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16/06/2002 - 03h20

Programa vira "game show" e Mion fará caridade, diz diretor

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CARLA MENEGHINI
da Folha de S.Paulo

Há um ano, o diretor-geral de programação da Band, Rogério Gallo, 35, iniciou uma completa reformulação na emissora e agora colhe os frutos. Em entrevista à Folha, Gallo avaliou as mudanças feitas, falou dos novos planos e anunciou os ajustes feitos no "Descontrole", de Marcos Mion, que, a partir de amanhã, será transformado em um "game show" voltado para a cidadania e "sem excessos ou agressões".


Folha - Nesse primeiro ano da nova programação, que mudanças você considera bem-sucedidas? Quais não deram certo?
Rogério Gallo - O processo mais importante é o de reposicionamento, para tornar a Band mais popular, mais jovem e mais feminina. O aumento de 157% da presença da mulher no público vespertino e o crescimento da audiência em todos os horários são sinais desse sucesso. Mas num processo de reformulação tão amplo, os ajustes são normais. O importante é identificar o erro e agir rápido.

Folha - Você acha que o programa de Marcos Mion entrou no rumo certo? Quais ajustes serão feitos?
Gallo - A partir da próxima segunda-feira [amanhã], o programa do Mion será transformado em um grande "game show". Pegamos tudo o que deu certo, como os calouros e as ações de cidadania, e juntamos tudo para montar a gincana, em que a solidariedade vai ser o principal. Serão duas equipes que vão participar de provas de cidadania e de entretenimento derivadas dos antigos quadros. Os prêmios vão para instituições de caridade.

Folha - E os quadros que não deram certo?
Gallo - Tudo que consideramos que não deu certo foi retirado do programa: excessos do Mion, coisas agressivas ou simplesmente inúteis. Esses elementos foram retirados porque não estavam agradando à maioria do público. Sei que os fãs dele gostam justamente desses excessos, mas estamos fazendo TV aberta, não podemos nos dirigir a apenas um segmento do público. Precisávamos ampliar o espectro do público do programa.

Folha - Qual foi a reação do Marcos Mion?
Gallo - Ele é ótimo. Não houve resistência nem foi uma intervenção, de forma alguma. O Mion não está sendo enquadrado ou coisa parecida, pelo contrário, está muito engajado e participou das decisões, até porque um programa como esse, ao vivo, depende do apresentador, ele tem de acreditar muito na idéia para funcionar.

Folha - Como você avalia o processo de plágio movido pela MTV contra a Band, devido a quadros do "Descontrole"?
Gallo - Eu fiquei feliz com a decisão da Justiça, que confirmou recentemente a liminar que garante a exibição dos quadros.

Folha - Quais são as armas da Band na briga pelo terceiro lugar com Record e Rede TV!?
Gallo - Buscamos resultados sem abrir mão da qualidade. Nosso diferencial é ser uma TV popular, comprometida com seu código de ética e que respeita o telespectador. Nossa arma é fazer uma TV ao vivo, vibrante, baseada na força de nossos comunicadores, na independência e credibilidade do nosso jornalismo e na clareza dos nossos objetivos.

Folha - Para grande parte do público de outros Estados, a Band sempre teve a imagem de canal paulista? Como mudar isso?
Gallo - Esta é certamente uma das principais metas da Band. Queremos ter cada vez mais a cara do Brasil. A nova programação, a nova identidade visual e o slogan refletem isso bem. Estamos também aumentando a participação das praças.

Folha - Você acha que os "reality shows" vieram para ficar? A Band tem planos de produzir um "reality show"?
Gallo - Acho que é um novo gênero, que veio para ficar. Mas não acredito que esse "boom" de audiência se sustente, como, aliás, já vem se comprovando. Estudamos a possibilidade de produzir um "reality show", mas eu não gostaria de simplesmente clonar um formato, e sim desenvolver algo novo.

Folha - Como a Band, uma emissora que sempre teve o futebol como prioridade, está sobrevivendo a uma Copa sem direito à transmissão dos jogos?
Gallo - Infelizmente, os custos tornaram proibitiva a nossa participação na Copa. Quem mais perde com isso, sem dúvida, é o público, que fica sem o direito de escolha. Estamos fazendo uma cobertura alternativa, repercutindo nos telejornais e nos programas especializados.

Folha - A emissora pretende investir em teledramaturgia?
Gallo - Não descartamos a possibilidade de incluir a teledramaturgia na grade, mas, certamente, não seremos produtores neste momento.

Folha - O que você está achando da volta do Goulart de Andrade?
Gallo - Eu estou muito feliz com a vinda do Goulart. Tenho uma relação de longa data com ele. Admiro e respeito seu trabalho e tenho muito orgulho de tê-lo em nossa programação. Optamos por um programa que resgata seu lado repórter, que o coloca de volta à frente das reportagens investigativas.

 

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