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23/08/2002
-
04h57
da Folha de S.Paulo, em Belo Horizonte
A linguagem do circo, sobretudo aquela voltada para a figura do palhaço, domina a programação do 6º Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte, que vai até domingo.
Dos 18 espetáculos deste ano, quase metade _oito_ trazem elementos circenses.
Segundo o diretor-geral do festival, Carlos Rocha, tal composição se deu involuntariamente. "O circo virou moda nos últimos dois anos. Daí a oferta que encontramos no circuito internacional", diz Rocha, 49.
No primeiro final de semana, por exemplo, o público assistiu ao espetáculo de rua "Malaya", da companhia holandesa Close-Act, que ocupou o centro velho da cidade com atores em pernas-de-pau ou protagonizando números de acrobacia e pirofagia (nome da técnica dos engolidores de fogo).
A praça da Estação foi tomada pela trupe, que explorou efeitos de luz e figurinos bem elaborados para enredar os espectadores e um grupo local de maracatu numa história mítica sobre criaturas e deuses em busca de sentido -leia-se "destinação", como designa a palavra-título "Malaya".
Em palco italiano, os russos do Akhe Theatre apresentaram "White Cabin", em sintonia com tendência contemporânea daquele país de privilegiar o terreno da ilusão, da magia da caixa-preta, em detrimento de tanto realismo naquelas paragens.
Recentemente, a também russa companhia Derevo mostrou em São Paulo a delicadeza e a fúria com as quais reinventa o arquétipo do palhaço, seja ele do picadeiro, do palco, da rua ou da tela.
O Akhe não conta histórias; antes, expõe quadros de atmosfera onírica (imagens projetadas reforçam o plano pictórico), com personagens em conflitos por desejos e solidões.
Viu-se ainda "Rock & Clown", em que três espanhóis se revelam palhaços e músicos de uma banda, entremeando canções e esquetes de apelo popular.
Até domingo, apresentam-se ainda outras montagens com recursos circenses: as argentinas "Gala" (grupo homônimo) e "Jurujujaja: el Desastre Continua" (palhaço Nanny), a francesa "Aux Pieds de la Lettre" (Cie. Dos à Deux) e a brasileira "Deadly" (Cia. Circo Mínimo).
O atraso de quatro meses do salário da equipe fixa quase comprometeu a edição deste ano, mas a Prefeitura de Belo Horizonte e a Associação Movimento Teatro de Grupo, co-organizadores, contornaram o problema. A crise implicou redução do orçamento de US$ 800 mil para US$ 650 mil (cerca de R$ 2 milhões).
O jornalista Valmir Santos viajou a convite da organização do 6º FIT-BH
6º FIT-BH - Apresentações de espetáculos internacionais de rua e de palco. Onde: vários endereços em Belo Horizonte (lista completa no site). Quando: até 25 de agosto. Quanto: R$ 15. Mais informações: tel. 0/ xx/31/ 3277-4366). Na internet: www.pbh.gov.br/cultura/fitbh. Patrocinadores: Itaú/Bemge, Telemar, Cemig, MinC
Elementos circenses dominam programação do FIT, em Minas
VALMIR SANTOSda Folha de S.Paulo, em Belo Horizonte
A linguagem do circo, sobretudo aquela voltada para a figura do palhaço, domina a programação do 6º Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte, que vai até domingo.
Dos 18 espetáculos deste ano, quase metade _oito_ trazem elementos circenses.
Segundo o diretor-geral do festival, Carlos Rocha, tal composição se deu involuntariamente. "O circo virou moda nos últimos dois anos. Daí a oferta que encontramos no circuito internacional", diz Rocha, 49.
No primeiro final de semana, por exemplo, o público assistiu ao espetáculo de rua "Malaya", da companhia holandesa Close-Act, que ocupou o centro velho da cidade com atores em pernas-de-pau ou protagonizando números de acrobacia e pirofagia (nome da técnica dos engolidores de fogo).
A praça da Estação foi tomada pela trupe, que explorou efeitos de luz e figurinos bem elaborados para enredar os espectadores e um grupo local de maracatu numa história mítica sobre criaturas e deuses em busca de sentido -leia-se "destinação", como designa a palavra-título "Malaya".
Em palco italiano, os russos do Akhe Theatre apresentaram "White Cabin", em sintonia com tendência contemporânea daquele país de privilegiar o terreno da ilusão, da magia da caixa-preta, em detrimento de tanto realismo naquelas paragens.
Recentemente, a também russa companhia Derevo mostrou em São Paulo a delicadeza e a fúria com as quais reinventa o arquétipo do palhaço, seja ele do picadeiro, do palco, da rua ou da tela.
O Akhe não conta histórias; antes, expõe quadros de atmosfera onírica (imagens projetadas reforçam o plano pictórico), com personagens em conflitos por desejos e solidões.
Viu-se ainda "Rock & Clown", em que três espanhóis se revelam palhaços e músicos de uma banda, entremeando canções e esquetes de apelo popular.
Até domingo, apresentam-se ainda outras montagens com recursos circenses: as argentinas "Gala" (grupo homônimo) e "Jurujujaja: el Desastre Continua" (palhaço Nanny), a francesa "Aux Pieds de la Lettre" (Cie. Dos à Deux) e a brasileira "Deadly" (Cia. Circo Mínimo).
O atraso de quatro meses do salário da equipe fixa quase comprometeu a edição deste ano, mas a Prefeitura de Belo Horizonte e a Associação Movimento Teatro de Grupo, co-organizadores, contornaram o problema. A crise implicou redução do orçamento de US$ 800 mil para US$ 650 mil (cerca de R$ 2 milhões).
O jornalista Valmir Santos viajou a convite da organização do 6º FIT-BH
6º FIT-BH - Apresentações de espetáculos internacionais de rua e de palco. Onde: vários endereços em Belo Horizonte (lista completa no site). Quando: até 25 de agosto. Quanto: R$ 15. Mais informações: tel. 0/ xx/31/ 3277-4366). Na internet: www.pbh.gov.br/cultura/fitbh. Patrocinadores: Itaú/Bemge, Telemar, Cemig, MinC
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