapos e tênis baratos.

De tão diferentes, os Ramones atraíram público e atenção. No embalo, o grupo gravou seu álbum de estréia em 1976, puxado por "Beat on the Brat" e "Blitzkrieg Bop" (com o refrão "Hey ho! Let's go!").

Em julho de 1976, os Ramones tocaram na Inglaterra e foram vistos por alguns rapazes que começavam a montar bandas como Sex Pistols e Clash. Os shows foram decisivos para que os punks ingleses soubessem o que queriam fazer.

Os Ramones nunca se desviaram de seu som típico. Mas tensões de convívio e problemas com drogas levaram Dee Dee a deixar a banda em 1989. Na sequência, ele adotou o nome Dee Dee King e gravou rap, mas logo desistiu desse estilo.

Além de tocar, Dee Dee se dedicou à pintura e aos livros. Em 2000, lançou a autobiografia "Lobotomy: Surviving the Ramones". Em 2001, estreou em ficção com o livro "Chelsea Horror Hotel: A Novel".

Apesar de ter saído meio brigado dos Ramones, Dee Dee fez as pazes com o passado depois que a banda acabou em 1996.

Dee Dee juntou-se a Marky Ramone (um dos três bateristas que a banda teve) no grupo The Ramainz, fazendo shows e discos com o repertório dos Ramones.

"Ele era meu grande amigo", disse Marky à Folha por telefone. "Nós dividíamos o quarto nos hotéis e éramos os festeiros nos Ramones."

Show no Brasil
Nesta semana, seriam confirmados shows de Dee Dee em Porto Alegre e São Paulo no final de julho. Ele tocaria junto dos ex-Ramones Marky e CJ (que substituiu Dee Dee na banda em 1989).

Marky Ramone disse à Folha que ainda poderia cogitar a vinda ao Brasil "para celebrar a memória de Joey e Dee Dee".

Marcelo Orozco, 34, é jornalista e autor do livro "Kurt Cobain Fragmentos de uma Autobiografia" (Conrad Editora)

 

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